Lua de Sangue

22. Nem Sei O Que Dizer ...

LYDIA

Chego na casa do Stiles e vejo as luzes da sala apagadas.

Presto atenção aos batimentos cardíacos, notando que apenas o Stiles estava em casa. O Xerife Stilinski deveria estar na delegacia, tentando resolver tudo o que tinha acontecido no jogo.

Subo na árvore e salto para o quarto do Stiles, pousando na varanda. Abro a porta, suavemente, vendo ele de frente para o espelho, avaliando os estragos no seu rosto.

Stiles passa os dedos na marca vermelha na sua bochecha, consequência dos socos do Vladimir.

Sinto, mais do que nunca, o meu coração doer por vê-lo desse jeito.

Stiles repara na minha presença, pelo espelho, e se vira, surpreso.

- Oi.

- Oi. - Falo, sem saber como reagir ao vê-lo assim. - Como você está ?

Stiles dá de ombros, baixando os olhos.

- Vou sobreviver. - Ele fala, sarcástico. - Na medida do possível.

Me aproximo, com vontade de voltar até a mansão e arrancar a cabeça do Vladimir, por ter feito isso com o Stiles.

- Sinto muito por isso ter acontecido. Isso tudo é culpa minha. - Falo. - Eu deveria ter visto eles antes de chegarem perto de você.

- Acho que não é culpa de ninguém, na verdade. - Stiles responde. - Eu já imaginava que os vampiros não iriam ficar de boa por causa de todas as mortes na festa. Eles iriam querer se vingar. (CAPÍTULO 16)

- Isso não é desculpa. Eu deveria ter ficado mais atenta.

Stiles levanta a sobrancelha.

- Você estava me vendo fazer um gol no jogo. - Ele brinca. - Isso distraí qualquer um.

Esboço um riso, mesmo estando consumida por raiva e dor, dentro de mim.

- E o seu pai ?

- Na delegacia, meio furioso por tudo o que aconteceu. Passamos rápido no hospital para dar uma avaliada no meu estrago e ele já foi logo pra lá. - Stiles fala. - Também encontraram alguns corpos no vestiário do time do Elwood. Foi assim que os vampiros conseguiram se infiltrar no campo.

Faço Stiles se levantar da cadeira, para que eu possa avaliar melhor o rosto dele.

Haviam marcas vermelhas perto da bochecha, assim como mais uma perto do olho e um corte no lábio.

- Isso não vai acontecer de novo. - Falo. - Eu prometo.

- Não tem como você estar perto de mim o tempo todo. - Stiles responde, me olhando. - Eu sou humano. Humanos se machucam.

Baixo a cabeça.

- Eu não vou mudar de ideia. - Falo, decidida. - Não vou mais deixar eles te machucarem.

Baixo os olhos, culpada, sabendo que não deveria estar fazendo uma promessa assim.

Eu teria que entregar Stiles para o meu clã na noite da Lua de Sangue, que estava se aproximando, não importa o que eu faça.

Eu não podia fazer isso.
Mas esse era o meu dever.

Esse era ...

Levanto o rosto e suspiro, sentindo a luz da alma do Stiles me envolvendo, me transformando em humana.

Todo o nervosismo me atinge, assim como a preocupação, a tensão, e todas as necessidades humanas que acompanham isso.

Meu coração volta a bater e acelera, evidenciando como eu estava.