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O som estridente da porta, fez Francine despertar assustada.

_Vamos, levante-se! _ Ela ouviu a voz de Bárbara ecoar por todo o ambiente, de forma alterada.

_ Vamos, levante-se! _ A ouviu repetir.
_ O quê está esperando? Seu pai a aguarda. _ Disse abrindo as janelas subitamente.

_ Papai!? _ Forçou se a abrir os olhos. Diante da claridade que havia tomado conta do ambiente.

_ Sim, ele a quer em seu escritório imediatamente! _ Disse puxando as cobertas.

Pelo que Francine se obrigou a ficar de pé, caminhando vagarosamente até o espelho. Onde Sentou- se ainda de forma preguiçosa. Enquanto Martha é Gertrudes passaram a pentea -la. Seu olhar atento observava curiosamente sua madrasta. Que caminhava impacientemente de uma lado para o outro.

 Que caminhava impacientemente de uma lado para o outro

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O que era no mínimo estranho. Afinal, Bárbara não era do tipo a se importar com as coisas relacionadas a ela. E mesmo sabendo que talvez fosse se arrepender, Francine atreveu-se então a perguntar. Pois sua curiosidade ia além da cautela.

_ Aconteceu alguma coisa madrasta?

_ Aconteceu sim! _ Raiou _Você sabia que ontem a noite o conde Leonardo pediu ao seu pai para corteja-la?
_ Nessa hora, Francine sentiu -se empalidecer. _ Sabe o que seu pai disse?
_ Perguntou, não que de fato  espera-se alguma resposta.
_ Ele simplesmente disse que teria de consulta-lá. Consulta-lá? Que coisa mas sem cabimento. Isso é o cúmulo! Todos o verão como um fraco. Se bem que um homem que se deixa influênciar por uma cabecinha de vento como você, não poderia ser encarado de outra maneira.

Francine a fitou incredula, não era novidade que sua madrasta não lhe tinha qualquer apreço. Mas, seu súbito interesse em seu matrimônio era algo difícil de digerir. Vindo daquela mulher não lhe parecia coisa boa. Talvez só a quisesse longe.
" Típico dela!" Riu consigo mesma, voltando a concentrar sua atenção nas palavras da mulher em sua frente. Que continuava a falar de seu pai. Como se ele fosse de fato um homem fraco. Mas seu pai não era fraco. Ele a amava, por isso visava sua felicidade. Talvez fosse esse o motivo pelo qual Bárbara não a suportava. De qualquer forma, Francine suspirou aliviada. Nem tudo estava perdido. Seu pai não a obrigaria a casa-se com alguém que não ama-se.

                           * * *

Sentado em uma aconchegante poltrona em seu escritório, Fernando sorriu, ao veslubrar a elegante silhueta de sua amada filha cruzar a porta. Ela era um retrato vivo de sua mãe. Era seu orgulho. Sua garotinha. "Como o tempo passará" Ela não era mais tão pequenina. Agora era uma mulher. Uma linda e generosa mulher. Pensou.

_Ora papai, por quê está a me olhar dessa maneira? _ Disse esboçando um encantador sorriso.

_ O que foi? Um pai não pode mais admirar a beleza de uma filha?
_ Francine novamente sorriu, dando-lhe um beijo de leve.

_ O senhor queria me ver? _ O sorriso que estava nos lábios de Fernando desapareceu de imediato, tornando-se em uma linha reta.

_ Sente-se querida, preciso falar-lhe. Só não sei bem ainda por onde começar.

_ Neste caso comece pelo começo.
_ Disse esboçando um novo sorriso. Tentando ser o mais natural possível. Afinal, sabia do que se tratava. E por mais que seu pai fosse um homem generoso, o medo de um possível casamento forçando era meio que inevitável.

_ Tem toda razão querida! Escute minha filha como bem sabes, está mais do que na hora de arranjar-lhe um casamento. Confesso que não era algo que eu tinha em mente. Mas há tempos, Bárbara tem me importunado com isso. Segundo ela, não é lícito que uma moça em sua idade não possua um marido.

_ E onde há uma regra que torna o casamento obrigatório? Perdoe -me papai, mas casamento não é algo que ambiciono. E bem sabes que se um dia quiser casar-me que seja por amor. Como o Senhor e a mamãe. _ Com um longo suspiro ele prosseguiu:

_ Francine minha filha, não é questão de ter ou não uma regra! Mas quanto mais você evitar o matrimônio, mais será difícil arranjar-lhe um marido. E nem sempre se é possível achar o amor. Amor é algo que muitas vezes com a convivência se vai construindo. E Como você bem sabe, os homens costumam sempre buscar mulheres mais jovens. E sua busca por amor Talvez a leve a ficar só. Pois a medida que...

_ Eu não me importo papai. Não preciso de um casamento para ser feliz!!!

_Francine! _ Tomado de impaciência ele a fitou.

_ Entenda minha filha, quero o melhor para você. Jamais irei obriga-lá a algo que não deseje. Mas você tem que pensar em seu futuro.

_ Meu pai, é por pensar no meu futuro que tenho evitado o casamento. Não consigo me imaginar ao lado de alguém que eu não ame. Alguém que me terá por mera conveniência. Visando apenas um bendito dote.

_ Também não desejo isso para você. Por isso a chamei. O conde Fernando ontem falou-me de seu interesse em desposa-la. Sem dúvidas ele é um excelente partido. Tem um belo título, diversas propriedades...

_ Um homem cruel como aquele não me parece um bom partido.

_ Não devia dá crédito ao que dizem as criadas. Como bem sabes elas adoram rumores.

_ Papai...

_ De qualquer forma querida. Te dou o direito a escolha. Eu quero que se case com alguém que a ame, e a faça feliz.

_ Obrigada papai.

_ Você de fato não tem nenhum interesse na proposta dele?
_ Francine respirou fundo,em busca das palavras certas.

_ Não quero que se chateie papai, mas não, não tenho nenhum interesse em lorde Leonardo. E não desejo de forma alguma ser cortejada por ele. Sei lá papai... não acho que ele seja homem para mim. _ Ficando de pé, Fernando caminhou até sua filha. E a abraçou visivelmente aliviado.

_Também não acho que ele seja o homem certo para você. Mas queria ter certeza que não tinha interesse por ele. E me alivia saber que não tem. Receio que o conde a teria como um pássaro em uma gaiola. E sei, que você é um pássaro que adora voar. A notícia não será recebida de bom grado por ele, mas a darei com enorme prazer.

* * *

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora