Miguel parecia um sonho o qual nem a própria Francine acreditava ter. O amor que ele lhe atribuía, parecia capaz de superar tudo! Mas... em uma terrível cartada do destino, Francine ver tudo que ela mais ama lhe ser arrancado. E em um jogo de idas...
Ouvindo atentamente cada palavra de sua mentora. Francine sentia um nó se formar em sua garganta. Se sentindo incapaz de tudo aquilo.
_ Primeira regra: Você nunca deve beijar ou ser beijada. Beijo é a janela para o coração. E coração é algo desnecessário para nós. Devemos ser frias, vazias de sentimentos, do tipo amor ou paixão. O amor é algo o qual não devemos nos dar ao luxo. E algo que nos aprisiona, nos impede de raciocinar. Seu coração deve ser como um pássaro livre. Sempre apto para voar. Você também deve ser sempre objetiva. Dê aos homens tudo que eles querem. Leve- os ao céus se preciso, sem nada questionar. Faça os acreditar que você é totalmente deles. E assim, logo, logo estarão em suas mãos. Acredite! Aquelas crianças tolas darão a você tudo que desejar. _ A cada palavra vinda dá boca de Safira, Francine sentia náuseas. E a cada segundo tentava se convencer a não desistir daquela insensatez. _ Você tem que ser refinada... _ Ela continuava em seu discurso. _ Saber se passar com facilidade por uma dama. Sei que isso não será problema para você. E nunca se esqueça de se manter de queixo erguido, sem se importar com os olhares que lhe serão atribuídos. Que acredite, serão muitos. Principalmente das mulheres. Os homens a olharam com luxúria e devoção, principalmente os que não podem tê-la. Já as mulheres, te olharão com desprezo. E é exatamente nesse momento que você terá que ser fria, calculista. E principalmente, superior. E você é. Você é livre, sem regras, sem pudor. Tudo aquilo que um homem precisa é suas esposas não podem dá no conforto do seu lar. _ O que se passa aqui? _ A voz soava grave, ao que Francine engoliu em seco. Ao ter que voltar-se para encarar Kali. Que da porta observava com um olhar incerto. _ Eu... _ José eu posso explicar... _ Safira interrompeu, de forma calculada. _ Eu nem sei se sou capaz de ouvir suas explicações. _ Ele esbravejou. _Você me prometeu Safira, eu confiei em você! _ A culpa não é dela! _ Francine o encarou de queixo erguido. _ Não é? _ Ele ironizou. _ Não. _ Ela continuou de forma fria. _ É isso que você quer? Esse é o futuro que você deseja? Você faz idéia do que está a fazer com sua própria vida? _ Sim eu faço! Mas não tenho escolha! _ Não minta para si mesma. Não tente justificar essa insensatez. Você tem escolha sim. Mas prefere escolher essa vida. Porque está em busca do caminho mais fácil. _ Assim você me ofende! Acaso acha que este é realmente o caminho mais fácil? Acha que se eu pudesse não evitaria tudo isso?_ Ela berrou.
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Kali a olhou por um breve momento. E com um balanço de cabeça se retirou. Fazendo-a se sentir o pior ser da terra. Não queria magoa-lo, mas não podia desistir. Algumas lágrimas ameaçaram descer. Mas ela rapidamente as secou. Erguendo sua cabeça de forma a não se deixar se abalar.
_ Onde paramos? _ Diante da pergunta Safira a olhou confusa. _ Não vai falar com ele? _ Para quê? Para ele jogar na cara todas as minhas escolhas erradas. Não madame! Ele terá que entender, mais cedo ou mais tarde. Não sou uma criança a quem ele deva proteger. Não preciso da aprovação dele. Nem de ninguém. Já fui longe demais. Não tenho a intenção de voltar atrás com minha decisão.
