Já se passava do meio-dia e com isso a fome também chegava. Os dois andaram por várias ruas movimentadas e sequer pararam em algum lugar. Conversavam a maior parte do caminho sobre coisas aleatórias já que com Johnny o assunto era uma coisa que não acabava, aproveitou bastante o tempo fazendo Taeil rir de suas bobagens e piadas sem graça.Porém como nem tudo na vida são flores e passeios, Johnny lembrou que precisava ir para casa organizar os estudos em relação ao seu curso, ele estava preocupado com suas faltas, mas não se arrependia, queria estar com Taeil, afinal.
ㅡ Prontinho, está entregue. ㅡ Johnny sorriu parado em frente a porta. Haviam chegado à casa de Taeil, finalmente.
ㅡ "Você chegou ao seu destino". ㅡ Taeil disse distraidamente.
ㅡ O quê?
ㅡ O seu amigo ㅡ Taeil fitou o maior ㅡ Ele me disse isso outro dia, quando me deixou aqui de carro. Até o comparei com a moça do GPS.
Johnny riu cobrindo a boca com as mãos.
ㅡ Ele é maluco Taeil ㅡ tentava parar de rir. ㅡ Nem tente o levar a sério.
Taeil assentiu rindo pouco.
ㅡ Bem... Você já vai entrar? ㅡ Johnny o encarava gentilmente, as mãos nos bolsos como sempre.
ㅡ Sim... Eu estou morrendo de fome. ㅡ Riu soprado, Johnny abriu um sorriso. Impressionante mesmo era como seus olhos ficavam adoráveis sempre que fazia isso, Taeil havia notado.
ㅡ Eu também estou. E infelizmente tenho coisas pra organizar, isso sim é chato.
Taeil riu baixo. Johnny não tirava os olhos do menor, chegava a ser intimidador, mas não era como se ele conseguisse evitar.
ㅡ Bem... ㅡ Johnny continuou. ㅡ É uma pena mesmo, mas você deve lembrar que as vezes terá de ficar sem mim.
Taeil franziu o cenho como se o outro tivesse acabado de dizer um absurdo. Talvez realmente tivesse dito. Johnny obviamente riu alto.
ㅡ Esse seu lado convencido talvez seja seu único defeito... ㅡ Taeil disse quase pra si mesmo e depois se envergonhou quando Johnny parou de rir e passou a encará-lo sorrindo, de repente ele parecia em outro mundo. Taeil mordeu o lábio inferior, suas batidas estavam fingindo do controle.
ㅡ V-você quer parar com isso? ㅡ Acabou gaguejando, não pôde evitar.
ㅡ Isso o quê? ㅡ Disse em um quase sussurro.
Taeil tentava não o olhar diretamente, mas ainda sentia o olhar do outro sobre si.
ㅡ Okay, eu realmente preciso almoçar. ㅡ Taeil tentava normalizar a situação.
Johnny riu fechando os olhinhos como sempre fazia, Taeil mordeu o lábio com uma expressão preocupada, foi quase inconscientemente.
ㅡ Bom almoço pra você, Taeil.
Taeil sorriu e curvou-se brevemente como agradecimento. Foi em direção a porta e parecia mais que estava fazendo isso contra a própria vontade. Abriu-a e parou na porta olhando para o maior que o encarava com um sorriso quase bobo.
ㅡ Você quer parar de me olhar assim?
Johnny negou com a cabeça e depois riu, fazendo Taeil revirar os olhos.
ㅡ Ah e, Taeil ㅡ Taeil o fitou. ㅡ Me desculpa por te fazer faltar aula hoje, as coisas... Bem, elas saíram do previsto, acho que foi isso. Desculpa mesmo.
ㅡ Não, não... Você não precisa pedir desculpas, eu odeio aquele inferno mesmo... ㅡ Johnny fez uma expressão triste. ㅡ Está tudo bem, de verdade.
Johnny assentiu e Taeil mordeu o lábio inferior pela milésima vez só naquela manhã.
Johnny sorriu simples levantou sua mão como forma de aceno, virando-se para finalmente ir.
Taeil sentiu uma agonia enorme e mordeu o lábio com mais força.
ㅡ Johnny...! ㅡ Taeil reuniu todas as suas forças para chamá-lo, o outro voltou sua atenção para o menor na mesma hora. ㅡ É... Obrigado. Por hoje... Obrigado pela companhia, de verdade.
Taeil não soube organizar suas palavras apropriadamente mas foi sincero. Era tudo o que precisava dizer. Sentiu até um alívio.
Johnny permanceu no mesmo lugar sem dizer nada. Taeil estava começando a ficar envergonhado novamente com olhar do maior sobre si.
Johnny de repente veio na direção de Taeil e este podia jurar que estava quase para ter um ataque cardíaco ou qualquer coisa parecida. Johnny subiu no pequeno degrau de acesso da casa alheia e fez a ponta de seus pés tocarem as pontas dos pés de Taeil. Estavam realmente próximos, Taeil não conseguia reagir, os olhos de Johnny fitavam os de Taeil como nunca havia feito antes. Taeil sentiu sua própria respiração ficar pesada e tinha certeza que Johnny havia notado por causa da proximidade.
Johnny escostou a ponta do nariz na do menor que fechou os olhos automaticamente, sentindo a respiração alheia esquentar seu rosto. Taeil entrabriu os lábios e logo sentiu os lábios macios do outro envolvendo os seus. A mão de Johnny tocou de leve o maxilar alheio, cada movimento ali era o mais singelo possível. O beijo não havia sido aprofundado nem nada, usavam somente os lábios e era como se fosse uma forma simples de demonstração de afeto. Johnny segurou seu lábio inferior entre os dentes o puxando de leve. Taeil arrepiou-se completamente e sentiu um leve selinho do outro, Taeil abriu os olhos devagar como se tivesse acabado de acordar de um sonho. Se deparou com Johnny sorrindo para si. Seus lábios haviam ganhado uma coloração mais rosada e tinha consciência de que os seus estavam no mesmo estado.
Johnny observou os detalhes de seu rosto mais um tempo, como se o outro parecesse não ser real. Aproximou-se de seu ouvido e sussurrou um "tchau". Afastou seu rosto do rosto do menor com um sorriso e deu uma piscadela para o mesmo antes de realmente ir. Taeil sorriu envergonhado e tentou acenar mas seu sistema nervoso havia falhado. Finalmente entrou em casa e fechou a porta, para seu alívio.Largou a mochila sobre o sofá e correu para subir até seu quarto. Jogou-se sobre a cama e passou a encarar o teto.
Seu coração estava diferente, tudo parecia diferente.
Taeil levou as pontas dos dedos até os próprios lábios. Ao fechar os olhos, foi como se ainda pudesse sentir seu gosto. Havia um sorriso mínimo formado em seus lábios sem que o mesmo se desse conta.
Seu interior queimava e ele tinha a sensação de que poderia gargalhar ou até mesmo gritar a qualquer momento, mas era como se sua garganta estivesse entalada e isso era bom.Talvez essa fosse uma felicidade que ele não sentia em anos.
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be my sun • johnil
Fanfiction[CONCLUÍDA] "Durante anos andei sofrendo, vítima de mim mesmo. Houve um dia em que acordei e senti que havia perdido a mim mesmo. Tudo o que eu precisava era de algo que pudesse me iluminar, que me resgatasse da minha escuridão interna. Eu estava tã...