XXXVI - listen me, I'm with you

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O vento forte bagunçava seus cabelos lisos fortemente enquanto atravessava a rua. Johnny trazia as compras consigo e por muitas vezes se distraía e acabava tropeçando em alguma coisa ou esbarrava em algum estranho sem querer. Sentia-se envergonhado por ter pedido desculpas a tantos estranhos por causa de suas distrações, mas, era de se esperar. Muitas informações percorriam sua mente, deixando-o atônito, desconcertado. Aquilo era demais pra ele. A conversa que teve naquela manhã era reproduzida dezenas de vezes em seus pensamentos e ele se perguntava como encararia Taeil depois de tudo o que aconteceu sem que ele desconfiasse de nada. Ele iria fazer o seu melhor para não criar nenhum clima tenso, mas, talvez não fosse capaz de mentir para o seu pequeno.

Sem que se desse conta, já estava na frente de sua casa. Procurou pelas chaves em todos os bolsos e só então lembrou que sequer havia trancado a porta. Muito inteligente, John Suh.

Revirou os olhos para si mesmo e abriu a porta, indo direto para a cozinha já que o almoço prometido já estava mais do que atrasado. Pôs as compras sobre o balcão e retirou alguns dos ingredientes que iriam dar início ao preparo de um delicioso Dakgangjeong.

Passaram-se vários minutos e tudo estava quase pronto, até que uma pequena figura de cabelos vermelhos surgiu na entrada da cozinha com timidez, fazendo Johnny parar o que estava fazendo no mesmo instante. Ele usava uma camisa sua que havia ficado enorme nele e uma calça moletom. Absolutamente lindo ao mesmo tempo que era adorável.

ㅡ Oi, Taeil. Que bom que acordou, dormiu bem? ㅡ Johnny perguntou com um sorriso no rosto e voltou a enfeitar seus pratos que já continha o Dakgangjeong.

Taeil assentiu sorrindo levemente, ele caminhou devagar até onde Johnny estava e parou um pouco atrás de si, observando a maneira como o maior deixava os pratos o mais bonito possível. Johnny o olhou brevemente e sorriu, percebendo a carinha de sono que o menor trazia. Mais uma vez, adorável.

ㅡ Parece muito gostoso. ㅡ Taeil se pôs brevemente na ponta do pé para ver melhor, Johnny não evitou sorrir com o comentário.

ㅡ Está com fome?

ㅡ Sim, bastante. ㅡ Riu.

ㅡ Não se preocupe, eu já acabei.

Johnny pegou os dois pratos e os pôs na mesa com cuidado para não deixar cair. Até aquele momento tudo estava indo bem, mas só até aquele momento mesmo.

Taeil sentou-se à mesa assim que ela estava totalmente pronta e Johnny sentou a sua frente, respirando fundo de forma disfarçada para que Taeil não notasse seu leve nervosismo.

ㅡ Johnny, o que houve com você?

Taeil perguntou repentinamente, cutucando o prato com o Dakgangjeong usando os Jogarak de madeira. Johnny quase se engasgou sem nem ao menos ter comido alguma coisa. Taeil notou que ele agiu de forma estranha, o maior enfiou um pedaço de frango na boca.

ㅡ Como assim o que houve? ㅡ Perguntou com a boca cheia, tentando evitar contato visual.

Taeil ficou em silêncio e o observou por alguns instantes antes de responder.

ㅡ É que você demorou muito, o supermercado não é tão longe, então... Bem, achei que tivesse acontecido alguma coisa.

Taeil voltou a comer normalmente e Johnny riu sem graça.

ㅡ Ahh, sim, sim!

ㅡ Então aconteceu algo?

ㅡ Não! ㅡ A rapidez da resposta acabou assustando Taeil, fazendo Johnny amaldiçoar a si mesmo internamente. Ele não podia negar que aquilo estava ficando ridículo. ㅡ Não, eu quis dizer que não aconteceu, na verdade.

Pigarreou e voltou a comer como se não tivesse acabado de acontecer uma cena totalmente estranha naquele lugar. Ao terminar de mastigar ergueu a cabeça e viu que Taeil não havia tirado o olhar de si. Engoliu em seco e desviou o olhar. É, talvez ele tivesse sido um pouco óbvio demais.

ㅡ John ㅡ O chamou o fazendo olhar para si, mas não diretamente nos olhos. ㅡ Johnny, olha pra mim.

Johnny relutou um pouco, mas encarou seus olhos totalmente inseguro. Taeil aparentava estar mais preocupado do que qualquer outra coisa. Johnny tentou relaxar, senão Taeil ficaria ainda mais preocupado. O maior observou seus olhos, dessa vez, tentando parecer mais despreocupado.

ㅡ Johnny, por favor. Não faz assim, está bem? ㅡ Taeil pôs sua mão em cima da mão de Johnny, por cima da mesa. Johnny observou as mãos juntas e respirou fundo, acariciando a mão do menor. ㅡ Confia em mim, okay? Está tudo bem. Agora, por favor, me diz o que aconteceu.

Johnny olhou em seus olhos demonstrando sua real preocupação, o que fez com que Taeil ficasse mais nervoso. Johnny pensou bem no que dizer e suspirou, não iria mentir, mas iria cumprir o que disse anteriormente sobre não contar o que não era da sua conta.

ㅡ Taeil, eu passei em sua casa. ㅡ Taeil assentiu, prestando atenção. ㅡ E... Bem, sua mãe estava lá.

Sentiu uma sensação esquisita ao dizer "sua mãe", considerando todas as informações que obtivera naquele dia. Taeil perdeu a expressão e desviou os olhar brevemente, como se pensasse em algo. Em seguida, voltou a olhar para Johnny.

ㅡ Ah, ela ainda está lá.

ㅡ Sim...

O silêncio predominou por alguns instantes e Johnny mordia o lábio frequentemente, não conseguia conter a ansiedade que sentia diante daquela situação e do clima que havia se instalado. Precisava se acalmar de uma vez por todas.

ㅡ Sim, mas não parece ter sido somente isso... ㅡ Taeil observou Johnny por alguns instantes e continuou: ㅡ Você parece diferente demais pra ter tido somente uma conversa boba, o que aconteceu lá? Ela disse algo de errado pra você?

ㅡ Não, Taeil. Não disse. É que... Nós conversamos sobre você.

ㅡ Ah, eu já imaginava. Tudo o que ela sabe fazer é falar mal de mim, mas eu prefiro ignorar.

Johnny mordeu o lábio novamente.

ㅡ Não, Taeil. Não foi bem isso. Ela me disse muita coisa sobre você, e é só isso que eu posso explicar.

ㅡ Como assim, Johnny?

Johnny se levantou e passou a mão nos cabelos. Em seguida, parou perto de onde Taeil estava sentado e ergueu seu queixo com uma das mãos e usou a outra para arrumar alguns de seus fios de cabelo. O olhava de forma confortável, Taeil não entendeu bem, mas resolveu esperar.

ㅡ Taeil... Tudo é muito complicado, eu sei. Você vai sentir mais confuso ainda futuramente, mas isso não é comigo. Você precisa falar com a sua mãe. Eu sei que a relação de vocês é uma das piores, eu sei. Mas se não fosse necessário, eu não pediria a você que fizesse isso. Então, por favor, vá até aquela casa. Aquela mulher tem muito a explicar pra você. Bem mais do que imagina.

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Dakgangjeong*

Trata-se do famoso frango frito crocante coreano
(Imagem a seguir para imaginar o quanto essa porra deve ser uma delícia)

Trata-se do famoso frango frito crocante coreano(Imagem a seguir para imaginar o quanto essa porra deve ser uma delícia)

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be my sun • johnilOnde histórias criam vida. Descubra agora