Agora faltam apenas alguns quilômetros até a casa de minha tia.
Não sei se Chaeryoung está lá, mas senti que precisava visitá-la. Já havia se passado mais de um mês desde minha última visita à Busan e presenciar as visitas diárias de WonYoung à Minju acabava sempre me deixando melancólica.Sei que Sakura ficará furiosa comigo, afinal uma das primeiras coisas que a cartomante e ela me disseram foi que eu não deveria fazer esse tipo de viagem de longa distância. Poderia estar fraca de mais e acabar sucumbindo no meio do caminho, mas... A saudade não perdoa, nem mesmo aos mortos.
Imagino se Chaeryoung também sente minha falta, ainda... Nos primeiros meses eu tive certeza, mas agora, que já se passaram sete anos... Eu já não sei.
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Não vemos Chaeyeon há mais de uma semana.
No inicio achei que Chaeyeon havia apenas saído para uma volta em Seoul, como no dia em que vimos Minju se jogar do último andar do colégio, mas não. Parece que ela foi mais longe.
Tenho medo de que algo tenha acontecido à ela e peço todos os dias para que ela volte intacta.
Enquanto isso, treino com Yujin as mesmas coisas que Madame Yun me ensinou quando comecei a despertar minha percepção.Minju está sentada em um canto, hoje não há nada que ela possa fazer e ela também não tem a mínima vontade de inventar algo.
Me pergunto em silêncio o que estaríamos fazendo se Chaeyeon estivesse aqui, mas minha pergunta não precisava de uma resposta.
Mal passaram-se segundos que minha mente se fixara no assunto, ter que desprender-se, pois a mesma acabava de passar pela porta.
Os olhos de Minju e Yujin se levantaram, como os meus, ao rosto pálido e desprovido de emoções de Chaeyeon.
Ela sentou-se em um dos bancos da grande mesa de madeira, junto a uma flor que não conseguia me lembrar se fora EunBi ou WonYoung quem trouxera.
Chaeyeon tomou a flor em mãos, pegando seu caule com delicadeza. Utilizando a ponta dos dedos, ela retirou uma das pétalas da flor e deixou-a sobre a sua palma, encarando-a por alguns segundos.。・°°・💮・°°・。
—Estávamos preocupadas com você... – Sakura disse – Onde estava esse tempo todo, Chaeyeon?
—Fui dar uma volta... – Soprei a frágil pétala, fazendo-a voar para fora de minha mão – E usei esse tempo para pensar.
Antes da pétala atingir o chão, estiquei minha mão como se fosse pega-la, porém estava distante de mais para conseguir. Com um leve movimento, precipitando minha mão para cima, aquela delicada pétala de rosa branca voltou a subir, o ar dobrando-se ao meu comando para impedir que a pétala caísse.
Fiz com que ela fosse perto de Yujin, que olhava maravilhada a dança da pétala pelos ares, por Sakura, que parecia incrédula porém feliz, e, por fim, fosse até Minju, que permanecia inerte, mas observava curiosa meu avanço repentino.
Quando a pétala chegou até ela, deixei que caísse em sua mão, que logo se fechou ao redor da mesma. Me lembro dela ter dito que rosas eram as flores favoritas de sua irmã, e eu pensei que perdesse animá-la assim. Ela apertou a pequena pétala contra o perito e fechou os olhos, provavelmente deixando sua mente viajar até o rosto doce da jovem WonYoung.
Estiquei-lhe a rosa inteira. Seus olhos brilharam ao se abrir e admirei tal reação. Será que meus olhos, alguma vez, brilharam depois de que eu morri?
Minju esticou a mão e tocou as pétalas da rosa com tamanha delicadeza, que me chocou o que aconteceu a seguir.
As pétalas da Rosa se tornaram gradativamente vermelhas, como se estivessem sendo tingidas por sangue fresco, e seu caule se tornou preto, como se mergulhada em escuridão.
Soltei a rosa no mesmo momento, devido à sensação de queimação provocada pela transformação da flor.
Assustadas, Minju, Yujin, Sakura e eu, observamos em silêncio a rosa de cor escura, similar a própria morte, que jazia viva no chão.
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Heaven Is A Place Full Of Nothing - ChaeKura [EM HIATUS]
Fiksi Penggemar"Os filmes ensinam que, quando morremos, não vemos nada, exceto um luz branca forte. Não é isso o que acontece. Bem... Talvez seja, com pessoas que morrem e vão para o além, seja lá onde for. Mas, comigo, não foi assim... Eu pude ver meu sangue, luz...