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  Jogando-se em sua cama, Francine voltou a chorar. Pois sentia-se como uma Ovelha a caminho do matadouro. Diego não pudera salva-la. É provavelmente ninguém poderia. Nesses dois dias provavelmente estaria casada com aquele homem horrendo. É isso a fazia se sentir totalmente impotente.  Sentia que Bárbara finalmente iria ganhar aquela batalha. Sua única esperança era que Miguel voltasse. Mas como poderia se apegar a isso? Se ele nem sequer lhe escrevera! Talvez o melhor e o mais sensato fosse esquecer que um dia ele fizeram parte da sua vida. Mas como poderia, se o amava tanto!? O que tornava a sua agonia ainda mais sufocante. Caminhando de um lado para o outro, ela tentava pensar em uma forma de escapar de tudo aquilo. Faltava apenas dois dias para o seu casamento, nem uma ideia lhe surgia a cabeça. Talvez por que sua mente estivesse em um turbilhão de acontecimentos. Se ao menos pudesse ver Martha e Gertrudes. Talvez elas pudessem ajudá-la. Mas não havia como. Pois Bárbara a hávia isolado de tudo e de todos. Olga, era a única que podia ajudá-la. Mas ainda sim, se negava a isso. Fitando o vestido de noiva sobre a cama, sua tristeza se tornou ainda maior. " Onde está você Miguel? " Perguntava- se no silêncio de seus pensamentos. As lembranças dos doce beijos,  inflamava a pele, como uma chama acesa. "Talvez se você estivesse aqui tudo seria menos doloroso!" Suas lágrimas voltaram a correr sobre seus olhos. Como gostaria de fugir de tudo aquilo.

_ Não vai me dizer que está chorando novamente? _ A voz de Bárbara que sorria com desdém, a arrancou de seus pensamentos dolorosos.
_ O quê quer?_ Francine perguntou secamente. Secando as lágrimas do rosto.
_ Isso são modos de tratar sua madrasta? _ Riu, sentado ao lado da jovem que a olhava com repulsa.
_ Um dia você irá entender que tudo que faço é pensando em seu bem-estar. _ Começou, tentando acariciar-lhe o rosto. Mas Francine a deteve segurando sua mão bruscamente.
_ Me poupe dos seus teatros madrasta. Nós duas sabemos que você pensa em tudo, menos no meu bem-estar! Eu só não entendo o porquê de tudo isso!? O que eu te fiz para merecer tanto mal? _Barbara Com um sorriso nos lábios voltou a fita-la.
_Você quer mesmo saber querida? Pois bem, vou lhe disser. Eu a odeio. Simples.
_ Me odeia? Por Que? O que eu fiz a você?
_ Odeio pelo simples fato de você existir. Odeio, porque quando tudo na minha vida estava perfeito você apareceu.  Antes você era somente ninguém para mim. Mas a medida que foi crescendo, foi se tornando o retrato dela. Você era tudo que eu abominava em sua mãe. Sempre toda perfeitinha como ela. Meiga, doce, amada por todos. A menina dos olhos do papai. A minha vida toda sonhei em destruir sua mãe. Por tudo que ela era. Por tudo que ela tinha... por tudo que ela me causou.
_ Enquanto falava essas palavras o pensamento dela parecia vagar. Seu olhar era frio e sombrio.
_ Mas nunca pude. Pois tudo parecia conspirar em favor dela. Até o dia de sua morte. _Suspirando olhou para Francine com um sorriso maquiavélico.  _Eu não pude destrui-la. Mas posso destruir você. Não só posso como vou. Vou destruir qualquer raio de felicidade que você possa ter...
_ Está me dizendo que toda essa ódio, é porque você tinha inveja da minha mãe!?
_ Eu não tinha inveja dela! _ Barbara  gritou Furiosa.  _ Mas acha justo? Ela tinha tudo. Mas ainda Sim, levou o que eu tinha. Além de tirar de mim o amor do meu pai, o homem que eu amava, a casa que eu desejava, a família que eu queria! A família que era para ser minha! Você, era para ser minha filha, não dela. Eu tentei te amar Francine. Juro que tentei. Mas ve-lá em você, cada vez que te olhava. Foi demais para mim. Ver a devoção que seu pai tinha por você, assim como tinha a ela,  me destruiu. Por isso te odeio, te odeio com toda força do meu ser. Eu quero que você sofra!
_ Você é louca! _Francine berrou quase sem  poder acreditar nas palavras que sai da boca daquela mulher.
_ Minha senhora, Dom Leonardo está a sua espera.  _  Falou Olga, entrando de repente no quarto. Interrompendo a conversa das duas.
_Você sabe que detesto quando você me interrompe! _ Gritou furiosa.
_ Perdão senhora, eu pensei que...
_ É por acaso você pensa sua inútil?
_  Por que você permite que ela fale assim com você Olga? _Francine interveio  parecendo desafiar sua madrasta.
_ Porque assim como você querida, ela não tem escolha. Mas Olga pelo menos sabe seu lugar. Diferente de você, que parece sempre apta a me desafiar.
_ Perdoe-me madrasta se não correspondo a  suas expectativas.
_ Não se preocupe querida, logo você não será mas problema meu. E acredite! Seu futuro marido é um homem... como eu posso dizer... de pouca paciência. E sei que logo à ensinará a ser uma boa menina.  _Gargalhou. _ E você Olga? O que ainda está fazendo aqui?
_ Eu só...
_ Saia...
_ Sim senhora. _ A criada não protestou, apressou-se atender.
_ Acho que está esquecida do que faço quando me desafiam Francine. Não me faça querer lembra-la.
_ Ameaçou.
_ Não senhora. _ Francine sussurrou entre os dentes. A fitando com os olhos ardendo em ira.
_ Que bom! Agora venha, vamos recepcionar seu futuro marido.
_ Falou triunfante ao ver o semblante da moça se encher de inquietação.
_ Por favor madrasta, deixe - me aqui.
_ A caso está questionando minha ordem Francine?
_ Não...  _ Falou com voz arrastada, sentindo as lágrimas descerem em seu rosto.

_ Lá vem você com essas lágrimas

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_ Lá vem você com essas lágrimas. Economize-as meu bem. Pois não me comovem. Agora trate de seca-las. Coloque seu melhor sorriso, e venha!
_ Você pode me obrigar a tudo madrasta, menos a sorrir.
_ Acredite, odeio você sorrindo. Mas não me tente, sabe bem que sou capaz de obriga-lá se eu quiser. _ Francine permaneceu em silêncio. Sabia que nada adiantaria afrontava-lá.

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora