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     Através da janela de sua carruagem, Francine olhava desatenta para a paisagem a sua volta. Um turbilhão de sensações a invadia. Medo, incertezas pareciam seus companheiros. Era inevitável evitar ou fugir de tais sensações, quando estava prestes a encarar seu passado.

_Está tudo bem filha? _Colocando as mãos sobre os ombros dela, o Duque tentava tranquiliza-la. Ao que ela suspirou resignada. Sentindo seu coração bater em ritmo acelerado.
_Qual será a reação dele ao me ver?
_ Esse é seu receio filha?
_Talvez... eu não sei... _Apertando suas mãos compulsivamente, ela tentava em vão controlar seus anseios. Que tornavam -se  ainda mais visíveis ao sentir a carruagem parar.
_Não se preocupe filha, estarei o tempo todo ao seu lado. Tudo dará certo!

        Suspirando profundamente, ela deixou que o ar preecher-se seus pulmões. Dando-lhe força, para enfim poder encarar a situação. Quando a porta abriu, o colcheiro prontamente estendeu-lhe a mão para ajudá-la a descer. Do lado de fora avistou um pequeno garotinho a brincar com sua mãe. A qual Francine logo reconheceu.

_Está pronta? _A voz acolhedora do Duque a encheu de coragem para prosseguir

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_Está pronta? _A voz acolhedora do Duque a encheu de coragem para prosseguir.
_ Violett? _A mulher que até então estivera intrertida com o lindo garotinho, a fitou em um misto de surpresa e alegria.
_ Lady Francine! _Cautelosa a jovem mulher caminhou até ela. Com lágrimas ameaçando descer-lhe as faces. Parecendo não acreditar no que via. A abraçou, em um abraço cheio de emoção. Nesse instante os olhos de Francine foram de encontro aos de Diego. Que a olhava com os olhos envoltos em lágrimas. Incerto, não sabia se movia suas pernas de encontro a ela, ou se permanecia imóvel a observar a cena.
     Tomando a iniciativa, ela afastou-se de Violett, e correu em direção a ele, jogando-se em seus braços. Em um abraço demorado, nem um dos dois ousava afastar-se. Com as lágrimas a banhar-lhe as faces. Ambos estava a partilhar de uma emoção que não conseguiam explicar. No ombro de seu amado irmão ela chorou, chorou o choro que a muito havia reprimido. Diego por sua vez, chorou em seu silêncio, sentido as lágrimas grossas a regar-lhe o rosto. Acariciando com ternura as madeixas ruivas de sua irmã, que deslizava como seda entre seus dedos. Mal conseguia acreditar que ela estava ali, ali em seus braços.

_Papa... _ Uma voz angelical soou ao  lado dos dois. Fazendo com que ambos enfim se afastar-se, para poder fitar a pequena criaturinha de olhos vibrantes, que a olhava com curiosidade.
_Francine minha irmã, este é Adrià, meu filho. _As lágrimas que ainda estavam a correr sobre as faces de Francine, tornaram-se compulsivas. Enquanto tomava em seus braços o robusto e sorridente garotinho.
_ Lady Francine? _Gertrudes e Martha correram até ela, eufóricas.

    Tudo parecia estar tão perfeito que Francine temia ser um sonho, no qual mais cedo ou mais tarde tivesse que acordar.

                             * * *

_Calma querida, eu estou aqui! Deixe-me ver. _Mostrando-lhe as mãos avermelhadas, a garotinha soluçava em meio a dor que o tombo lhe causará.
_ Ora meu marido, permita-me cuidar dela.
_ Mas Bárbara...
_Por favor meu senhor, afinal eu serei a senhora desta casa. É nada mais natural que cuidar de seus pequenos. _Roçando seus lábios sobre os dele, sorriu.
_É uma ótima oportunidade para que eu possa me aproximar dela.
_ Ainda incerto ele terminou por concordar. Deixando as duas a sós.
_Francine, meu ferruginho querido, nós duas sabemos que você está exagerando, não é mesmo? _Ainda soluçando a menina fitara a mulher em sua frente.
_ Perdoe-me senhora, mas não gosto que me chame assim...
_Assim como? De ferruginho? _Ela riu.

_Sim, prefiro que chame-me somente pelo meu nome

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_Sim, prefiro que chame-me somente pelo meu nome. É não estou fingindo senhora, como vê eu...
_ Você prefere? Como você é atrevida menina. Mas não faz mal, darei um jeito nisso. _ Falou apertado as bochechas da menina, que parecia incomodada.
_ Gosto de Ferruginho, e é assim que a chamarei. É assunto encerrado. Agora ande, pare de choromigos, isso não cai bem para uma dama. Por isso não quero ouvir um ruído se quer seu. Estamos entendidas?

  Sentindo um toque sobre seus ombros, Francine despertou de suas lembranças. 

_O que pretende fazer agora filha?_ Darei um baile de boas vindas a mim mesma!_ Um baile? _Questionou um pouco confuso

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_O que pretende fazer agora filha?
_ Darei um baile de boas vindas a mim mesma!
_ Um baile? _Questionou um pouco confuso.
_ Um grande baile. _Ela sorriu, enquanto seu olhar vagueava por todo o ambiente. Em um vislumbre de felicidade.
_ Embora não entenda a razão, não ousarei pergunta o "porquê. " _Riu ele dando de ombros.

                        * * *

   Folheando vagamente um livro, Miguel se enchia de "porquês." Enquanto o silêncio entre ele e Bárbara reinava. Pois nenhum ousava mencionar a noite anterior.

_ Minha senhora... _Olga quebrou o silêncio.
_Chegou- lhe isto...
_O que é?
_ Não sei senhora. _Pegando rapidamente o papel da mão da mulher passou a le-lo.
_É um convite, para um baile. _ Começou esboçando surpresa. Fitando o homem a sua frente. Que continuava perdido em seus próprios pensamentos.
_É um baile, para amanhã a noite. Miguel. _Erguendo seus olhos a olhou como uma total estranha.
_Não vai dizer nada?
_Se você quer ir, então iremos
  

    Bárbara o encarou por um momento e logo afastou -se. Censurando se, afinal, por seu súbito ataque de raiva, quase colocará tudo a perder. E logo agora, que ele estava baixando a guarda. A verdade era que estava cansada de bancar a esposa compreensiva. Mas não tinha escolha. Tinha que ser paciente. Dizia para si mesma. Talvez sua recompensa estivesse bem próxima.

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora