Heaven Is A Place Full Of Nothing - ChaeKura [EM HIATUS]

Eyes Glow

—Brilho no olhar, ChaeWon? Por favor, eu não tive isso nem quando estava viva, por que teria agora que estou morta?

—Chaeyeon, pense. Nós duas estamos aqui por tanto tempo por motivos específicos. — ChaeWon pegou minhas mãos. — Eu sei o meu motivo, que é resolver com a minha mãe tudo que ficou pendente da minha vida passada. E acho que descobri o seu.

—E qual seria? — eu já havia entendido do que ela falava, mas não ia me dar por vencida. Aquilo parecia algo impossível.

—Você não é boba, me entendeu que eu sei. Mas já que prefere assim, vou falar tudo que tenho direito, está ouvindo? — fiz que sim com a cabeça. Havia sido uma pergunta retórica, ela continuaria de qualquer forma, mas era melhor apressar as coisas. Ela continuou: — Posso não ser a maior expert no assunto, mas acredito que, quando duas pessoas nascem para ficar juntas, isso vai acontecer, de uma maneira ou de outra. Queiram essas pessoas ou não, Chaeyeon. Eu vejo como os olhos dela brilham quando olha para você, e como os seus brilham quando olha para ela. Pode ser difícil, mas não é impossível, e muito menos errado, caso você realmente se disponha a tentar.

—ChaeWon- — Tentei falar mas Minju me interrompeu

—Chaeyeon, não negue. Até eu consigo ver.

—Tá vendo só! — ChaeWon tomou um ar de convencida — Negar só vai dificultar tudo. Aceite logo! — ChaeWon apontou discretamente para trás de mim, onde Sakura atendia a mais um cliente, um pouco distante de nós — Antes daquele cara chegar ela tava com o caderninho das anotações, eu vi quando ela olhou pra cá, olhou pra você, e sorriu.

—Estou morta, ChaeWon. Não tenho sentimentos, não tenho sensações, não sinto fome ou sono e meu olhos não brilham. — enfatizei — Eu e ela não podemos sequer nos tocar, ChaeWon. Se vocês acham que viram algo nos meus olhos, foi apenas um delírio de vocês.

—Tá bom então. — ChaeWon insistiu — Mas, me diz, desde que chegou aqui não tem se sentido mais leve? Não tem se sentido mais feliz, mais viva? Me diz, Chaeyeon.

—Isso é um efeito do elixir roxo, não?

ChaeWon riu e foi logo acompanhada por Minju, no entanto eu continuava com a feição imparcial.

—Daqui a pouco você vai tentar fazer eu acreditar que esse elixir também faz a gente conseguir voar e levitar coisas. — ChaeWon disse divertida em meio um resto de risadas

—Voar eu não sei, mas levitar coisas a gente pode. Não por ajuda do elixir, mas a gente consegue, sim.

As risadas de ChaeWon cessaram imediatamente dando lugar ao seu lado curioso. Ela se inclinou para frente, mais para perto de mim, com os olhos brilhando.

—Você consegue levite coisas?

—Apenas coisas leves, por enquanto. — resondi — Sakura e sua mãe me disseram que é apenas questão de treino, e eu não tenho tido do tempo para isso...

—Sobre o que vocês tanto conversaram o dia todo? — Sakura perguntou apoiando-se na mesa atrás de mim

—É verdade que a Chaeyeon pode levitar coisas? — ChaeWon perguntou, ainda maio abobada.

—Sim. — Sakura confirmou — A ultima coisa que ela fez levitar foram pétalas de uma rosa. — após completar a frase, virou-se de frente para Minju — Lembra-se disso, Minju?

Ela hesitou, mas logo assentiu.
Claro que se lembrava, acho que não teria como se esquecer do dia em que uma rosa vermelha enegreceu ao seu simples toque. Apenas em pensar no ocorrido, a parte de minha mão tocada pela rosa ardia novamente.
Abaixamos a cabeça ao mesmo tempo, ambas olhando para as próprias mãos, o que chamou a atenção das outras duas presentes.

—Não foi culpa de nenhuma de vocês o que aconteceu aquele dia, fiquem calmas. — disse Sakura — Apenas foquem que agora Minju está bem e sua mão não tem nenhuma marca, Chaeyeon. — sorriu. — Vou fechar a loja agora, mas que tal testarmos o novo elixir que criaram?

Levantei minha cabeça na mesma hora.

—Nos não terminamos, está incompleto.

—Leia as anotações de novo. — Sakura piscou um dos olhos e se afastou em direção à porta, indo fechar a loja, como havia dito.

Levantei-me também é fui em direção à mesa onde tinha deixado o caderno, imediatamente pegando e abrindo o mesmo. No fim de minhas anotações, em uma letra completamente diferente da minha, aparentemente de alguém não tão habituado ao hangul, havia anotado o nome de outras duas ervas nas quais eu se quer havia pensado.
Olhei para Sakura na porta.
Ela se virou de frente para mim e sorriu, seguindo para a cozinha.

—Vamos?