149° Capítulo

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EM CASA

Meu celular não parou um segundo sequer, e as msg eram basicamente as mesmas.
"Parabéns mamãe"
"Que venha com saúde"
"titia ama..."

Pedir para o Sandro ficar de bico calado é a mesma coisa que dizer: Vai lá amor espalha pra geral, coloca num outdoor.
Ele é d+++. Ninguém segura ele. Foi só eu sair da clínica que o celular não parou mais, mas eu estou CONTENTE PRA CARALHO. Eu até tento fazer a linha muito tranquila, poupar as emoção mas é difícil, a minha ficha ainda não caiu.

Não enxerguei bem na ultrassom, ainda é um pontinho mas estar aqui com pouquinhas semanas, caminhando para os três meses e enquanto não completa o primeiro trimestre eu vou me resguardar pelo meu pontinhos de luz. Não quero correr o risco de algo ruim nos acontecer, eu não posso perder essa criança. Esse não.
Para não dizer que não contei a ninguém eu consegui avisar a minha tia, a única que deu tempo antes do Sandro fazer isso por mim.

Fiz o almoço e ainda cochilei bastante, quando me levantei me arrumei para a comemoração de boas vindas da Pietra mais tarde na chegada delas. Fui de moto até o bronze e fui recebida pelos abraços da minha bicha.
Herbert: Parabéns irmã, agora vai, na fé! Vocês merecem.
Hellen: Obrigada!! É a nossa ligação eterna mesmo, pra não separar nunca mais. -Digo embasbacada.
Herbert: Com certeza! Nem fodendo vocês desgrudam mais, já estava escrito.
Hellen: Pois é! A questão é que temos tão pouco tempo juntos que sei lá, eu não entendo muito bem mas eu aceito.
Herbert: Questão de quê? Não tem questão nenhuma, vocês tem tempo suficiente juntos e esse bebê vem pra fortalecer ainda mais.
Hellen: É, pode ser que seja mesmo.
Herbert: Espero que você não enlouqueça que nem Brenda, no início tudo lindo e flores, hoje ela arrumou uma pessoa pra olhar o garoto e quase não fica com o bichinho, finge que nem tem filho.
Hellen: Complicado, ela teve o quê, depressão?
Herbert: Depressão o que Hellen, maldade, lei do retorno! Agora inventou de sair com miliciano, vive pelos lados da Zona Oeste. -Comentou- Me pede pra olhar o Richard dez horas da noite e só volta na tarde do dia seguinte, putaria né?!
Hellen: Tem gente que é maluca, se arrisca por tão pouco né?! Tudo bem que ela não ganha porra nenhuma da boca mas é a vida dela, se os cara do morro souberem aonde ela se mete, dá ruim.
Herbert: Eu falo, não quer me ouvir... Depois vem com cara de Madalena arrependida dizendo: Você estava certa!
Hellen: Oh, eu sei bem como é. -Digo sorrindo- E como sei!
Herbert: Aprendeu né irmã? Mamãe ensinou a largar a burra. -Dizia toda convencida.
Num pode dar confiança que quer se esbaldar.
Fiquei pouco por lá e logo brotei na Yara. Não quero ficar perambulando não.

A bebê já tinha mudado bastante estava menos inchada, os cabelos todo enroladinho...uma gracinha essa minha afilhada.
Yara: Minha filha abriu seus caminhos viu, agradeça a ela com uma cadeirinha eletrônica que balança. -Disse na maior cara de pau, safada!
Hellen: Vou ter que concordar contigo mas agora, vender a sorte da menina é sacanagem.
Yara: Era só um priminho pra Pietra... -Insinuou.
Hellen: Eu nem sei qual sexo eu quero, meninos eu já tenho muitos... -Comento.
Yara: Vou apostar no menino.
Porchat: Então quer dizer que vem um Tinenzinho aí? -Exclamou zombeteiro.
Hellen: Ou Hellenzinha né!!? -Reforcei.
Porchat: Meu parceiro merece; tá vindo aí ele, todo empolgado passou lá na boca lá avisando que ia descarregar o pente.
Hellen: Alguém segura ele porque o homem está num alvoroço só.
Porchat: Tem que comemorar mesmo pô.

Eu podia beber uma cervejinha mas eu não quero ficar com a consciência pesada, tomei água. Sandro chegou e ficou um pouco com a Pietra no colo, treinando.

Eu não estava me sentindo muito bem, decidi ir embora mas antes me despedi do pessoal.
Yara: Some não, vem me ajudar porque eu não sei fazer nada. -Murmurou.
Hellen: Toma vergonha mulher!
Tinem: Fica aí amor, depois eu te levo. -Diz enlaçando o braço no meu pescoço.
Hellen: Ah não! Quero dormir, estou enjoada... Depois tu passa lá.
Tinem: Suave, presta atenção na rua hein.
Hellen: Teu filho estar aqui dentro, eu hem, eu sei bem.

Fui pela rua pilotando de vagar, sem pressa eu estava observando a viatura que vinha lentamente atrás de mim, pelo retrovisor. Joguei a moto para a esquerda e sem enxergar o que acontecia eu senti a porrada do guidão na boca do meu estômago. A moto virou com tudo, eu ainda tentei equilibrar mas foi em vão. Caí no chão mas joguei o joelho no intuito de proteger a barriga.
Hellen: VAGABUNDA! DESGRAÇADA!!! -Berrei; a cretina da kissya sorria ainda em cima da moto.
Kyssia: Estamos quites agora! -Diz- Tudo o que você faz, um dia volta pra você!!! -Debocha.

Ela saiu pilotando mas pararam ela. Me deu uma náusea braba, vomitei muito por ali mesmo, me fez até lembrar quando eu fui parar na boca com a Brenda.
— Teu marido tá vindo aí já pô, tu está bem? —Pergunta um cara.
Hellen: Não... Não sei, eu Sextou grávida! Estou zonzinha... -Falei com dificuldade, passando a mão no rosto.
Kissya: Bati de frente com ela sem querer pô, ontem d'ontem ela me fechou e ninguém falou nada, ninguém foi perguntar se eu estava bem, tô toda ralada até hoje ó. -Reclamou, mostrando os hematomas.

Sandro chegou com o bonde todo dele vindo na minha direção, ele estava desesperado.
Tinem: Como tu está? Tá tudo bem contigo?
Hellen: Tô bem cara, leva minha moto aí que eu vou dirigindo.
Tinem: Vai dirigir o que cara, entra lá no carro que eu vou resolver essa porra. -Disse puto pra cacete.
Me levou até o carro e fechou a porta.
Ele saiu andando a direção de onde a escrota, tirando a pistola da cintura e já chegou dando um empurrão nos peito dela.
Hellen: Ai meu Deus, desnecessário... -Exclamei mesmo sem muito ânimo- Sandro vem aqui.

Me ajeitei no banco do carona com a barriga latejando um pouco aonde bateu o guidom. Senti um algo gelado olhei para baixo e pude ver vestígio de sangue...minha vista já estava turva, eu estava lenta.
Eu estava perdendo...o meu bebê.
De novo não...

Amada Amante🔥❥ CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora