Desperto com o ranger da cama assim que Harry se mexe. O sol já invadia o quarto e, muito sinceramente, eu quero morrer, pois estas malditas dores de cabeça fazem com que os meus olhos chorem sangue. Tento abrir os olhos lentamente, mas nada acontece. Além das dores de cabeça tenho também a boca a saber a papel de música.
Magnifico! Tão magnifico como eu me lembrar de tudo.
Mexo-me e remexo-me na cama na esperança disto ser apenas um sonho e que estas malditas dores de cabeça passem, mas eu sei tão o quanto isto é real.
“Bom dia?” Pergunta Harry que, se estivesse com disposição ou simplesmente conseguisse abrir os olhos conseguiria ver que está a sorrir.
“Harry, seu cabrito, cala-te!” Resmungo.
Escondo a cabeça debaixo da almofada para não ter que encarar o moreno, – quero enganar quem? É óbvio que não quero que ele veja o meu estado lastimável. – uma forte dor no estômago dá aviso vermelho. Era o que faltava.
“Alguém acordou maldisposta!” O seu tom divertido e, ao mesmo tempo, irónico dá-me vontade de lhe arrancar a língua para que não possa voltar a falar.
Eu não acordei maldisposta, acordei a morrer… existe uma diferença e grande!
O nó que tenho no estômago aperta e faz-me contorcer de dores. Eu só queria que o animal ao meu lado me ajudasse em vez de ainda brincar com a situação.
“Estou a morrer.” Falo fracamente, pois não tenho forças para mais.
Sinto que estes são os últimos minutos da minha vida e que vou morrer após ter cometido das maiores vergonhas da minha vida, na noite passada. Talvez isto seja o karma (crença) quem sabe?
Irónico.
A morsa-cor-de-pele levanta-se da cama o que me faz choramingar, ele está-me a abandonar? Retiro a pedra de 20 quilos – também conhecida por cabeça – debaixo da almofada e deixo-a cair em cima da mesma, com os olhos semicerrados vejo o moreno prestes a sair do quarto.
Tudo bem que ele até pode estar chateado comigo, mas daí até me deixar neste estado para ir sabe-se lá para onde. Que vida a minha.
Tenho de aprender a lidar com os erros. Tenho, mas não quero. Se é para morrer, pois que seja agora. Não quero mesmo nada ter que lidar com arrependimentos e reconhecimentos culpados, que se foda tudo. Leva-me satanás!
Tento adormecer novamente, mas é, claramente, impossível devido ao barulho de tachos e gavetas a abrir. Suspiro pesadamente e tento arranjar maneira de sair desta, é que eu sei perfeitamente que o Harry vai querer ter uma “conversa séria”.
Passaram-se minutos que mais pareceram séculos até Harry chegar ao quarto com dois tabuleiros.
Não me perguntem como ele consegue porque eu também não sei.
“Almoço na cama!” Sorri desalmadamente o que me faz sorrir levemente.
Senta-se ao meu lado na cama e coloca o tabuleiro por cima de mim.
“Foste tu que fizeste?” Os meus queridos e lindos olhos arregalam-se ao imaginar Harry a fazer massa com atum – não é que seja difícil, mas é o Harry. “Isto está comestível?” Aponto para o prato onde se encontrava massa com atum, com bom aspeto.
“Fiz com amor e carinho.” Faz o beicinho mais irresistível de sempre – pensei que não o soubesse fazer – mas enfim, eu resisti. “Toma esse comprimido, é um SOS… daqui a uns 10 minutos já estarás pronta para outra!”
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KARMA »h.s.
FanfictionA descoberta do amor pode mudar as pessoas. E foi isso que aconteceu com Karma, após ter conhecido Harry. Uma típica rapariga fria que descobre sentimentos ocultos na escuridão do seu pequeno e congelado coração, que vive momentos inesquecíveis num...