EduardoDepois que Manuella saiu daqui eu fui almoçar na fazenda. Passei a tarde toda lá.
Conversamos muito, meus irmãos me contaram como foi a vida deles esses últimos 15 anos. Não que eu não soubesse das coisas, pois sempre nos falávamos por telefone. Minha mãe realmente ficou muito triste em saber tudo o que meu pai fez comigo e disse que até entendeu o porque nunca aceitei vir aqui vê-lo em seus ultimos dias de vida.
Ela chorou muito, percebi que a decepção foi grande.
- Nossa Edu, porque não nos contou, eu poderia tentar fazê-lo mudar de ideia. Ele era daquele jeito mas me ouvia e respeitava a minha opinião filho. Não teria permitido tanto sofrimento em sua vida querido. _Minha mãe diz chorando.
- Na época eu só pensei em proteger Manuella, ele já tinha atropelado ela e ameaçou que se eu insistisse iria terminar o serviço. Acho que nem a senhora iria conseguir fazer com que ele mudasse de ideia, ele acreditava que a família dela eram responsáveis pela morte do pai dele, era muito ódio que ele sentia.
- Como assim acreditava? Não foi o avô dela quem matou o vovô? _Clarinha pergunta.
- Não, não foi. Eu pedi para um amigo investigar e ele descobriu que o vovô tinha uma amante, uma mulher casada, o marido dela descobriu o caso dos dois e o matou.
- Meu Deus. E como não ficamos sabendo disso? _Minha mãe pergunta.
- Pelo que entendi, esse homem fugiu com a esposa para o Acre logo após o crime, lá ele matou a esposa por ser traído de novo, quando foi preso confessou os dois assassinatos. Como naquele tempo não tínhamos as tecnologias que temos hoje, tipo telefone, internet, essas coisas e ainda mais lá no Acre, acabamos não sendo comunicados, ele foi julgado e condenado lá mesmo.
- E seu pai cultivou esse ódio anos pela pessoa errada, ou melhor pela a família errada. E mesmo que tivesse sido Luiz quem matou meu sogro Ramiro, somente Luiz deveria ser penalizado e não a família inteira. Seu pai errou muito com isso. _Minha mãe diz.
- É mas isso agora acabou e eu estou decidido que a partir de agora, não há nada e nem ninguém, que irá me impedir de ter Manuella de volta.
- Como não? Você ficou louco? Quer começar outra guerra entre as famílias? Manuella é casada e você também, esqueceu?
- Luana já me pediu o divórcio e pelo que entendi, ela também já estava decidida a fazer o mesmo. Então se ainda nos amamos, não tem nada que nos impeça.
- Sendo assim, tudo bem. Eu desejo que dessa vez você seja feliz meu filho. Manuella, os filhos dela e toda a sua família, serão muito bem recebidas por nós. _Minha diz e me abraça.
Passei o resto do dia na fazenda, só fui para o galpão depois do jantar.
A noite quando cheguei no galpão, encontrei Michell me esperando.
- E aí meu amigo, quanto tempo. Como você está? Te vi no velório do Henrique, mas não consegui te cumprimentar. _Me aproximo e lhe estendo a mão. Michell não retribui meu gesto.
- Vou ser bem direto. Fica longe da minha mulher e dos meus filhos. Se você não quiser ter problemas agora que está de volta, fica longe da minha família.
- Qual é o seu problema? Vamos conversar. _Digo.
- Não temos nada para conversar. Já dei meu recado. _Ele diz, entra em seu carro e arranca cantando pneu.
Droga! Não pensei que ele iria ser um problema. Achei que as coisas iriam ser mais fáceis com ele, como foram com Luana.
Pelo pouco que conversei com Manu, eles estão vivendo como irmãos há mais de um ano. Não se beijam, não têm relações, então porque ele ainda quer insistir nesse casamento? Aí tem.
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Sem Você Eu Não Vivi
Storie d'amoreCompleto Livro 1 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Duas famílias que se odeiam. Dois adolescentes que se amam desde criança. Um romance as escondidas. Uma separação traumática. Dois casamentos infelizes. Um reencontro inesperado. Será que depois de 16 anos...