XXII - i dont want to believe

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O dia de Taeil havia sido tenso.

Foi vítima de piadas sem graça sobre sua personalidade em plena sala de aula. O ódio em seu peito foi inevitável, ele estava cansado, como sempre.

Dessa vez decidiu não se calar e foi pior para ele: foi parar na detenção.

Uma hora a mais trancado em uma sala com cheiro de mofo depois do término das aulas. A mulher na mesa principal a frente somente lia um livro. Os minutos pareciam ter entrado em slow motion.

Mas ele sobreviveu.

Acabou que, em vez de ir logo pra casa, resolveu ir escrever debaixo de uma árvore em um belo campo. Terminava uma música que havia surgido em sua cabeça sem mais nem menos. O lápis entre os dentes, ele dava o seu melhor para se concentrar embora isso tenha sido realmente difícil. Horas depois ele adormeceu, ali mesmo, no frio e entre seus lápis e folhas de papel.

Quando abriu seus olhos, crianças corriam rindo alegremente. Quanto tempo havia se passado? O céu começava a escurecer, indicando o dia que se findava.

Taeil passou as mãos pelo rosto e arrumou os cabelos. Sentou rapidamente e começou a reunir seus papéis. Os pais daquelas crianças o olhavam de forma esquisita, mas ele tentava ignorar. Terminou tudo ouvindo murmúrios das meninas que queriam continuar brincando, mas os pais avisavam que o tempo estava ficando feio e, com isso, estava vindo uma possível chuva.

Após o ruivo colocar tudo em sua mochila, retirou-se dali com pressa. A última coisa que ele queria era pegar um resfriado, sua vida já era ruim o suficiente, não tinha porquê a vida insistir em piorar.

...

Minutos depois ele parou em frente a própria porta. Mas, espere. Alguma coisa estava errada.

Ele ouvia... Vozes?
Isso mesmo, havia alguém lá dentro.

Taeil deu dois passos para trás enquanto tentava lembrar o maldito número da polícia. O vento forte quase o derrubava. Daí concluiu um assunto anterior: realmente iria chover.

Seu coração batia muito forte só de imaginar que poderiam estar assaltando a sua casa naquele mesmo instante. A vontade de chorar já queria o invadir, ele se odiava por isso. Pensou em se esconder atrás de uma moita grande que ficava na frente da casa ao lado. E quando se direcionou para lá, olhou de longe a própria janela, que era de vidro. Uma janela de vidro, logo ao lado da porta.

Quase tropeçou por causa do que viu lá dentro. Mas, aquilo não podia ser verdade. Será...?

Respirou fundo e parou onde estava. Seu coração tentava se acalmar aos poucos. Taeil arrumou a postura e andou firmemente em direção a sua porta. Suas mãos tremiam e seus olhos já estavam inundados, mas ele tentava a todo custo não ceder as suas emoções e se manter sério, afinal, aquele não era o melhor momento para se estar aos prantos.

Ele queria que não fosse verdade, não podia ser verdade, mas...

Infelizmente, era.

Eles realmente estavam ali.

be my sun • johnilOnde histórias criam vida. Descubra agora