Sem Você Eu Não Vivi

Capítulo 31

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Eduardo

Estamos na porta da escola Rodrigo, Luana e eu, quando o carro de Manuella chega e pára em frente ao portão.

Quando nos vê, ela fica sem reação. Eu também não sei ao certo como agir, mas vou até eles e comprimento todos. Beijo e abraço meus filhos, faço uma brincadeira referente ao meu primeiro encontro com Miguel e vou até Manu e lhe dou um beijo quase na boca. Não sei como será a reação dos nossos filhos, então prefiro me segurar um pouco.

Luana também comprimenta todos e eu apresento Rodrigo ao seus irmãos.

Tive tempo de conversar com ele ainda em Washington e contei como tudo aconteceu, inclusive como acabei me casando com a mãe dele. É claro que não contei todos os detalhes, a história de Luana não é muito bonita, para se contar a um filho. Contei sobre seus irmãos e Manu ser o amor da minha vida, ele aceitou bem, mas sobre os avós terem feito o que fizeram ele não foi compreensivo não. Mas será que alguém seria?

- Manu, Luana e eu temos que entrar para assinar a matrícula, você poderia me esperar no galpão? Eu queria conversar com você. _Digo. Mas na verdade,  tudo que eu não quero fazer, é conversar. Estou é louco de saudade.

Luana questiona como irá voltar para fazenda e eu digo que poderá levar meu carro. Mas ela está com muito medo de se encontrar com o pai e volta a questionar. E então Manu também diz que está com muito trabalho atrasado. Sei que está mentindo. Ela não está gostando dessa aproximação minha com Luana, preciso conversar com ela direito sobre isso.

- Tudo bem então, nos vemos mais tarde, tá bom?

- Tá bom. Tchau. _Ela saiu visivelmente chateada.

Luana e eu vamos até a secretária e assinamos a papelada da matrícula e depois sigo para levá-la a fazenda.

- Preciso de um computador urgente, para estudar a legislação brasileira. Eu acho que no seu caso, o crime que seu pai cometeu, já prescreveu. E dependendo da idade que sua irmã tinha, quando ele começou a aliciá-la, também. Mas vou estudar direitinho para ter certeza.

- Comigo começou quando eu tinha 13 anos. Com ela deve ter sido nessa faixa também.

- Luana eu sei que você não contou tudo, eu imagino que tem coisas pesadas que você não teve coragem de dizer. Mas eu precisava saber as coisas com mais detalhes, para construir as provas contra ele.

- Por enquanto eu não consigo falar mais do que eu já te falei, Eduardo. Ele me mandava transar com alguns fazendeiros daqui da região e as vezes de fora da cidade. Ele às vezes assistia e fotografava, para fazer chantagem. Eu também fazia isso, chantageei alguns deles, quando queria dinheiro. Eu era uma pessoa muito ruim e hoje me envergonho de tudo que fiz.

Não sei o que pensar sobre tudo isso. Só sei que eu preciso colocar esse homem atrás das grades.

- O que você acha que ele vai fazer se te encontrar sozinha por aí, do que você tem medo?

- Ele vai me bater, isso eu tenho certeza. Ele vai tentar me fazer mudar de ideia em relação ao divórcio, assim, me batendo. Ele dizia que uma mulher separada, não vale nada. Que se o marido largou, é porque a mulher não presta. E que ele não aceitaria isso nunca em sua família. Que prefere ter uma filha morta, do que largada pelo marido. Ele vai me matar, se eu não voltar atrás na minha decisão.

- Ele não vai fazer isso, eu não vou deixar. Prometo.

Chegamos a fazenda e Luana vai para o quarto, terminar de arrumar as coisas dela e de Rodrigo. Ela não quis nem conhecer a casa que eu estava querendo comprar pra ela e nosso filho. Ela disse que não merece nada vindo de mim, depois de tudo que ela fez.