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     Sentindo o perfume das gérberas recém colhidas, boas lembranças lhe vieram a memória. Lembrança do sorriso de seus pais. Das corridas desenfreadas de seus irmãos naquele vasto corredor. Lembranças de um tempo que não voltaria mas. De sorrisos que não mas veria. Mas, que ainda sim, aqueciam seu coração. Fazendo brotar em seu rosto, um sorriso que a muito se tinha esquecido. Como amava aquele perfume, aquela casa. Lugar de seus muito sonhos. Que a tanto se tinha enterrado. Com um longo suspiro, desceu a enorme escadaria.

Afim de colocar as lindas flores em um vaso

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Afim de colocar as lindas flores em um vaso. Talvez, a presença delas naquele ambiente, volta -se a lhe trazer a alegria de autrora.
    Enquanto caminhava a admirar o belo ramalhete, deparou -se com Diego. Segurando um retrato antigo de sua família. Claramente, perdido em seus pensamentos.

_ Diego? _ Erguendo o olhar, a fitou de maneira inexpressiva. Colocando o porta retrato em seu devido lugar.
_ Não esperava ve-lo...
_ É verdade minha irmã. _ As palavras  sem emoção, a atingiram de maneira, que pode sentir o peso delas sobre si.
_ A que refere-se meu irmão?
_ Não finja inocência Francine. Esse papel de tola não lhe cai muito bem.
_ Dando de ombros, ela deu um suspiro pesado.
_ Se refere-se a Francisco, não tenho o que negar. Como disse a ele, direi a você. Eu fui uma cortesã, uma meretriz se prefere assim... mas nunca foi minha intenção magoar vocês. Em nenhum momento desejei jogar o nome de papai sobre a lama. Você melhor que ninguém, sabe disso. Todas as coisas que fiz, foram as circunstâncias que me levaram a elas. Mas não me envergonho, nem me arrependo. As escolhas que fiz, fazem de mim quem eu sou.
_ É quem você é? _ Lágrimas agora se fazia presente na face de ambos.
_ Eu sou a duquesa Francine de Bakered. Mas... também sou a mesma menina que brincava de
esconde- esconde com você no Jardim. A garota que adorava ficar coberta de lama enquanto cuidava do canteiro. A mesma apaixonada por pituras, por piano, e que também em uma oportunidade ou outra, roubava suas roupas para cavalgar, ou até mesmo fingir ser um cavalheiro. Eu sou sua irmã Diego. É mesmo que você e Francisco jamais venha me perdoar, eu continuarei sendo. Eu só...
_ Antes que ela vinhe-se a terminar, Diego a surpreendeu com um abraço. Abraço que como em um toque de mágica, fez todos os seus temores desaparecer.
_ Não vim para juga-la. Longe de mim tal coisa. Eu a perdi uma vez. Não suportaria perde-la novamente.
_ Ainda envolta em seus braços, Francine não se moveu, nem se quer foi capaz de abrir sua boca. Permitiu-se somente chorar.
_ Eu a amo Francine, seja você uma garota travessa, uma cortesã, condessa, duquesa! Isso não importa, são apenas rótulos. O que importa minha irmã, é que eu a amo! E sei que quando Francisco cair em si, também a entenderá.
_ Conhecendo Francisco como o conheço, temo que isso nunca venha acontecer.
_ " Nunca " é uma palavra muito forte, não acha? _ A voz atrás de si, fez seu coração palpitar. Fazendo-a virar-se para vislumbrar a imagem de seu irmão mais velho.
_ Francine minha pequena, peço-lhe seu perdão. Ontem eu fui fraco. Não fui o apoio que você precisava. Deixei que a raiva toma-se conta da minha razão. _ Sem esperar que ele continua-se, ela o abraçou. Pouco lhe importava as palavras. Pois, Seu ser agora não tinha  mas inquietação. Seu coração  transbordava de alegria e contentamento. Ter Francisco e Diego ao seu lado era tudo que realmente precisava.

                            * * *

   Com a cestas cheia de Gérberas, Martha caminhava apressada

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   Com a cestas cheia de Gérberas, Martha caminhava apressada. Queria deixar o ambiente cheio delas, para quando sua senhora acordar-se. Porém, deteve-se em seu caminho, ao vislumbrar a bela figura a sua frente, montada em um cavalo. Sem dúvida era uma visão. Suspirou, mas logo que se dera conta de seu suspiro, colocou em seu rosto a melhor cara de enburrada que pôde. Olhado de cima a baixo o homem em sua frente.

_ Como se atreve a voltar aqui? Bem sabes que minha senhora...
_ Não vim para ve-la! _ Ele a interrompeu. Descendo com  agilidade de seu cavalo, caminhou em direção a ela que permaneceu onde estava. O observando com curiosidade.
_ Vim ver a senhorita.
_ A mim? _ O olhou desconfiada. Dando um passo para trás, temendo a infinidade de coisas que lhe vieram a mente. E antes que de seus lábios saísse qualquer palavra ele lhe estendeu uma rosa.
_ Trouxe para a senhorita. Sei que é uma atitude um tanto repentina. Peço lhe que não intérprete mal. Quero apenas ser seu amigo. _ Arqueado a sobrancelha, Martha voltou a fitar aqueles tão belos olhos. Que pareciam de alguma forma desconcerta-lá.
_ Amigo? E por que? _ Diante do interrogatório ele não pode evitar de rir. Enquanto ela permanecia seria. Fazendo com que logo arrepende-se de seu sorriso tolo.
_ A senhorita me é intrigante...
_ Intrigante? Isso é algum tipo de elogio? Ou algo com que deva me preucupar?
_ Não se ofenda senhorita...
_ Não sou uma senhorita, sou apenas uma criada.
_ Falas como se houvesse alguma diferença. _ Esboçando um sorriso pela primeira vez, Martha o encarou.
_ Sabes bem que há sim, grande diferença.
_ Para mim não. _ Afirmou, voltando a estender-lhe a rosa. A qual, ainda com cautela Martha pegou. Fazendo o sorriso de Henrique se alargar.
_ Está bem, talvez possamos ser amigos. " Talvez". _ Enfatizou a palavra voltando a sorrir.
_ Pensarei em seu caso. _ Dando- lhe as costa, Martha seguiu seu trajeto em passos firmes. Deixando Henrique com um sorriso estranhamente bobo nos lábios. Aquela jovem era sem dúvidas bastante especial. E sabia que seus interesse por ela não era apenas de alguém que queria sua amizade. Mas seguiria com cautela. Talvez fosse loucura buscar amor nos braços de uma criada. Sabia disso, mas com aquela criada, era uma loucura que parecia valer a pena. Não a amava, pois inevitavelmente seu coração ainda pertencia a outra. Mas... sim, seu coração e sua mente se inclinava a aquela jovem marenta mais ainda sim adorável.

Continua...

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