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  Caminhando de um lado para o outro, Francine sentia suas mãos suarem, seu coração palpitava descompassadamente. E cada segundo, lhe parecia uma eternidade. Uma infindável tortura. Precisava ter notícias de seu pai. Notícias que pareciam não vir. E quando a porta então abriu, ela sentiu seu sangue gelar. Pois em uma fração de segundos, conseguiram decifrar o que estava estampado no rosto do médico. Que a fitava, como se teme-se o que teria de dizer naquele momento.

_ Eu sinto muito Lady Francine!
_ Falou quase que em um sussurro. Sentindo através do semblante da moça sua dor.
_ Não! _ Ela se viu piscar varias vezes. Como se quisesse se certificar que não estava dormindo. Todos os seus medos e temores pareceram a acertar naquele momento. Ouvindo aquelas palavras, ela sentiu seu próprio corpo desfalecer. A agonia que antes estava em seu peito, parecia querer aflorar de uma só vez. Em forma de lágrimas. Sem conseguir falar mais uma palavra se quer, ela caminhou até o quarto, quase que lentamente, como se teme-se o que iria ver.
Mas a triste realidade estava ali na sua frente. A figura pálida de seu pai sobre a cama, pois a vida já havia lhe fugido. E nesse momento ela sentiu sobre suas costas o peso das palavras do médico. Sentiu seu coração querer errar a batida. Foi então que percebeu naquele momento todo o seu mundo desmoronar. Sem sair do lugar onde estava ela deslizou até o chão, sentado com rosto sobre seus joelho. Deixou que as lágrimas lhe flui-sem sobre o rosto. Pois naquele momento pareciam que elas eram suas única  companheiras. Pois estavam a banhar seu rosto novamente. "O quê faria agora? Como seguir, se a morte acabará de arrancar-lhe o seu bem mais precioso?
            

 "O quê faria agora? Como seguir, se a morte acabará de arrancar-lhe o seu bem mais precioso?            

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    Apressada Olga atravessou o quarto de Bárbara, com algumas lágrimas no rosto.

_ Ele se foi minha senhora! _ Ela falou arastadamente. Ao que Bárbara permaneceu imóvel, sem esboçar qualquer sentimento ou reação. Pois não podia esboçar aquilo que não sentia. As palavras de Olga lhe eram  indiferente. Ao que ela mesma espantou-se.
_ É estranho Olga... _ Disse deitando-se  em sua cama.
_ Mas não sinto nada, não sinto dor ou tristeza. Como se eu nunca tivesse o amado, como se ele fosse para mim um total estranho. Será Olga, que me casei com ele por puro capricho!? Será que nunca o amei? _Essa pergunta ficou em sua cabeça pelos breves momentos que Olga a analisou.
_ Diga-me  Olga, o quê devo fazer? Não posso mostrar para todos minha indiferença.
_ Não se preocupe senhora, irei fazer uma mistura para que possa passar sobre os olhos, e parecerá que a senhora esteve chorando. _ A voz de Olga soou mais mecânica do que desejava.
_ Ótimo! Aprece-se, preciso descer para fazer todo o meu teatro de viúva amargurada. _ Ela riu. Novamente se surpreendendo com a própria frieza.

 Novamente se surpreendendo com a própria frieza

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  Levantando-se, caminhou até o espelho. De alguma forma sombria ela parecia estar em um vislumbre de felicidade. O que era algo difícil de se acreditar dadas as circunstâncias. Mas era exatamente assim que estava a se sentir. Como se enfim estivesse livre.
     Diante de todos, desempenhou seu papel de viúva. Demostrando uma dor que não sentia, um sofrimento que não lhe cabia. Pois dentro de si estava vazia de tais sentimentos. Os único sentimento que conseguia sentir , era felicidade e alívio. Embora não entendesse exatamente o porquê. Mas também, pouco lhe importava.
  Observando todos partir, continuou em seu teatro. Até ver enfim a casa ficar vazia. Pois até Diego e sua esposa já tinham deixado o lugar. E ela pode enfim, vislumbrar uma frágil figura encolhida no canto da sala a soluçar.

_ Aí está você!  Pensei que seu irmão iria ficar para bajular-la  como sempre o faz. _ Sua ironia era notável. Mas Francine não pareceu se importar.
_ Ele não pôde, e também eu não quis que o fizesse. Prefiro ficar sozinha com a minha dor.
_ Entendo, mas se quer um conselho, você deveria dormir cara enteada, afinal, amanhã será um novo dia. E muitas mudanças irão acontecer nesta casa.
_ Mudanças??? _ Indagou a moça arqueado as sobrancelhas. Ao que Bárbara nem se deu o trabalho de responder, voltando a subir a escadaria com sorriso curvado em seus lábios. Trazendo a Francine a estranha sensação de que as mudanças não seriam para o seu bem.

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora