XXXVIII - i'll show her for you

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Seu coração batia muito forte, quase sentia-se tonto. Tantas lembranças lhe vieram à cabeça. Seus sentimentos lhe atingiam como uma onda, uma mistura infinita de sensações e de pânico preenchiam seu interior e o fazia perder a voz. Ele não fazia ideia do que dizer.

Johnny suspirou pesadamente tentando conter suas próprias lágrimas. A coisa mais difícil do mundo era ter que ver a pessoa que mais amava ali, sentindo-se totalmente confuso e potencialmente machucado. Aquilo com certeza não era nada fácil depois de tudo o que já havia acontecido consigo. Ele só queria poder tomar as dores de Taeil para si.

Após alguns instantes de silêncio, a mulher decidiu prosseguir:

ㅡ Bem... Você era uma criança bem sentimental... Tinha sonhos com sua verdadeira mãe e era muito próximo de seu pai. Parecia nunca ter gostado de mim, por isso... Por isso também coloquei para mim mesma que nunca gostaria de você...

Taeil negou com a cabeça, ainda deixando as lágrimas caírem. Sua mão ainda cobria a boca e ele ainda estava longe de conseguir dizer alguma coisa.

ㅡ Mesmo depois que você cresceu, eu... Sempre que olhava para você, eu te imaginava perguntando por aquela mulher. Aquela... Bem, você, de uma hora para a outra, parou de sonhar com ela e de falar dela, o que me surpreendeu mas, me aliviou, já que tudo o que eu queria era que seu pai a esquecesse de uma vez...

Taeil inclinou-se para frente e enfiou os dedos por entre os cabelos, sendo incapaz de assimilar tudo aquilo. Ao seu lado, Johnny fazia uma linha de raciocínio.

ㅡ Espera, como assim "de uma hora para a outra"? Ele simplesmente parou de sonhar com ela e de falar dela, assim, do nada?

ㅡ Sim, eu também me surpreendi. Eu não tenho certeza mas, desde o acidente de quando ele era criança, ele se tornou mais calado e nunca mais falou dela, como se ela sequer tivesse existido.

ㅡ Como se ela sequer tivesse existido... ㅡ Taeil repetiu a última fala da mulher enquanto sua mente era revirada até suas mais antigar lembranças para tentar lembrar de algo sobre sua verdadeira mãe. Ele não conseguia se lembrar, o começo de sua infância era um branco total. Não lembrava de absolutamente nada sobre ela.

ㅡ Então... Você não acha que o acidente pode ter influenciado nisso? ㅡ Johnny questionou. ㅡ Quer dizer, eu acho que faz bastante sentido associar a isso, já que ele bateu a cabeça.

Os três ali passaram a refletir juntos. Johnny considerava essa possibilidade com todas as forças e a mulher pareceu ter achado um completo absurdo. Taeil conseguiu se lembrar de uma época bem antiga em que sua cabeça estava enfaixada, mas não fazia a mínima ideia de que época era ou o que havia acontecido consigo. Todas as lembranças ao redor disso ainda eram um borrão.

Taeil balançou a cabeça tentando recuperar a consciência e arrumou a posição novamente, dessa vez, parecendo pronto para questionar.

ㅡ E... Sobre a minha irmã? Ela sabe disso? Ela é sua filha?

ㅡ Não ela não sabe que você é filho de outra, mas... Sim, ela é minha filha. A única filha que eu tive com seu pai e que... Fez com que nos casássemos. ㅡ Taeil a olhou incrédulo, finalmente entendendo o que havia acontecido todo esse tempo. Porém, a mulher continuou: ㅡ Na verdade... Ainda ontem ela perguntou por você e... Nós brigamos assim que ela me disse que o casamento havia acabado. Sabe... O pior foi que ela disse que eles não assinaram qualquer divórcio oficial porque ela se recusou, ou seja, ela não ficaria com nada dele por direito. Ela se revoltou quando eu briguei com ela por não ter assinado os papéis... Ela disse que eu era a pior mãe do mundo por não dar apoio nesse momento difícil e que eu sou pensava em dinheiro... Ela... Ela disse que me odiava.

be my sun • johnilOnde histórias criam vida. Descubra agora