Capitulo 2

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Emily Santos, point of view

O final de semana passou voando, eu e Flavio trabalhamos pra caramba. Ele me ajudou com a letra de uma musica que comecei a compor e eu o ajudei a tirar umas fotos legais. Agora eu estava no carro do meu irmão, estávamos indo para Nova Iguaçu, bairro onde o mesmo morava. Estava decidida a me mudar para a casa dele.

— Acredita que eles nem ligaram? Não mandaram uma mensagem... –Digo indignada, bufando em sinal de frustração. — Se eu morro não ia nem fazer diferença pra eles

— Seus pais são uns idiotas –Ele diz enquanto mantem o olhar direcionado a estrada. — Mas agora esse pesadelo acabou, você vai morar com a gente, irmãzinha

— Foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado –Murmurei enquanto mexia em meu facebook, rolando a timeline e compartilhando algumas coisas.

   Nós passamos o dia inteiro arrumando minha mudança. Eu não peguei absolutamente nada na casa do meu pai, como já tinha meu quarto pronto na casa do Nate, só precisei comprar roupas, sapatos e essas coisas.

— Olha que legal parça, eu fui expulsa de casa e quase tiver dormir no banco da praça –Comecei a rimar em cima do beatbox que Alex estava fazendo. — Mas não tem problema mano, eu chego no freestyle, vou sempre rimando. Quero que eles se fodam, sem maldade, porque agora eu to com a minha família de verdade

Eles gritaram enquanto eu dava risada, estávamos no carro, voltando pra casa.

— Se eles te expulsaram, onde você ficou? –Alex pergunta.

— Na casa do Flavio, ele me salvou de dormir na rua –Comentei.

— Ele é foda, na moral –Diz Nathan. — Vou agradecer ele depois

Escuto Alex resmungar e franzo meu cenho, olhando para o mesmo que estava no banco do carona. Ele ficou em silêncio o restante do caminho e achei melhor não insistir. Quando chegamos, Nathan foi direto para a casa da Rebecca, minha melhor amiga e namorada dele. Pedi ajuda ao Alex para levar minhas coisas pro quarto mas ele sequer se moveu do sofá.

— Que diabos deu em você hoje? –Perguntei enquanto batia levemente no cigarro com o dedo para as cinzas caírem no cinzeiro. Dou mais um trago e solto a fumaça

— E você ainda pergunta? –Ele respondeu ríspido. — Você dormiu na casa daquele otario!

— Alex não fala dele assim okay? Ele é um dos meus melhores amigos –Bufo irritada. — E como é que você pode ser tão egoista? Queria que eu dormisse na rua?

— Não... –Ele respondeu envergonhado. — Mas podia ter ido dormir na Rebecca

— De São Gonçalo até Nova Iguaçu é chão pra caralho sabia? –Rebati. — Estava muito tarde pra eu vir embora sozinha, eu podia ser assaltada

— Se tivesse aceitado meu dinheiro... –O interrompi.

— Eu não preciso do seu dinheiro pra nada –Passo a mão pelo rosto, balançando minha cabeça negativamente. — E eu faço o que eu quiser com a porra da minha vida

— Não é assim não, eu não tenho vocação pra corno –Ele grita, se levantando.

— E eu te chifrei por acaso? –Gritei também. — Ele é meu melhor amigo, deixa de ser pirado

   Dou as costas, indo para a cozinha tomar um pouco de água.

— Você ia gostar se eu fosse dormir na casa de alguma amiga minha sem necessidade? –Ele pergunta ao vir atrás de mim.

— Você vive dormindo na casa da Ana, da Brenda e eu realmente não ligo –Dou de ombros. — Ou eu devo ter motivos pra me preocupar?

— Claro que não sua otaria –Ele respondeu me mostrando o dedo do meio. — Eu só quero você.

— Eu só quero você –Repito enquanto o mesmo me puxa pela cintura, juntando nossos corpos.

   Ele me deu um beijo intenso que retribui prontamente, deslizando minhas mãos por sua nuca. Ele me pegou no colo, deixando-me sobre o balcão da cozinha e envolvo minhas pernas ao redor de seu pescoço sem partir o beijo. Eu mal tive tempo pra raciocinar, quando me dei conta já estávamos indo em direção ao meu quarto.

Secrets || Krawk (Season 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora