177° Capítulo

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Narração: Hellen

QUINTA-FEIRA

Dei um beijo nas crianças e saí da sala da Dandara cruzando a cozinha e parando ali no espelho. Hoje meus bebês estão curtindo festinha do pijama e a mamãe vai curtir pistinha.
Hellen: Põe essas crianças pra dormir, senão vão madrugar. -Digo rápido, dando um confere no espelho.
Dandara: Deixa eles, vai curtir vai.
Hellen: Vou mesmo, beijos. -Retruco sorridente, entusiasmada.
Entrei no carro do dando um sorrisinho pro Jabá e me ajeitando no banco. Hoje eu aceitei sair com ele depois de quase uma semana inteira me chamando...hoje eu dei um sim pra esse homem.
Eu não quero que ele crie expectativa sobre mim, não quero que ninguém se iluda, eu mesma não quero firmar vinculo com ninguém também... Não faz nem uma semana que eu dei tempo numa relação de quase quatro anos e eu não vou mergulhar em outra assim tão rápido, até porque eu não quero machucar os outros, e não quero me magoar também. Eu não acho justo isso justo! Com nenhum dos três.
Eu fiquei com ele no sábado porque eu senti vontade, foi uma necessidade quase que irresistível foi um momento de pura vulnerabilidade da minha parte mas isso não quer dizer que vamos ter à mesma relação que tivemos há anos atrás.
As coisas mudaram, eu mudei, ele mudou...

Não faço a mínima ideia de onde estávamos indo às 01h30 da manhã mas, quando ele pegou o retorno da Ilha, adentrando no Parque União e atravessando para a Nova Holanda... Ele deixou o carro um pouquinho distante e logo desceu do carro, sem nem se pronunciar.
Pagodinho da BT me pega hoje, mesmo não achando legal essa de desfilar com outro macho. Apesar de que o Sandro e a tropa de lá nem vem para esses lados daqui mas há um certo conceito com certeza, vai que...
Caminhávamos separados e eu digitava no bloco de notas só para manter minhas mãos ocupadas, eu não queria enrosca-las a mão dele. Não mesmo. Mas, eu também não queria ser uma estraga prazeres até porque já tínhamos chegado aqui, mas eu também não iria pagar de namoradinha dele...
Entra ano, sai ano e eu só me meto em furada! Tenho mestrado e doutorados em fazer merda.

Ele pegou na minha mão e fomos em meio a muvuca, paramos numa calçada altinha enquanto ele foi buscar a bebidas. Pagode pra mim só combina com cerveja, nenhuma outra bebida desce.
O grupo de pagode já tocava uma melação e eu só conseguia prestar atenção no ambiente e em qualquer movimentação que tinha aquele pequeno cruzamento de ruas.

Virei a long neck de Heineken na boca dando um gole esperto. Eu não tinha muito o costume de vir para os lados de cá ainda mais aqui na NH, há alguns anos atrás de quando era bom o baile do meu pai, eu vinha tanto com as meninas, não tinha nem maldade... Já no P.u frequentei poucas vezes mas eu tenho lembranças tanto marcante que porventura eu não gosto nem de lembrar, que me destrói.
Hellen: Mas se eu me canso e te deixo pra lá, diz que muda pra me impressionar... -Gungunei só pra mim; passando coisas na minha mente- Suas atitudes me fazem pensar, será que vale a pena eu te perdoar??
O erro essas músicas nostálgicas.

Jabá era tão reservado e eu gostava muito disso nele não era de se exibir e também não ficava me agarrando... Só nós dois mesmo, resolvi tranquilizar e curtir à nossa noite.
Nos intervalos tocava funk e eu dançava bem discreta remexendo só a cintura.
(...)

Acabei gostando da minha noite e por volta das 04h da manhã só tocava funk eu estava zonzinha de Heineken e ele no embrasa também.
Hellen: Vou ali no banheiro rapidinho. -Aviso-o; ele assentiu mas foi fazendo a minha escolta com os olhos.
Esperei alguns minutos para entrar no banheiro e ao conseguir tive que fazer xixi no chão e aproveitei para ver o meu estado e tirar algumas fotos, eu estava intacta! Bateram na porta do banheiro e reclamaram obviamente algo que eu não consegui bem ouvi, eu berrei -espera! Eu hem.- ao sair duas meninas estavam com o maior bicão na porta aguardando, não tive nem por onde passar. Jabá esticou um dos braços com o G-chok e dedeiras completando seu vulgo, nos dedos, com o fuzil pendurado esbarrando numa delas, eu peguei na mão dele e saí dali, ficaram bem quietinhas. Eu acho isso um baita de um abuso, a pessoa fica em pé na fila um tempão e não pode ficar cinco minutos no banheiro? Eu hem, aguarda na disciplina mores!
Jabá: Quer tomar mais um balde ou já quer se adiantar? -Pergunta enquanto andávamos.
Hellen: Você que sabe, tanto faz.
Jabá: Então bora?
Hellen: Vamos sim.
Ele passou num ponto específico para falar com um pessoal, aonde eu senti um frio, era só alguém abrindo o frigorífico que tinha ali, e logo fomos caminhando até o carro.

Adorei à minha noite, mesmo de inicio eu ter ficado com uma puta insegurança, acabou que a postura que tomamos foi de amigos.
Minha barriga discutia comigo, não sei quem estava mais puta, se era eu ou à bendita fome. Soltei um bocejo, cheia de sono também, ih, estressada.
Hellen: Ai, ai! -Digo; apoio a mão na lateral do rosto e o cotovelo no vidro do carro.
Jabá: Qual foi doida? Maior bicão aí, tá bolada?
Hellen: Nada não só estou com sono, essa cerveja me derruba completamente.
Jabá: Podia ter falado pô, eu trocava num falou nada; quer comer alguma parada não?
Hellen: Quase cinco da manhã, após litros de cerveja você me faz essa pergunta... -Desdenho- Pergunta se macaco quer banana amor?!!! -Zombei.
Jabá: Brabão!
Hellen: Meu humor vai até mudando devido a fome, puta merda. -Replico.
Jabá: Papo reto, mulher com fome é mais ignorante que cintura de bandido.
Hellen: Ah! Bem mais... -Afirmo.

Fiz um pedido de comida para viagem e fiquei aguardando sentada dentro do pequeno restaurante que já se encontrava vazio, e não demoro muito o garçon me entregou e fomos embora. Jabá pegou a pista, fez o retorno e seguimos para o Complexo. Fui com a cara no celular olhando alguns status no WhatsApp.
Jabá: Fodeu!!! -Exclamou num tom apreensivo.
Olhei para à frente e puta merda... Gelei na hora e minhas mãos suaram.
Meu único pensamento fora nos meus filhos... Nada mais.

Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora