Heaven Is A Place Full Of Nothing - ChaeKura [EM HIATUS]

Lay Down Or... What?

Descansar.

Era o que eu deveria estar fazendo em todos esses anos em que estive morta ao invés de vagar por Seoul,  fazer longas caminhadas de ida e volta à Busan e, periodicamente, visitar o cruzamento em que morri apenas para ver como estão as coisas por la. Se ainda se lembram do que aconteceu ou se apenas eu ainda remoo aqueles acontecimentos.

Tanto faz. Não é como se eu fosse importante. Quem liga para pessoas mortas, não é?

Miyawaki Sakura, aparentemente.

A ruiva me observou calada por um bom tempo enquanto estava aqui.

Seria isso apenas curiosidade por nunca antes ter visto a alma viva de uma garota morta?

Não sei.

Posso ser um espirito, mas não leio pensamentos e meu poder de dedução quanto a expressões faciais está muito debilitado, considerando que eu mesma não tenho nem expresso nenhuma emoção já ha muito tempo.

—Está se sentindo bem? — perguntou a cartomante, abrindo a porta do quarto no qual havia me colocado para que eu descansasse.

Era um espaço espiritual bem planejado, como se ela fizesse isso, de ajudar espiritos perdidos, sempre.

Acenei com a cabeça, a única coisa que tenho a vaga vontade de fazer desde que abri os olhos.

Por mais recuperada que eu esteja, já que não posso dizer que sinto alguma coisa, ainda não me estou confortável nem confiante para fazer uso da minha voz.

—Vou precisar sair hoje, mas você pode ficar o tempo que precisar. — A cartomante disse -— Aliás, não esqueça de se alimentar, está no mesmo lugar que peguei ontem. Você precisa se manter saudável até que encontremos um jeito de te ajudar, ok? Se não... — Ela disse a ultima parte bem baixo, como se pra si mesma, mas eu consegui ouvir.

—O que? — Projetei minha voz da forma mais clara possível, mas ela ainda deu uma vacilada pela falta de uso. Ela olhou pra mim surpresa — O que pode acontecer se eu não me mantiver saudável? — Minha voz vacilava, por mais que eu tentasse fazê-la soar constante.

—Não se preocupe com isso, por enquanto. — ela abriu um sorriso tão falso quanto verdadeiro, se é que isso é possível. — Estou indo. Até mais tarde.

Ela se virou sem dar explicações e saiu me deixando confusa e sozinha naquele quarto ambientalizado.