6. A Fantasminha Camarada

1.2K 94 143
                                    

STILES

Acordo em um lugar que não era o meu quarto, o que já estava se tornando um hábito que eu tinha que aprender a controlar.

Mas, pelo menos, eu não tinha acordado naquele lugar sufocante ou no outro que parecia o inferno.

Eu estava de volta à campina verde, cheia de flores.

Assim como aconteceu da última vez em que estive aqui, sinto uma enorme paz e tranquilidade imediata.

Eu estou mesmo no Paraíso.

Agora, eu estou tendo uma noção melhor das coisas.

Os outros lugares onde eu havia acordado deveriam ser o Purgatório e o Inferno.

Apesar de eu saber os nomes, isso não explica como controlar as minhas "visitas" para esses lugares e o motivo de eu estar INDO a esses lugares.

Me levanto e passo pela grama alta, olhando para aquele onírico lugar.

Dois anjos, colhendo flores, se aproximam e me olham, com a mesma expressão chocada de sempre.

- Eae. - Cumprimento, passando por eles.

Os dois se entreolham, pasmos.

Tento explorar mais aquele lugar, andando, sem destino, passando por inúmeras árvores e flores.

Apesar de ser um sonho, eu sinto que estou ficando cansado. Tenho a sensação de que estou andando interminavelmente por um lugar que simplesmente não tem fim.

Tudo o que eu vejo eram montanhas, grama, árvores, mais grama, anjos, mais grama e umas fadas muito loucas, que passam pelo meu ouvido que nem mosquito.

Chego até a margem de um lago, cuja água era tão azul quanto o céu.

Sento na beira dele e coloco os pés na água, finalmente sentindo o peso de toda aquela caminhada.

Eu não entendo.

Se aqui era mesmo o Céu, por que eu não vejo as pessoas ?

Por que eu não vejo ... a minha mãe ?

Suspiro, estalando o pescoço e olhando para o lugar mais lindo que eu já vi, quando noto uma coisa estranha.

Olho para baixo e levanto a sobrancelha.

Eu tinha colocado os pés na água do lago ... mas eles não tinham necessariamente entrado na água.

Meus pés estavam, literalmente, sobre a água, como se ela nem mesmo estivesse lá.

Sacudo a cabeça, em negação.

- Mas que merda eu estou fumando antes de ir pra cama ?

Me levanto e entro no lago, ficando de pé, sobre a água. Olho para baixo e vejo o meu próprio reflexo assustado.

Dou dois pulos e simplesmente não afundo. Por alguma razão, o meu corpo não estava sendo afetado pelas leis da física.

Ando para a frente, ainda chocado por não estar afundando naquele lago.

Corro até o meio dele, com um sorriso idiota no rosto, e chego até lá, sem nenhuma consequência.

Me abaixo e passo os dedos água, deslumbrado.

Me levanto e olho em volta, me perguntando como eu era capaz de fazer essas coisas.

Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora