Miguel parecia um sonho o qual nem a própria Francine acreditava ter. O amor que ele lhe atribuía, parecia capaz de superar tudo! Mas... em uma terrível cartada do destino, Francine ver tudo que ela mais ama lhe ser arrancado. E em um jogo de idas...
Sentada em seu piano, Francine parecia viajar ao som de sua doce melodia. Esquecendo -se de tudo que estava à sua volta. Bárbara, sua madrasta, por sua vez, esforçava-se para ser a anfitriã perfeita. Não que isso lhe fosse algum fardo. Pelo contrário, adorava ser o centro das atenções. Seu pai, cercado de alguns nobres, parecia satisfeito. Enquanto que seu irmão caçula "Diego" estava a flertar com uma linda jovem.
Mas Francine parecia estar longe de tudo aquilo. Em seu próprio mundo. Enquanto seus dedos deslizavam suavemente sobre as teclas de marfim. Como se estivesse a acariciar uma seda. Causando admiração em todos os presentes, que estavam a apreciar aquela doce canção.
_ Se me permite disser, a senhorita toca divinamente !
Arrancada de seu mundinho particular, Francine fitou o elegante cavalheiro que estava a sua frente. O qual inevitavelmente lhe causava arrepios. Pois, apesar de não o conhecer, sabia de sua terrível reputação. De sua fama de tirano. Mas uma coisa era inegável, ele era terrívelmente atraente. Na casa de seus quarenta, seus cabelos fartos grisalhos, parecia emoldurar perfeitamente com seus olhos negros. O tipo de homem que teria qualquer mulher aos seus pés. Exceto a própria Francine, que diante das terríveis histórias contadas por suas criadas, já o abominava.
_ Fico agradecida. _ Disse ela por fim, cobrindo as teclas de seu piano. Não estava disposta a prolongar aquela conversa. Pois sabia exatamente onde ela iria chegar. Afinal, não era segredo seu interesse por ela. Provavelmente pelas suas inúmeras posses que ela havia herdado de sua mãe. Compondo um cobiçado dote.
_ Sou Leonardo, conde de Meridit. Mas a senhorita my lady, pode chamar-me apenas por Leonardo.
_ Perdoe- me nobre conde, mas não ficaria a vontade de pular formalidades com o senhor. Espero que não se ofenda. Agora se me der licença... _ Preparou-se para ficar de pé.
_ Eu é que devo pedi-lhe perdão, não foi minha intenção deixa-la desconfortável. Peço por favor que não vá, Toque um pouco mais...
_ Conde Leonardo! Vejo que conheceu minha filha! _ Interveio Fernando. Parecendo entender o encomodo da moça.
_ Sim, uma jovem encantadora. Lembra muito a mãe.
_ Verdade, inclusive o incrível talento pela música. Minha Juliana amava muito esse piano, assim como hoje Francine o faz. O que muito alegra meu coração, Francine é meu orgulho.
_ Papai! Por favor!!!
_ Seu pai tem razão my lady, qualquer pai teria orgulho de ter um diamante como a senhorita. _Um pouco sem graça Francine desviou o olhar. O que de forma alguma o intimidou. Pois seu gesto desconcertado, chamou ainda mais sua atenção. Que a analisava, como um leão que estuda sua presa.
_ Por que não junta-se a nós para apreciar alguns vinhos de minha adega? _Sugeriu Fernando, pai de Francine. Ao que logo ele o concordou. Mas não antes de lançar mais um de seus olhares para jovem, que não disfarçava o alívio ao ver os dois se afastar. Esperava não volta a ve-lo.
* * * Continua...
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