Página 67

21 5 20
                                    

   Olhando para o quadro recém pintado, Francine sentia seu coração apertado. Dúvidas e incertezas, voltavam a rondar sua mente, por falta de notícias de Miguel. Temia ter sido uma tola por perdoa-lo. Em acreditar em tudo que ele lhe falará. Talvez estivesse mesmo, sendo apenas uma peça, para o jogo doentiu dos dois. Ou talvez estivesse sendo tola, por voltar a duvidar dele. Pois por outro lado temia que Bárbara lhe tivesse feito algum mal.

_ My lady, tem uma pessoa que deseja ve-la. _ A voz de Martha a despertou de seus pensamentos. E antes que ela
vinhe- se questionar de quem se tratava, Martha desapareceu. Ao que forçou-Se a ir. Embora seu animo não estivesse dos melhores. Mas, sentiu seu animo se elevar a cada passo que dava. O som da voz que ecoava dentro daquelas paredes fez seu coração acelerar. Pois aquela voz lhe era bastante familiar. A ponto de lágrimas de emoção inundarem seus olhos.

_ Francisco? _ O homem que até então conversava com Kali, voltou sua atenção para a ruiva que descia as escadas apressada. A emoção que ambos compactuava, era perceptível ao longe. Jogando-se em seus braços ele a rodopiou por entre os calcanhares. Beijando-lhe a testa diversas vezes. Enquanto lágrimas também passaram a descer sobre seu rosto.

_ Francine, Minha irmãzinha! Não posso crer nos meus olhos. Eu pensei tê-la perdido! _ Sentindo o abraço de seu irmão, Francine não foi capaz de dizer uma palavra se quer. Permitindo-se apenas chorar.
_ Perdão por não tê-la protegido como prometi. Por tê-la deixado a mercê daquela víbora! Se eu soubesse o que aquela mulher...
_ Não tinha como saber. _ Ela o enterronpeu. _ Todos nós nos cegamos, diante da verdadeira face dela.  _Voltando a afagar-lhe em seus braços, Francisco continuou a chorar.
_ Eu te prometo minha irmã, lady Bárbara irá pagar por todos os infortúnios que te fez passar.
_ Eu sei que irá. Pois eu mesma já estou me certificando disso. _ Secando as lágrimas, ela o encarou. Percebendo assim, a figura de Kali, que os observava, igualmente emocionado.
_ José meu amigo querido. _ Correu a abraça-lo. _ Francisco, Creio que já deves conhecer meu anjo da guarda. Se não fosse ele, de fato eu não estaria aqui.
_ Sim, nos conhecemos a pouco. Diego já havia me contado seu grande feito. O que já me faz lhe ter um grande apreço. _ Kali sorriu, se sentindo verdadeiramente feliz.
_ Posso dizer-lhe o mesmo. Lady Francine me falou muito sobre vocês. São boas pessoas. Assim como ela. E fico feliz que enfim estejam juntos.
_ Voltando a encarar sua irmã Francisco tocou lhe a face. Como se ainda não acredita -se.
_ Onde esteve todo esse tempo?
_ Aquela pergunta, fez um nó se formar em sua garganta. Como dizer a seu irmão, que todo esse tempo esteve em uma casa de mulheres? É pior, tornou-se uma delas. Não tinha como dizer. Mas também não podia mentir.
_ Eu estive...
_ Perdoe -me a intromissão. Sei que os dois tem muito a falar. E talvez agora não seja o momento mais oportuno, mas, o assunto que me trouxe aqui é de interesse de ambos. E é de sumo importância.
_ Kali interrompeu visivelmente preucupado com o embaraço de sua jovem amiga.
_ Eu trouxe isso Lady Francine.
_ Falou estendendo lhe um papel.
_ Isto é...?
_Sim, Esta é a nova escritura de Bakered. Ela lhe dá plenos direitos para desapropri-lá .
_Ouviu isso Francisco? _Ela saltitou.
_ Bakered é minha novamente. Agora poderei rancar aquela cobra de lá. E farei isso agora mesmo.
_ Agora? _ Kali a olhou surpreso.
_ Agora! Não permitirei que ela fique lá nem mais um segundo. Aquela propriedade era de minha mãe. E ela não é digna de estar lá.
_ Sou obrigado a concordar minha irmã.
_ Pois bem, se é o que desejam!
_ Esperem- me só um momento. Irei vestir-me adequadamente. _ Riu eufórica, olhando para as vestes sujas de tinta. As quais alargaram o sorriso de Francisco. Sem dúvidas aquela era a sua pequena.

                               * * *

  Andando entre os estilhaços de vidro, Bento sentia como se estivesse em um campo de guerra. O ambiente de luz fraca estava devastado. E no cantinho daquela sala, ele surpreendeu-se ao ver Bárbara sentada. Segurando em uma das mãos sua taça de vinho. Tendo em suas faces um olhar enigmático, desatento a tudo.

_ Sabe qual é o problema das pessoas Bento? _ Desconfiado, Bento continuou onde estava, sem esborçar qualquer reação, diante da mulher assustadoramente tranquila.

_ Elas não são confiáveis

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

_ Elas não são confiáveis...
_ Continuou.
_ O que houve minha senhora? Perguntou cauteloso. Ao que olhando seu feito, um estranho sorriso se formou nos lábios dela.
_ O que houve? _ Suspirou pesadamente repetindo a pergunta que Bento lhe fizera.
_ Eu fui traida Bento. Traida por meu marido. Se bem que dele eu poderia esperar, mas ela... ahhhh Bento! Ela não devia ter feito isso. Vai pagar muito caro aquela estúpida! Eu vou mata-la.
_ Ela senhora?
_ Olga, Bento! Aquela maldita idiota. Eu vou mata-la. Fazer pedacinhos dela. Aquela estúpida ingrata. Ela me paga. _ Ainda sem entender, Bento lhe estendeu a mão para que ela pudesse ficar de pé. Mas ela o ignorou. Voltando a saborear seu vinho.
_ A senhora tem visitas. _ Falou por fim, vendo a sobrancelha dela se erguer.
_ Visitas?
_ Lady Francine, senhora. Acompanhanda de dois cavaleiros.
_ Ah, ótimo, isso é perfeito!

   Suspirou. Sentindo seu sangue ferve. O que a fez levantar de súbito. Recompondo-se. Uma onda elétrica de irá, percorria cada veia do seu corpo. Dando lhe força para encarar aquela a quem considerava inimiga mortal.

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora