116° Capítulo

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Virei na boca a corona que acabei de comprar na barraca e fiquei remexendo só a cintura e o cabelo ia no movimento juntinho, no ritmo do 150bpm.
De início eu fiquei um tanto retraída mas logo fui me soltando.
Hellen: Não é só cara não. Não tô prestando não! -Cantarolei pondo a mão no rosto, música cretina de um cretino, que gruda na mente.
Yara: Ai, inferno! -Reclamou bufando.
Hellen: O que houve já?
Yara: O outro me chamando com o olhar, gordo filho da puta.
Hellen: Vai mulher, é teu marilove. -Zombei- Te viu linda, quer fazer as pazes.
Yara: Já volto amiga, sai daqui não.
Eu permaneci paradinha na minha, bem tranquila só observando tudo. Pelo perfume eu já reconheci quem se aproximava, Herbert me grudou por trás e me abraçou.
Herbert: Tá linda! Cadê a Hellen colega? -Zombo.
Hellen: Ah, seu sem graça!
Herbert: Bebe mana, tá murchinha de cerveja eu vou te controlar, bebe cachaça.

Só fui! Desce vodkinha do mau.
Yara voltou com lança perfume, balde de Corona e um sorriso largo de ponta à ponta.
Tem casal que é mesmo foda eu acho lindo esse briga, se acerta, chuta o balde, se ama, busca o balde...

Conforme a bebida ia descendo, a cabeça ia girando já e a vista ficando turva. Tanto tempo sem tomar um algo quente que me pegou rapidinho, sem nem perceber eu estava no auge do embrasa.
Hellen: Hoje em dia é só rolé, escutando o Poze do rodo. -Cantarole rindo à toa, dançando e jogando o cabelo pra trás- Tu entendeu ou num entendeu?

Meu bloco estava lindo jogando bem mesmo, sem babado algum. Completei meu copo com mais energético e disse que, seria o último; quero morrer não eu sou muito nova pra isso, eu tenho visto muita gente perdendo a vida com bagulho de coração, parada cardíaca...

Pegaram na minha mão e me levaram, eu só fui perceber quando cheguei num lugar para fazer xixi, Herbert que me arrastava. Enquanto ele foi, eu dançava dali mesmo, de leve pra não passar vergonha e nem extrapolar.
Ouvi um psiu, olhei para o lado e sorri.
Sandro parado, balançando a cabeça me cumprimentando na maior postura, eu o retribuí com um sorrisinho maledicênte. Como ele estava gato! Puts!
Lembro bem das nossas conversas, estamos bem amiguinhos ultimamente, parece que estamos tendo a intimidade de antes e fez parecer que a essências de tantos anos atrás não acabou, pelo andar da carruagem ainda somos os mesmos.

Ele vinha na minha direção com uns quatro homens que vivem com ele, eu disfarcei mas já sabia com quem ele iria falar.
Tinem: Fala trem, tá perdida aí?
Hellen: Tô esperando o meu amigo. -Digo da forma menos beba possível.
Tinem: Ah tá pô, suave, cheguei agora pra curtir esse bailão
Hellen: Está certo! -Digo sem graça.
Tinem: Vou da um rolé e depois nós se esbarra.
Hellen: Com certeza!!! -Reforcei com malícia.

Ele deu uma puta de uma piscada, de foder o psicológico de qualquer uma. Ai Sandrinho... Por que você está tão gato hoje? Por que somos amigos? Nada mal que uma amizade colorida podia surgir, porém se manca Hellen!!

Voltei ao meu lugar já dançando. Até então eu estava muito bem, me sentindo legal até com o nível da bebida.
(...)

Essas músicas são de machucar, é uma avalanche de sentimentos percorrendo meu core mas algumas eu cantei bem mesmo.

Hellen: Dá uma chance pra mim, sei que você tá afim sei que quer sentir o meu sabor, para de brincar com nosso amor , oô oh... -Berrei enquanto gravava um vídeo.
Yara tinha ido ficar com o marido e eu aqui grudada na minha bicha.
Herbert: Mas tive que te conhecer quando eu sinto eu sinto e não da pra entender...
Hellen: Essa troca de energia entre eu e você, dá uma chance que eu faço valerrr!! -Berrei

Eu bem mesmo cantando quando Yara passou e me chamou, fui com ela porque eu vim com ela e não iria abandona-la.
Yara: Fica aqui até o show terminar.
Mais gente...ela estar agarrada e eu de vela!!! Como assim? Yara é uma cretina.
Não demorou muito senti uma mão na minha cintura, olhei pro lado e dei de cara com aquela boquinha, repreendi na hora.
Tinem: Falar contigo. -Pronunciou meio que já me levando.
Só fui. Ficamos por ali mesmo, do alto num cantinho mais tranquilo.
Hellen: Fala aí? -Pronuncío meio que esperando ele dizer.

Ele enlançou um de seus braços na minha cintura enquanto sua mão grudou na lateral do meu maxilar...puta que pariu! Não deu pra correr, ele me cercou legal. Seu hálito quente se aproximava cada vez mais da minha boca, de uma vez só seu lábio macio grudou no meu.
O beijo era o mesmo; ele invadiu a minha boca numa sintonia mais que perfeita, à chupada na língua, a mordida no lábio...era tudo igual, TUDO! Eu me entreguei por completa, aquele beijo era tudo de bom. Mesmo depois de tantos anos, era a mesma coisa só que ainda mais gostoso até, a única diferença era a espessura da língua, era de fumante.
Abri os olhos tonta já, impactada.
Tinem: Eu tinha que fazer isso. -Justificou sério.
Eu o respondi com outro beijo. Eu hem, despediço a oportunidade nada.

Eu sei que eu fiquei ali um tempão, ele grudou a mão na minha cintura e não deixou eu sair dali. E eu nem queria sair também.
Ele era fã do menino e cantava todas as músicas, até as que eu não sabia. Eu particularmente só conheço as que tocam na rádio.
Tinem: Preciso te beijar, te abraçar, te namorar. Me diz o que vai ser de nós?

Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora