Taeil arrumou os cabelos vermelhos em frente ao espelho. Não conseguia ter qualquer expressão, parecia sem saber o que pensar. Vestiu uma blusa de frio cinza e finalmente saiu do quarto, vendo que Johnny o esperava na sala. Desde o conselho que Johnny lhe dera na cozinha, eles não trocaram uma palavra sequer. Johnny bem que queria o dizer para se acalmar, mas teve medo de quebrar a barreira instalada silenciosamente.Ambos seguiram calados pela rua, parecendo dois estranhos. Taeil contava até 10 umas mil vezes seguidas e procurava respirar bem. Não se lembrava se houve alguma vez em que conversou de verdade com aquela mulher, afinal, sequer era possível estabelecer um diálogo decente com uma pessoa como ela.
Johnny notou o quanto Taeil estava tenso e suspirou silenciosamente. Finalmente, superando a si mesmo, aproximou-se mais do menor, acabando por chamar sua atenção e fazendo-o olhar para si. Johnny tentou sorrir para ele como se dissesse "vai ficar tudo bem" e, para seu alívio, viu a expressão de Taeil suavizar. Johnny suavizou sua mente da mesma forma, voltando a olhar para frente, mas não evitou sentir algo como uma corrente elétrica passar por todo o seu corpo ao sentir a mão de Taeil tocar a sua, lentamente entrelaçando seus dedos. Johnny sorriu e apertou as mãos do menor contra a sua, querendo aumentar sua segurança acima de tudo. Tinha medo de como Taeil reagiria a tudo o que a mulher tinha a dizer, mas, prometeu a si mesmo que estaria ali para o que fosse, ficaria ao lado de Taeil independente do que acontecesse, sempre lhe dando apoio em primeiro lugar.
Parando na frente da porta de casa, Taeil observou cada detalhe, preparando-se mentalmente para o que poderia vir. Olhou para o lado e um Johnny confiante apareceu em seu campo de visão, apoiando a mão no ombro de Taeil apertando levemente. Taeil sorriu inseguro e respirou fundo, voltando a olhar para frente. Estava na hora.
Taeil segurou a maçaneta com a mão trêmula, mas ele precisava fazer isso, precisava respirar fundo o máximo que pudesse e enfrentar essa situação de uma vez. Não fazia a mínima ideia do que ela falaria ali, mas imaginou que seria melhor se preparar para o que quer que fosse. E, com Johnny ali, ao seu lado, tudo parecia mais fácil. Ele tinha esse poder.
Olhou para Johnny uma última vez que, o transmitindo confiança, lhe disse:
ㅡ Eu te amo
Johnny pegou sua mão livre e depositou um beijo, vendo Taeil tranquilizar e, finalmente, girar a maçaneta.
Taeil sentiu sua frequência cardíaca se alterar ao ver a mulher levantar do sofá e o olhar apreensiva. Ela esfregava as mãos uma na outra e Taeil se esforçou para parecer estável, sem qualquer expressão.
ㅡ Filho...
Sem que Taeil visse, Johnny a repreendeu com o olhar, ela logo assentiu e aproximou-se de Taeil. O menor não se mexeu e a olhou com atenção, esperando que dissesse algo.
ㅡ Por que não se sentam primeiro? ㅡ Johnny quebrou a tensão entre os dois e os guiou para o sofá. Taeil sentou em um deles e sua mãe decidiu permanecer distante, dando preferência ao sofá que ficava do outro lado da sala.
Johnny os observou até que se acomodassem e, então, sentou ao lado de Taeil, segurando uma de suas mãos e entrelaçando seus dedos firmemente.
A mulher olhou para Taeil tristemente, respirou fundo e então cruzou as pernas e apoiou as mãos entrelaçadas sobre o colo.
ㅡ Taeil, seu... Ahm, Johnny veio aqui mais cedo, como já deve saber. ㅡ Taeil notou a palavra que ela se recusou a falar, mas se esforçou para manter sua feição intacta. ㅡ E eu confessei algumas coisas a ele... ㅡ Ela engoliu em seco e desviou o olhar. ㅡ Bem, contei sobre seu pai e como foi o início de nossa relação.
Taeil refletiu desviando o olhar pro chão por alguns instantes, e então, calmamente, voltou a olhar para ela, arrumando sua postura brevemente.
ㅡ Você nunca falou sobre vocês nem pra mim. ㅡ Sua voz saiu baixa, mas só ele sabia o furacão que perturbava seu estômago naquele momento.
ㅡ E-eu sei... Sinto muito. Mas, também, para quê iria querer saber? Nunca achei que fosse algo importante pra você.
Taeil a olhou em total desgosto, juntando as sobrancelhas. Estava pronto para protestar quando Johnny pigarreou alto os repreendendo e fazendo as atenções de ambos se voltarem para ele.
ㅡ Sra. Moon, por favor. Não viemos aqui para brigar. Muito pelo contrário. Vocês precisam se resolver.
Taeil revirou os olhos cruzando os braços e Johnny passou o braço pelos ombros do menor, tentando o deixar confortável. Taeil se acomodou junto ao corpo de Johnny e sua expressão relaxou. Nada no mundo era mais relaxante do que estar com Johnny, concluiu facilmente.
ㅡ Está bem... ㅡ A mulher arrumou a postura novamente e continuou: ㅡ Eu não quero enrolar, então, vou dizer o que é necessário. Taeil, ouça-me: Quando conheci seu pai, ele tinha um filho e tinha acabado de sair de um relacionamento. Eu me apaixonei por ele por vários motivos e, quando ele me contou que tinha uma criança pra cuidar, eu quase desisti, mas a vontade de ficar com ele foi maior então eu o aceitei mesmo assim.
Taeil assentiu sentindo-se totalmente confuso. E ela notou, então, esclareceu:
ㅡ Essa criança era você.
Taeil gaguejou mas não comseguiu dizer nada. Seus olhos automaticamente encheram-se de lágrimas e ele teve que tampar a boca para não soluçar. Estava absolutamente incrédulo, aquilo não podia ser verdade, ele mal conseguia raciocinar.
ㅡ V-você t-tá me dizendo q-quê...
A mulher respirou fundo novamente e olhou no fundo dos olhos de Taeil.
ㅡ Sim, isso mesmo. Taeil, eu não sou sua mãe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
be my sun • johnil
Fanfiction[CONCLUÍDA] "Durante anos andei sofrendo, vítima de mim mesmo. Houve um dia em que acordei e senti que havia perdido a mim mesmo. Tudo o que eu precisava era de algo que pudesse me iluminar, que me resgatasse da minha escuridão interna. Eu estava tã...