Suspicious Partner

no coffee

- Eu tô bem.

Stiles respondeu a pergunta de sua irmãzinha, que tinha um copo de café em suas mãos.

- Mas... você tem certeza que não quer?

Ela estranha que a pessoa que ela conhece melhor do que ninguém não queira seu conforto, ou melhor o conforto de um belo e quente copo de café.

- Eu já disse que estou bem. - ele se levanta.

Stiles se encontrava em seu apartamento, ele tinha um curativo pequeno ao lado do beiço e um sorriso mal feito no rosto. Depois do que houve, ele só conseguia pensar em uma coisa...

- Amor!

Malia gritou ao vê-lo, a garota estava preocupada desde que soube do acontecimento no apartamento de Lydia. Ela correu para os braços de seu namorado e pode sentir que ele não cheirava a cafeína.

- Como você está?! Se machucou? E por que está cheirando diferente? - o encheu de perguntas.

Stiles nem teve tempo de responder a primeira e foi interrompido por Allison, que ainda estava ali morrendo de preocupação.

- Ele não quer café. - o dedurou.

- Meu deus, Stiles. Você está bem? - ela diz, chocada.

- Por deus, eu estou bem!

Stiles gritou, deixando as duas em silêncio. Começou a andar para seu quarto, já ficando agoniado com Allison e Malia, que o seguiam.

- Bem, então... Você precisa de alguma coisa? Quer ver algum filme ou... Sei lá, conversar sobre?

Malia tentava puxar algum assunto, pois mesmo tendo ouvido o que seu namorado havia dito, não acreditava. Stiles finalmente achou seu casaco e respirou fundo.

- Eu preciso ficar sozinho. Será que posso?

Ele diz, com um olhar debochado que Malia tentava não levar para o fundo do coração, sabendo que ele só estava passando por um momento difícil.

- Não. Stiles, você não pode ficar sozinho agora.

O moreno volta para a sala, colocando seu casaco, as mesmas o acompanham.

- Eu pareço uma criança pra você? - pergunta, irritado.

- Stiles, ela só quer ajudar. - Allison disse, preocupada até com o relacionamento do irmão, que ele poderia arruinar em questão de segundos.

- Eu não preciso de ajuda, eu estou bem!

Soltou um berro, que assustou as duas. Mesmo que ele fosse mal humorado, rude e teimoso, Stiles não era de levantar a voz, ainda mais com sua irmã ou muito menos sua namorada.

Ele respira fundo, tentando se acalmar.

- Eu só... Eu preciso que vocês me deixem sozinho por algumas horas, ok?

O detetive nem ao menos esperou que elas confirmassem ou então discordassem, apenas abriu a porta e saiu, as deixando lá.

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- Ai!

Lydia sentiu seu dedo pulsar de dor assim que o bateu na sua nova mesinha que ficava no meio da sala, substituindo a velha que foi quebrada no outro dia.

Ela segurava o dedão e toda a sua raiva explodiu, ela chutou a mesinha novamente, afim de derruba-la, mas a mesma apenas continuou ali, intacta. Já o pé de Lydia, não se pode dizer o mesmo.

Ela gritou de dor e caiu no chão. "Deus, eu sou tão estúpida.", pensou. Lembrou-se do que acontecimento, e toda sua frustração voltou a si, ela começou a chorar. Se sentia mais estúpida ainda, por estar chorando do nada, seu dedo sangrava mas a dor não era do mesmo, e sim emocional.

Stiles subia os degraus do apartamento de Lydia, lembrou de tudo, de todos os seus erros. Lembrou da bronca que levou de seu pai bem na entrada, lembrou da suspensão que levou bem no meio da bunda. Chegando perto da porta, ele começou a ouvir choros, e sua primeira reação foi correr para dentro do apartamento.

Ele ficou confuso, viu Lydia no chão, agachada com a cabeça abaixada, chorando desesperadamente. Assim que ela percebeu sua presença, começou a chorar ainda mais.

- O que houve??? - ele perguntou, preocupado. - Aiden fez isso? Ele te fez chorar?

Stiles sentiu seu sangue ferver, e sua mão tremer de vontade para socar o namorado de sua parceira. Ela não o respondeu, não conseguia, de tanto chorar.

- Lydia, eu juro por deus se ele te fez chorar...

Ele se aproximou e se agachou na altura dela, e ela respirou fundo, querendo falar.

- Eu bati o meu dedinho do pé. - explicou.

Stiles nunca esteve mais confuso em sua vida inteira, olhou para os pés da ruiva, suspirou, aliviado.

- Misericórdia. - murmurou, e se levantou.

- Aonde você vai? - pergunta, assustada.

- Procurar curativos.

Stiles volta, com uma caixa de socorros na mão. Lydia já havia se controlado, mas seu rosto ainda estava molhado por conta das lágrimas. Ele se agachou novamente, sentado de frente para ela e puxou seu pé para si.

- Ai! Cuidado. - ela reclamou.

Stiles riu baixinho.

- Você realmente deveria trancar a porta, sabia?

Lydia não foi capaz de dizer nada, mas isso é porque não sabia o que dizer. Preocupado, ele tenta saber o que está acontecendo.

- Então... Você não está chorando por causa do dedinho, né? - pergunta.

Ele joga um pouco de álcool, para limpar a ferida, e em seguida a seca. Lydia resolve falar.

- Boyd. - ela diz, séria. - Hoje foi o seu funeral.

Stiles também estava ciente disso. Ele colocou a pomada por cima do machucado, a ruiva fez uma careta, ainda doía.

- Desculpa. - disse, baixinho. - Como você tá?

Ela estranhou, não estava acostumada a ver esse tipo de coisa.

"Esse tipo de coisa": Stiles sendo carinhoso e gentil.

- Por que se importa? - ela pergunta, quase rindo.

- Eu não me importo. - tentou disfarçar. - Só estou curioso.

Ela sorriu, e ele franziu a testa, apertou de leve o machucado de propósito para irritar ela e tirar aquela sensação.

- Au! Stiles! - ele riu.

- Vai me dizer como está ou não?

Ele prepara o curativo para o dedão. Lydia revira os olhos e arruma o cabelo.

- Eu não quero conversar. Eu quero beber, pra ser sincera.

Stiles se choca, ele não esperava que Lydia fosse assim, pensava que geralmente as meninas gostariam de conversar sobre seus sentimentos. Mas não Lydia.

- Sério? - perguntou, de boca aberta.

- É. Bebida faz você esquecer. Conversar é lembrar. - explica. - E aí, o que acha?

- O que?

- Vamos sair pra beber. Ou tem algo melhor para fazer?

Pensou e sem sombra de dúvidas ele tinha algo melhor para fazer. Finalizou, colocando o curativo com cuidado na ferida e se aproximou da ruiva, ajeitou sua perna.

- Está bem, Martin.

Ele limpou o rosto dela com delicadeza, e as lágrimas haviam ido embora.

- Vamos ver o quão forte na bebida você é.