When Things Get Interesting

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    Quatro dias. Quatro longos e agonizantes dias de pensamentos e desejos a flor da pele. Não me leve a mal, Clarke e eu não somos nenhum casal ninfomaníaco e eu não tenho nada contra qualquer um que se intitule assim, é só que... É como ter uma coceira no centro das costas, justamente onde não pode alcançar. Não importa o quanto tente ignorar, qualquer coisa que pense em fazer vai ser interrompida ou relacionada a isso assim que sentir aquela instigante sensação.

    Agora, me imagine tentando evitar essa coceira quando tudo o que temos para fazer nessa casa além de cuidar de Baioneta é relacionada uma a outra de alguma maneira. É o suficiente para levar qualquer um a loucura!

    No primeiro dia as coisas foram simples, com toda certeza havia momentos em que eu me lembrava daquela bela imagem no quarto, mas eu consegui evitar meus pensamentos dando um longo e caprichado banho em Baioneta depois do café.

    Ela nunca foi fã de água, mas não deu tanto trabalho quanto imaginei. Acabou que minhas roupas não terminaram tão encharcadas, ainda assim o destino tinha de fazer sua mágica e no único segundo daquele dia em que tirei a camiseta com a porta aberta Clarke tinha de passar no corredor.

    Foi ali que Baioneta achou o melhor momento para se sacudir, aproveitando que tudo o que Clarke e eu fazíamos era encarar uma a outra descaradamente. Uma nuvem de pingos atingiu meu rosto enquanto as gotas escorriam do tecido em minhas mãos que tão dificilmente tentava torce sem sentir uma pontada de dor. Eu pensei me vestir outra vez, mas a cadela achou que por algum motivo seria algo inocente puxar minha camiseta das minhas mãos justamente naquele momento.

    Eu quase caí dentro da banheira tomada em espuma.

    Uma pequena onda escapou das laterais de mármore e adivinhe? Minha calça foi ensopada. Clarke se virou para o corredor com bochechas vermelhas e eu pedi um milhão de desculpas, acelerando para a porta enquanto minha camiseta era girada para todos os lados com fios de água acertando paredes e chão.

    Fechei a porta e encarei Baioneta rapidamente, ela paralisou com o tecido mastigado entre os dentes. Pelos ensopados lhe faziam muito menor do que quando secos e olhos voltados para mim. Soltou a camiseta para dentro da banheira, desaparecendo com seus furos e rasgões antes que eu assoprasse o ar em um grunhido azedo.

    - Bela porcaria. – Bufei.

    Dali em diante eu evitei manter qualquer porta aberta ou passar perto das banheiras daquela cabana. Banhos eram apressados e apenas tomados quando Clarke fosse fazer o mesmo em um outro cômodo. Diminuindo as chances de trombarmos uma com a outra sem roupas. Mas é claro, ainda haviam as corriqueiras trocas de curativos, injeções e qualquer outra coisa que Clarke se negasse a me deixa tomar conta sozinha. Dizia que era a única entre nós com um diploma na área, e que se tratava de um dos vários motivos de estar naquela cabana comigo.

    Toda a minha calma com o roçar de seus dedos em minha pele... Ou a troca de olhares constrangedores que, com toda certeza, eram tomados de segundas intenções. As coisas estavam ficando mesmo difíceis, adormecer seria completamente impossível se não fossem as doses de Jeremy. Me fazendo simplesmente apagar com sono pesado para ter cenários diferentes, mas com o mesmo fim. Tão real que eu podia sentir.

    Com que rosto me imagina encontrando Clarke ao meu lado na cama durante as manhãs? Um desesperado? Aham, você está certo.

    - Banhos gelados nunca foram tão bem-vindos. - Assoprei para o telefone em minha mão direita. Clarke usava o rádio na cozinha, provavelmente falando algo parecido para minha mãe ou Wynonna.

    - "Qual é, Guaxinim. Não pode ser tão ruim assim..." – Anya riu rapidamente.

    - Não pode ser tão ruim? – Bufei. – Por acaso se lembra de Mount Wheather? O Conclave?

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