Quarenta e sete

69 6 0
                                    


  Na semana seguinte, na segunda-feira resolvi ir na academia pra ver como que estava minha situação por lá. Assim que cheguei falei direto com a dona. Ela me abraçou muito, disse que ficou feliz com a minha volta, que lá todo mundo me adorava, mas...

  Mas não estariam mais contratando ninguém por enquanto. Estavam realmente precisando de mim, mas há seis meses. Não agora.

  Claro que ela disse que assim que surgisse alguma coisa que ela me avisava e tudo mais, mas não botei muita fé não. Ainda mais depois que a menina da recepção veio me contar quando me viu saindo todo triste da sala dela que havia um novo estagiário no meu lugar e diziam as más línguas que ele estava de caso com a dona da academia. É, pelo visto meu mar mesmo não estava pra peixe...

  Mas o que me fez mesmo pirar foi dois dias depois disso, na quarta-feira. Fui com minha mãe ao shopping. Ela tinha ido comprar algumas coisas, pois ia passar o fim de semana num chalé que a família do namorado dela tinha no interior. Ela até tinha me chamado pra ir, mas não estava mesmo no clima.

  Estamos lá, eu e minha mãe no shopping, ela na frente e eu carregando um monte de sacola, quando advinha quem eu encontro???

  Pois é ele mesmo...

 O Luciano.

  De mãos dadas com a Raquel. Puta q pariu.

  Que ódio que meu deu daquela cena. Como é que uma pessoa podia falar tanto mal de outra e agora estar ali de mãos dadas com ela passeando no shopping?

  Minha mãe claro pra minha infelicidade, já deu um grito de longe "Luciano" e lá vai ela lá falar com ele. E eu tive que ir atrás né...

  Quando Luciano me viu arregalou os olhos e ficou branco. Branco mesmo!

  Minha mãe falava com ele toda animada. Eu do lado só calado, tentava ser simpático, só por causa da minha mãe, pra que ela não percebesse nada.

  Luciano evitava olhar nos meus olhos o tempo inteiro. Mas quando finalmente nossos olhos se encontraram, fulminei-o com um olhar de reprovação. Na mesma hora ele desviou o olhar de mim, falou rápido com a minha mãe, dizendo que tinha que ir resolver não sei o que, e se despediu de mim pegando rápido na minha mão. O olhar dele era vazio. Quase senti pena dele nessa hora...

   Aquilo foi o fim de tudo que eu podia suportar.

     

One last timeOnde histórias criam vida. Descubra agora