All Hail The Sovereigns

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    Quase cinco da manhã. Apenas duas horas de sono e meus olhos se abriram em um rompante, coração acelerado e mente confusa em meio ao medo. As mesmas imagens de sempre, o mesmo sentimento de culpa e o frio. Abandonando meu corpo em pequenas gotas de suor.

    Punhos fechados, disparando golpes pelo ar, pernas se sacudindo como se pudesse correr de minha própria sombra e o som de tecido contra pele. Se espalhando em estalos afofados pelo ambiente enquanto as imagens surgiam diante de meus olhos.

    O som de madeira estalando contra as costas de meus dedos não foi o suficiente para me acordar, nem mesmo a grande movimentação sobre o colchão. Apenas o sussurro de Clarke, a minha esquerda. Parecendo mais longe do que a poucas horas atrás.

    - Amor... – Chamou nervosamente, meus braços batendo nas cobertas. – Amor, acorde... – Pediu, e seu chamado me deixou um tanto confusa. Para mim estava acordada, para mim tudo aquilo era real. – Amor... – Chamou mais uma vez.

    Meu corpo parou, meus olhos piscaram e eu finalmente pude enxergar nosso quarto. Nenhum sinal de inimigos, sangue ou a premissa de uma tragédia. Apenas eu, sentada no centro da cama com punhos fechados, respiração ofegante e coração disparado. Se piscasse ainda podia ver as memórias.

    - Amor... – Clarke chamou mais uma vez e eu virei o rosto para a esquerda, lhe encontrando parada. De pé logo à frente da parede, olhos brilhando a luz de velas e lábios partidos em preocupação.

    - ...Clarke? – Questionei, ainda um pouco confusa.

    - Sou eu. – Ela assentiu, assustada. Trocando o peso entre os pés. – Você estava tendo um pesadelo.

Atividade de contenção bem-sucedida. Por favor, mantenha a calma para diagnostico.

    - O...O que? – Pisquei, confusa com simplesmente tudo. Tirei os olhos da loira a minha esquerda, encontrando um flash sangrento no restante do ambiente antes que sua voz voltasse.

    - Sou eu... Clarke. – Ela respondeu, chamando minha atenção para seu rosto.

    - ...Clarke...

    - Isso, sou eu. – Confirmou, o sorriso trêmulo me fazendo presumir o pior. – Você estava tendo um pesadelo... Sou eu...

    - ... O que... O que aconteceu? – Eu sequer precisei de uma resposta, minha própria mente já criou um grande cenário dolorido e a culpa veio com a delicadeza de um raio através de meu peito.

    - Você está acordada? – Ela perguntou nervosamente, praticamente um sussurro contra a pressão de meus ouvidos.

    - Estou... – Assenti, ofegante e amarga.

    - Tem certeza? – Ela estava com medo, apavorada.

    - Sim, eu... Eu tenho certeza... Estou acordada. – Falei com mais firmeza, escaneando as redondezas rapidamente.

    - Tudo bem... – Assoprou em alívio, mãos tremendo em frente ao corpo e olhos se fechando. Lábios se prensando. – Eu só queria ter certeza que estava acordada antes que eu volte para a cama.

    - Você... – Me sentei sobre a cama, a olhando dos pés à cabeça. – Eu te machuquei?

    - Não... – Negou rapidamente, mas o tremor em sua voz dizia o contrário.

    - Clarke, e-eu sinto muito... Eu não queria-

    - Não, você não me machucou. – Garantiu. – Eu só... – Nunca havia lhe visto tão amedrontada antes. – Tudo bem, então você está acordada... – Relembrou a si mesma antes que desse passos cautelosos em direção a cama.

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