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   A festa estava como deveria ser. Duques e condes povoava o lugar. Com suas conversas sempre girando em torno das mesma coisa. O que a vista de Miguel era bastante monótono. Fazendo-o concentrar sua atenção a entrada do lugar. Como se espera-se alguem. Alguem que jamais viria. Mas ainda sim, não desgrudava os olhos. Desligando-se de todo o resto.
     Até que em um vislumbre, seus olhos deleitaram a entrada de uma deslumbrante dama. Que ao lado do que parecia um Duque, deslizava graciosamente para o salão. Em seu vestido cor de vinho, que parecia propositalmente feito para ela. Suas madeixas ruivas a deslizar sobre a pele branca, dava lhe um tom angelical. E mesmo com a máscara que usava, Miguel estava certo que era incrivelmente bela. E como um imã, se sentia atraído a ela.

_ Você a conhece? _ A voz de Eduardo a seu ombros, o fez despertar do que parecia um trase.
_ Não, mas é um infortúnio que pretendo corrigir. _Ele sorriu. Parecendo disposto em ir ao encontro da dama.
_ Que disparate Miguel! Não percebe que está acompanhada?
_ Provavelmente pelo pai...
_ Defendeu -se.
_Não creio que de fato acredite no que está a dizer. Nos dois sabemos que sua teoria é pouco provável.
_ Só existe uma maneira de descobrir...
_Não fala sério!?_ Vendo o sorriso nos lábios de Miguel, Eduardo alarmou-se.
_Não creio que seja a atitude mas sensata a se fazer. Ela não parece ser o tipo de mulher para diversão meu caro. Você... espere Miguel...
_ Protestou inutilmente. Pois ele já havia se afastado.
_Por que é tão teimoso? _ Eduardo suspirou, enquanto observava-o caminhar até a dama em questão.
   
                          * * *

  Francine havia acabado de chegar, no entanto, já sentia a tensão em seus nervos. Odiava lugares assim, mas cada vez mais se via obrigada a estar neles. O Duque ao seu lado, parecia bastante a vontade. A apresentando para diversas pessoas, como sua futura esposa. "Sim" iria casar-se com aquele homem que tinha mais que o triplo de sua idade. No entanto a proposta que ele lhe tinha feito na noite anterior era irrecusável. Ele não exigia dela nada além de sua companhia. Mas ainda sim, se sentia incerta quanto a sua decisão. Perguntando-se se estava o ajudando a ele ou a si mesma. E por mas que tenta -se se convencer do contrário. Sentia que a segunda opção era a mas viável.
    Afinal, o Duque lhe proporá casamento apenas  por não ter para quem deixar seu título, e incontestável fortuna. Porquê entre todas as mulheres ele a escolherá, não sabia. Mas era a oportunidade de fugir da vida em quê fora subjugada. E ainda sim, seguir com o plano que tanto almejava.
     Perdida em seus próprios temores, nem perceberá a aproximação de um elegante cavalheiro. Que lhe estendeu a mão para uma dança. A arrancando de seus devaneios. Ao fitar aqueles indescritíveis olhos azuis, ela sentiu seu coração acelerar.De alguma forma sentia que já os tinha visto em algum lugar. Não só os olhos, mas aquele sorriso enigmático... tudo nele lhe soava familiar.
 
_Permite-me? _ Ela ouviu aquela voz a acertar como uma flecha. Deixando-a imóvel, a encarrar aquele homem. Ao seu lado o Duque sorridente a guiou até as mãos dele. Levada pelo choque, ela se deixou ser guiada. Deslizando até o meio do salão. Onde passou a seguir a melodia que era tocada.
_Se me permite dizer my lady, a senhorita tem belos olhos. _Aturdida ela o encarou. Incerta do que dizer.
_Perdoarei seu atrevimento, se me permitir saber seu nome. _Ela sorriu, tentando ser o mas natural possível.
_E acabar com todo o mistério? Não creio que seria o mas sensato. Mas ainda sim, revelarei o meu nome, se... me permitir ver o belo rosto atrás da máscara. E assim, por fim aos devaneios de meu coração.
_ O senhor não deveria atrever-se a falar de coração a uma mulher que nem conhece. É que é comprometida...
_Perdoe-me, mas não posso calar-me diante de tamanha beleza. _Ela riu. 
_ Como pôde saber se sou bela, se nem ao menos viste meu rosto?
_Porque seus olhos me dizem. _Falou trazendo-a para junto de si. Aquela voz sedutora e aqueles bracos que ela parecia conhecer tão bem, fez seu coração acelerar ainda mais. Não era o seu Miguel. Não podia ser. Quem era aquele homem afinal ? Por que estava a mecher tanto com seus sentimentos? Talvez fosse aqueles olhos, que lhe lembrava seu amado? Ou a voz? Sim, a voz era idêntica a dele. Ou talvez sua mente estivesse a lhe pregar uma peça.

 Sim, era devaneios

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Sim, era devaneios. Censurou-se. Aquele não poderia ser o seu Miguel. Não, não podia. Seu Miguel estava morto. E nada poderia mudar isso. Ela parecia repetir mentalmente, tentando convencer a si mesma.

_Volto a insistir my lady, acabe com o suspense, mostre-me a face por traz da máscara. _Tomada mais uma vez de seus devaneios, ela riu.
_Sinto em desapontar-lhe, mas é  melhor que não conheçamos rostos, assim não teremos uma rosto para lembrar.
_Se isso é o quê deseja my lady... posso dizer que sinto-me desapontado. Mas confiante, sei que esse inconfundível olhos azuis me levará outra vez a senhorita. E assim poderei conhecer a face da minha dama misteriosa.

Continua...

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