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Capítulo 3

Todas as manhãs, Martha é Gertrudes costumavam estar em companhia de Francine. Para ajudar-la a vestir -se e pentear-se. Mas naquela manhã desoladora, Francine preferiu dispensar a companhia das duas. Precisava estar só, pois a última coisa que queria era as lamentações das duas pelo seu repentino infortúnio.
Fitando se no espelho, deixou que algumas lágrimas escorressem por seu rosto. Nem ela mesma conseguia distinguir o porque de sua tristeza. Afinal, não era o fim. Miguel apenas iria viajar. Mas mesmo assim, não conseguia evitar as dúvidas e incertezas que pairavam em seu coração. Com um longo e doloroso suspiro. Francine tentou afugentar as lágrimas persistentes de seus olhos.

Até perceber atrás de si, algumas de suas telas

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Até perceber atrás de si, algumas de suas telas. Nas quais havia retratado Martha é Gertrudes. Surgindo-lhe então uma ousada idéia. Talvez ousada demais. Ela concluiu. Mas ainda sim a ideia lhe agradava. Preparando seus materiais de pintura, sentou -se novamente ao espelho. Só que dessa vez, completamente nua. Ajeitando-se frente a ele, colocou propositalmente suas lindas madeixas ruivas a cascatear sobre seus seios. Cobrindo apenas parte deles. Emoldurando uma figura graciosa. A qual agilmente ela passou a ilustrar em sua tela. Cada percurso que o pincel percorria, um frio lhe corria a espinha. Não de medo, mas de excitação. Algo naqueles traços que ela mesmo estava a traçar, a deixava intrigada e ao mesmo tempo encantada. Após longas hora, ela pode ver com deleite o fim de sua obra. Nunca lhe ocorrerá idéia semelhante. Mas amará executa-la. Dobrando minuciosamente seu desenho, uma ideia ainda mais ousada lhe veio a mente. Colocando em uma envelope perfumada, passou a estudar como o faria. Pois precisava executar de imediato. Rapidamente chamou Martha e Gertrudes para ajudar-la a vestir-se.
_ Senhorita Francine, nós ficamos tão preocupados com a senhorita. Logo que soubemos da viagem de Dom Miguel... _ Começou Martha pesarosa.
_ Não precisa se preocupar Martha, eu estou perfeitamente bem. _ Falou com um sorriso.
_ Pois se eu fosse a senhorita estaria a chorar horrores. E se ele não voltar? Doe o coração só de pensar.
_ Martha!? _Repreendeu Gertrudes.
_ Ele vai voltar! _ Protestou Francine com tom bravo, mas bravo que de fato pretendia.
_ Perdão my Lady, eu não queria...
_ Tentou justificar- se. Ao que Francine percebeu ter sido um pouco dura.
_ Não tem porque me pedi perdão. Sei que vocês só estão preocupadas comigo. Perdoe- me por ter sido um tanto rude. Mas não há razão para se preocuparem, estou bem. _ Voltou a sorrir.
_ Onde está meu irmão Diego?
_ No quarto, com a senhora Violetta. Como sabe os pombinhos ainda estão em lua-de-mel. _ Sorriu a criada num tom malicioso.
_ Ótimo! _ Enfiando a envelope nas anaguas. Apressou-se em sair do quarto.
_ Espere My Lady, nós não terminamos de vesti-la. Esqueceu-se? A senhorita só está com as roupas de baixo.
_ Não se preocupe, estou bem assim.
_ Martha a olhou alarmada.
_ A senhorita perdeu o juízo? Não pode sair desse jeito! _ Francine Travessa continuou a rir como uma criança trelosa. correndo até os aposentos do seu irmão, batendo à porta com euforia.

_ Diego meu irmão, preciso falar-lhe _ Aconteceu algo??? _ Apressou-se Diego em abrir

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_ Diego meu irmão, preciso falar-lhe
_ Aconteceu algo??? _ Apressou-se Diego em abrir.
_ Hó céus Francine!!! Que trajes são esses??? Ou melhor, que falta deles! Disse cobrindo os olhos para não fita-la.
_ Preciso de uma roupa sua, meu irmão.
_ Que ideia é essa agora Francine?
_ Eu preciso ir a um lugar.
_Vestida de homem???
_ "Sim " _ Ela sorriu com euforia.
_ Você perdeu o juízo?
_ Não, você é a segunda pessoa a me disser isso. _ Ela riu novamente parecendo divertir -se.
_ Sinto muito minha irmã, mas não vou compactuar disso. Você pode se meter em problemas.
_ Ora Diego, por favor ! _ Implorou fazendo Beicinho.
_ Nem pense que vai me convencer fazendo a cara que eu sei que está a fazer.
_ Por favor Diego, isso é muito importante para mim. Preciso ir ter com Dom Miguel.
_ Vestida de homem? _ Falou com incredulidade.
_ Sim, porque o espanto meu irmão?
_ Porque não é lícito para uma senhorita portar-se desse jeito!
_ Diego, pouco me importa o que é ou não lícito. Preciso vê-lo antes de sua partida, você me ajudando ou não, eu irei. _Diego suspirou, Sabia que não teriam um modo de fazer-la desistir de sua ideia.
_ Está bem, mas se algo der errado a culpa é totalmente sua. _Sorridente Francine o agarrou enchendo-o de beijos.
_ Obrigada meu irmão. É por isso que te amo!
_ Por te emprestar minhas roupas? Ou por te deixar continuar com essa loucura? _ Diego então sorriu, incerto de que estaria fazendo.

* * *

Continua...

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