IX - nightmare

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Taeil abriu os olhos e rapidamente se sentou, acordando pela segunda vez naquele mesmo dia. Seu coração estava acelerado. Estava no sofá, ainda haviam restos de biscoitos em cima da mesa de centro da sua sala.
Esfregou as mãos em seus olhos e em seu rosto, sentindo-se exausto.
Colocou-se em uma postura reta e imediatamente soltou um gemido de dor. Com certeza foi por ter adormecido no sofá. Seu pescoço e ombro latejavam. E na cabeça, as imagens de seu pesadelo recente pairavam como imagens de filme de terror.

Abaixou a cabeça massageando suas têmporas. Apertou os olhos com força, escondendo sua cabeça entre os joelhos. A primeira lágrima saiu.
Em seu pesadelo, ele viu a si mesmo. Ele se viu na banheira, na época que ainda a tinha, antes de tê-la jogado fora. E ele estava nela, não havia som algum em qualquer parte da casa naquele momento. O único ruído audível era o de seu choro soluçado e da água enchendo a banheira sem parar, transbordando água para todas as partes do recinto.

Aquilo com que havia sonhado foi sua primeira menção de suicídio de sua vida inteira. A primeira de muitas que ainda viriam.
Mas aquela era a que mais o afetava. Por ter sido a primeira, e por ainda ser jovem e incapaz. Ele sabia que tinha motivo, ao mesmo tempo que não sabia se tinha. Ele estava confuso, seu coração, machucado.
Então, ele afundou.

E acordou.

Recostou-se no sofá encarando o teto cinzento acima de sua cabeça. Respirando fundo ele sentia as lágrimas descerem pelo canto de seus olhos, o coração desacelerava aos poucos, sua respiração fazia o mesmo.

☆゚.*・。゚

O vento frio batia em seu rosto e esvoaçavam as folhas verdes caídas por perto.

Sentado na calçada de concreto que ficava na frente de sua casa, Taeil abraçava suas próprias pernas observando o movimento de algumas pessoas que passavam tranquilamente naquela manhã de seis e meia.

Havia se arrumado antes da hora necessária, então resolveu ficar ali mesmo somente para esperar o horário normal de ir para a escola.

Como sempre, ele ouvia a doce melodia de suas músicas favoritas através dos fones de ouvido.
Apoiou o queixo em seus joelhos, abraçando mais suas pernas a seu corpo. Repousou o seu olhar sobre os pés das pessoas que passavam do outro lado da rua. O vai e vem de sapatos coloridos e sandálias simples. Unhas pintadas e decoradas, outras somente muito limpas e rosadas. Outras nem um e nem outro.

Acho que vou passar no mercado.

Pensou repentinamente, procurando por algo que pudesse fazer passar o tempo enquanto não era hora de ir.

Então se levantou com as mãos nos bolsos e os fones nos ouvidos, enquanto seu olhar continuava nos pés das pessoas ao redor.

Elas provavelmente se perguntavam se ele era um psicopata ou algo do tipo.

be my sun • johnilOnde histórias criam vida. Descubra agora