Capítulo 74

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Parte 4

     Bárbara riu, como se o que conta-se fosse uma bela piada. Fazendo Francine encolher-se ainda mais. Percebendo o quanto fora tola, em subestimar a mulher em sua frente. Que agora mostrava uma face que ela desconhecia. Uma face cruel e insana.
_ Eu não gosto de pedras em meu sapato. Elas encomodam, querida.
_ Continuou com sua risada insana.
_ E por causa de sua mãe, tive que me livrar de muitas. Inclusive de meu pai. _ Continuou a rir.
_ Tinha que ver a cara do velho idiota em seus últimos momentos.
_ Já chega Bárbara! Me deixe ir...
_ Suplicou. Num fio de esperança de que ela enfim lhe desce ouvidos. Fazendo Bárbara calar-se por um breve momento.
_ Está com medo de mim Francine?
_ Não Bárbara, eu só...
_ Pois devia! _ Seu tom ameaçador fez Francine gelar.
_ Por favor, eu te suplico. Pare com esta loucura.
_ Está a me chamar de louca querida?
_ Bárbara... _ Chegando-Se a ela, Bárbara colocou o dedo sobre sua boca. Fazendo  a calar-se.
_ Vou te mostrar o quão louca eu posso ser. _ Bárbara lhe arrancou parte do vestido. Deixando sua pele branca a mostra. Pele que logo passou a ser marcada pelo trabalhar de seu chicote. Ainda encolhida em seu canto, Francine se sentia impossibilitada de defender-Se. Sentindo a cada chicotada, como se sua pele estivesse a ser arrancada. A cada som que o chicote fazia no ar, seu corpo estremecia. A dor que lhe tomava era desesperadora. Até seu grito, parecia sufocado em sua garganta. Pensou que iria morrer. Mas viu Bárbara tombar de exaustão.
_ Está satisfeita Lady Bárbara?
_ Provocou, mesmo sabendo que suas palavras talvez pudesse trazer ainda mais sofrimento.
_ Satisfeita? _ Gargalhou. _ Não querida... algumas chicotadas e pouco, tendo em vista o que tenho reservado para você.
_ Retirando do vestido um pequeno vidro. Bárbara o balançou frente a ela.
_ Sabe o que é isso? _ Arregalando os olhos Francine sentiu seu coração errar a batida.
_ Pela sua cara posso crê que sim. Mas não tema. Não pretendo acabar com a diversão agora. Em algum momento esteja certa que lhe darei. Mas só o farei, quando você me implorar por ele. Quando o seu sofrimento chegar ao nível do desespero. Sei que isso sooa muito cruel. Mas entenda, sou uma mulher de palavra. E prometi a um amigo, que tornaria sua morte lenta e dolorosa. Ele queria estar aqui, para desfrutar desse momento. E é uma lástima que não esteja. Mas como eu havia falado, tive que eliminar alguma pedras do meu caminho. Pobre Dom Leonardo!
_ Gargalhou. _ Teve o infortúnio de se tornar uma delas. Assim como você meu bem. _ Enchendo novamente outra taça de vinho. Bárbara se deixou afundar na cadeira.

                           * * *

_ Eu sempre estarei com você, aconteça o que acontecer! _ Aquela voz ecoou em seus ouvidos, doce e melodiosa. Despertando-a. Olhando ao redor, percebeu a figura adormecida sobre a cadeira.
Dando -Se conta que a voz de Miguel estivera todo esse tempo em seus sonhos. E isso lhe fez recordar de sua situação atual. Situação nada boa por sinal. Enchendo seus pulmões de ar, tentou erguer-se. Seu corpo doia, suas pernas pesavam, queria abandona-la. Mas essa talvez fosse sua única chance de sair dali. E agarou-se a ela. Determinada a fugir. Não estava disposta a satisfazer os desejos sádicos daquela mulher. Erguendo-se um pouco, percebeu por sobre a mesa uma pequena faca. E voltando a encher seus pulmões de ar, tentou lentamente alcança-la. Mas seu esforço de nada adiantou. Seu coração batia acelerado, dificultando ainda mais seu trabalho. Mas ainda sim, atreveu-se a  tentar novamente. Só que dessa vez usando seus pés. Inevitavelmente trêmulos. Mas ainda sim, foi capaz de mover o objeto de lâmina afiada. Sentindo seus batimentos ainda mais acelerados, moveu a faca até a beirada da mesa. Nesse instante viu Bárbara mecher-se sobre a cadeira. Fazendo -a paralisar. Sabia que sua vida dependia do sucesso de seu plano. E se sua algoz acorda-se, na certa estaria perdida. Mas por sorte, fora apenas um alarme falso. Teve certeza, ao ver as madeixas negras voltarem a cair sobre o braço da cadeira. Fazendo o alívio tomar conta do seu ser. Ao mesmo tempo que sentia seu coração a ponto de sair pela boca. Concentrando-se novamente em sua tarefa, pôde enfim trazer para junto de si o objeto de seu desejo. Que lhe pareceu bastante útil, a medida que conseguia libertar -se das cordas que machucava os seus pés. Vendo -se enfim livre, passou a trabalhar arduamente na tarefa de cortar também a das mãos. Tarefa nada fácil. Suas mãos doíam a medida que se esforçava para livrar -se de suas amarras. Mas não estava disposta a desistir. Precisava desesperadamente fugir dali. É ao ver as cordas finalmente irem ao chão. Lágrimas de alívio desceram em seu rosto. Voltando a olhar a mulher ainda adormecida. Francine precipitou-se até a porta. Mesmo sentido suas pernas bambas. Seu extinto de sobrevivência a fez sair. Dando de cara com uma densa escuridão. Tão apavorante quanto o ruídos indecifráveis que vinha de todos os lados.

  Sentindo as lágrimas de medo e pavor, tomar conta de seus olhos

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  Sentindo as lágrimas de medo e pavor, tomar conta de seus olhos. Voltou a dar um longo suspiro, precisava ser forte. Passou a repetir mentalmente, tentando convencer seu corpo a colaborar. Agarrando-se a sua vontade de viver, caminhou em passos desajeitados, até encontrar a terra fria abaixo de seus pés. Mas, frio maior sentia sobre sua pele, ferida e praticamente nua. Exposta ao vento forte da noite. Sua boca tremia compulsivamente. Se sentia desorientada, mas ainda sim, continuou a caminhar, na esperança de afastar-se dali. Durante sua jornada, sentiu seu corpo por diversas vezes fraquejar. É inúmeras vezes pessou que fosse desabar. E talvez tenha desabado, uma ou duas vezes. Mas se negou a morrer ali.
     Por isso caminhou, caminhou por tanto tempo que nem conseguia decifrar. Mas estava certa que caminhará o bastante para estar longe de Bárbara.

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Continua...

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