Suspicious Partner

you're dead

- O que é?

Malia não sabia como começar aquela conversa, estava com medo pois ela sabia que estava certa e isso não era bom. Se ele confirmasse que ela estava correta, seria o fim.

Ela não estava pronta, mas era preciso.

- Stiles, eu não entendo porque você continua correndo atrás de mim quando tem sentimentos por outra pessoa.

Stiles desceu suas sobrancelhas, confuso.

- Eu não estou te entendendo.

- Você gosta da Lydia. - ela disse, parecia simples.

Ele deu uma risada enorme, nem estava forçando por mais incrível que parecesse.

- Só porque eu tive uma crise mais cedo não quer dizer que eu esteja apaixonado por ela, Malia. Ela é minha amiga, eu estou chateado do mesmo jeito que ficaria se acontecesse algo com você.

- Não me faça sair como louca aqui, Stiles. Eu te conheço. E infelizmente, eu estou certa.

Stiles segurou sua mão, tentando a acalmar.

- Malia, me escuta! eu não tenho nada com Lydia.

- Não, você me escuta! - ela retirou sua mão. - Eu te odeio por cada vez você olha pra ela. Toda vez que você olha pra ela tem um brilho no seus olhos... Eu sei porque era assim que eu queria que você me olhasse! Desde o colegial, Stiles. Eu sou apaixonada em você desde o colegial e você nunca me olhou desse jeito.

Ele ficou em silêncio, estava a escutando e continuava negando as coisas que ela dizia. Olhar? Brilho? Do que ela está falando? Ele se perguntava.

- Eu realmente não sei do que você está falando.

- Você se exaltou no hospital 2 vezes como se fosse o namorado dela, me fazendo pagar uma vergonha enorme na frente de todos.

- Eu me exaltei porque ela estava morrendo, você não se exaltaria?

- Você disse que não podia perder ela! Você olhou nos meus olhos e eu podia ver que se ela morresse uma parte de você morreria também.

- Ok, você está exagerando... - ela o interrompeu.

- Você é um idiota, sabia disso? É formado como um detetive bem sucedido, tem fama de inteligente e já ganhou vários prêmios por descobertas, mas é o mais burro quando se trata de amor!

- Eu não tô apaixonado! Ela é minha amiga e eu me preocupo com ela, nada mais que isso.

- Tá bem, Stiles. Pense o que quiser, não muda o que você sente. Eu estou terminando com você, espero que possamos ser amigos.

Ela foi embora e o deixou de boca aberta, nem ao menos o deu a chance de protestar. Mas o que o deixou apavorado, foi que ele não ligava. Não sentiu absolutamente nada, não estava chateado ou bravo, nada, era como se nada tivesse mudado. Assim como voltou com Malia na noite passada, não sentiu nada. Achou que fosse normal.

Mas então Stiles começou a se perder em seus próprios pensamentos... Com Lydia, ele sentia absolutamente tudo e um pouco mais. Um simples toque, um arrepio. A preocupação obsessiva. A admiração.

Não, não! Não se preocupe, isso é só Malia entrando na sua cabeça. Você saberia se estivesse apaixonado, duh. - Ele pensou, conversando consigo mesmo.

Stiles Stilinski's Point of View.

Eu estava sentindo falta daquela cadeira do hospital. É claro que ela era absolutamente insuportável, desconfortável e fedia a gente morta, mas eu sentia falta. Já se faziam 30 minutos desde que eu me deitei esperando ter uma boa noite de sono, mas a verdade é que eu estou encarando o teto do quarto desde então.

Eu não planejava estar aqui, eu só vim porque Allison me arrastou para vir tomar um banho e implorou para que eu dormisse em casa esta noite. Tá, pare de pensar, tente dormir.

Lydia pode acordar a qualquer hora.

- É, não vai dar certo.

Me levantei, calcei os sapatos coloquei um casaco e fui até a porta, tentando fazer o mínimo de barulho que podia, mas não consegui completar a missão. Lá estava Allison, me olhando com ódio.

- Aonde você pensa que vai? - perguntou, mal humorada.

Ás vezes chega a ser assustador o quanto ela parece estar se tornando uma versão feminina de mim.

- Hospital. Não estou conseguindo dormir, pensei em ir para ficar de olho em Lydia.

- De jeito nenhum, volta pra cama agora. - ela disse, vindo até mim.

- Como é que é?

Minha irmãzinha de 17 anos querendo mandar em mim, o mundo está um absurdo. Ela me puxou para o quarto.

-Lydia não vai acordar, você está passando muito tempo no hospital! Você precisa descansar, mal está dormindo.

- Isso não é novidade, você sabe que eu tenho insônia.

- Sim e por isso deveria tratá-la, não alimentá-la! Amanhã você vai ao hospital, mas agora descanse!

Ela fechou a porta do meu quarto, me deixando sozinho novamente. Eu juro por Deus, o que eu mais queria naquele momento era pular a janela e fugir, mas eu me sentiria um tanto patético e imaturo. Além disso, Allison está certa, eu preciso dormir mais.

Hospital de Beacon Hills - 15h20

Foi muito legal ver todos da delegacia passando para demonstrar compaixão a Lydia. Ela era muito querida, algo que eu odiava mas que neste momento era bom. Sua sala estava cheia de flores, cestas de comida, ursos de pelúcia... Até o meu pai passou para desejar que ela acordasse.

Mas eu vi alguém que eu não estava esperando. Eu me esqueci completamente de tudo o que estava acontecendo, esqueci de qual era o meu emprego, tudo na minha vida por conta do acidente de Lydia. Me esqueci da raiva, da descoberta, da traição.

Scott McCall estava no hospital, olhando para a sala de Lydia, afim de entrar e visitar ela. Meu sangue ferveu, minha cabeça começou a doer, minha mão pulsava de tanta vontade de socar sua cara, até pinicava. Estava tentando me controlar, eu não tinha provas.

Mas eu não pensei, só agi naquele momento.

Andei até ele, sério, com todo o ódio possível junto a mim.

- Oi, Stiles...

Eu o puxei, segurando sua blusa e o impressei na parede com força. Ele estava com uma cara meio confusa, aquilo estava me irritando, como uma pessoa poderia ser tão sonsa?

- Como tem coragem de aparecer aqui, hein?! Seu assassino de merda! - gritei.

- Do que está falando? Eu não fiz na- -

Nem o deixei falar, a raiva estava me consumindo, o joguei no chão e subi em cima dele, comecei a socar seu rosto. Com a força e com a quantidade, não demorou muito para que seu nariz começasse a sangrar, só parei porque os enfermeiros me afastaram dele, me segurando.

- Você fez isso com ela, seu doente! Você tá morto! Eu vou te matar, filha da mãe!

Gritava para ele, que estava se levantando, fingindo não entender nada.

Eu não conseguiria o ouvir negar, eu ouvi s sua voz no telefone, tudo batia, a camisa, a flecha, as luvas, era ele, eu tenho certeza!

- Você tá louco! Eu não tenho nada a ver com isso, Stiles!

- Escuta aqui - eu tentei sair, mas os enfermeiros me seguravam. - Eu vou provar que foi você e você vai apodrecer na cadeia, seu babaca.

- Stiles, eu te juro que eu não tive nada...

Eu só queria o socar de novo, mas como estavam me segurando eu cuspi na sua cara. Ele me olhou, com um sorriso. Era ele, eu tinha certeza.

- Sai daqui agora se não eu vou te matar, tá me ouvindo?

E então ele não protestou. Apenas fez sua atuação de melhor amigo chateado e foi embora do hospital, mas eu podia ver que ele estava sorrindo de costas.