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Capítulo 8

    
   Retirando suas luvas, Francine evitou encarar o Duque. Não sabia se por medo, ou culpa por tudo que se passará.

_ A noite de hoje foi bastante agradável. _Ele Começou, sentando-se em uma poltrona frente a ela.
_ Sim, foi uma bela festa. _ Limitou-se a dizer, ainda sem encara-lo.
_ E Dom Henrique? De onde o conhece?
_Eu não...
_Sabe que não há necessidade de mentir para mim, não sabe? _Engolindo em seco, ela tentou disfarçar seu nervosismo.
_Eu sei... _Balbuciou sentindo seu nervosismo aumentar. _Mas é complicado.
_Complicado. _Ele repetiu a olhando com seriedade.
_ Bem, se não se sente a vontade para fala-me. Respeito sua posição. Não quero que se sinta pressionada. Mas confesso que estou um tanto receoso. sabe filha... quando o José falou-me sobre a jovem que tinha resgatado. Fiquei curioso é um tanto intrigado.
Quando a vi, falei para ele sobre o meu desejo em desposa-la.
_Você é o José se conheciam? _Perguntou perplexa.
_O conheço dês de que ele era apenas um menino. É foi por isso que não lhe falei sobre nossa amizade. Ele me pediu segredo. Não o censure. Ele queria apenas ve-lá fora daquela vida. É temeu que você recusar -se, por pensar que a idéia surgirá dele. Enfim... quando José me levou a conhece-la, nunca imaginei que fosse "você" !
_Eu? _ Arquendo uma sobrancelha ela o encarou.
_Sim, você Francine! Quando a vi, não conseguia acreditar que aquela era a garotinha de meu velho amigo, Dom Fernando. Mas era você, eu não tive dúvidas. Você é a figura em vida de sua mãe. Mas para que não houvesse enganos, passei-me por um de seus clientes. _Confusa Francine passou a andar de um lado para o outro.
Enquanto o Duque permanecia com o mesmo semblante sereno de outrora.
_Casei-me com você filha, porque precisava salva-la do destino que lhe fora atribuído. Eu devia isso ao seu pai. Embora, agora eu tema, que tenha precipitado-me em tal decisão.
_ Arregalando os olhos ela o encarou.
_Acaso está arrependido?
_ Não filha, estou temeroso. _Ele admitiu, Deixando-a ainda mais tensa.
_ Eu vi a forma que Dom Henrique a olhava. E ao que percebi, tal sentimento é recíproco. Você parece ama-lo...
_Não, não o amo, Apaixonada talvez... _ Admitiu, sentindo seu coração apertar. _ Mas amor... amor eu só senti uma vez... e sei que sou incapaz de voltar a senti-lo.
_Filha... a paixão é o princípio do amor.
_ O senhor não entende... _Ela deu de ombros.
_ Qualquer que seja meus sentimentos por ele, eles simplesmente não podem existir. Eles não devem! Pois estou presa ao meu passado.
_Esse é exatamente o problema filha. Passado é passado, Deixe-o para traz, não faça dele seu futuro. _ Por um momento Francine o fitou pensativa. Negando-se a deixar suas lágrimas escorrerem.
_Eu não posso! Porque o passado me atormenta, sem me permitir ter um vislumbre de um futuro.
_Não gosto de ouvi-la dizer tais palavras.
_Não se preocupe, eu vou ficar bem. É logo Henrique fará parte desse passado que um dia ficará para traz. É é melhor que seja assim. Agora se me não se importa, está tarde. _Ela fingiu um bocejo. _ Suspirando resignado o Duque ficou de pé. Preparando -se para sair.
_ Pense bem filha, liberte-se desse ódio, e viva. _Passando as mãos sobre os cabelos dela afastou -se. Deixando-a pensativa.

                            * * *

    A manhã parecia tentadora demais para não ser aproveitada. Foi isso que Francine concluiu, colocando sobre seu coque a última presilha que faltava.

_Minha senhora seu café... Oh céus! Que vestes são essas? _ A criada alarmou-se ao fitar-la.
_ Ora Matilda, isso são calsas!
_ Estou certa que sim, minha senhora. O que não entendo é o que a senhora está a fazer dentro delas!? _Olhando a si mesma, Francine sorriu, como se a resposta fosse óbvia.
_ Vou cavalgar.
_ Cavalgar? _ A mulher arregalou os olhos.
_ Foi o que acabei de falar-lhe.
_ Não creio que a senhora esteja a falar sério! Uma dama não deve...
_ Já sei Matilda, não se preocupe não me demorarei. _Caminhando em passos largos, Francine a deixou para traz. Não estava disposta a ouvir sermões.

                           * * *

   " Era estranho, três anos havia se passado dês da última vez que montará em um cavalo pela última vez." Tantas lembranças dolorosas lhe viam a mente. Mas ainda sim, sentia tentada a montar. Sentia falta de seu pai. Sentia falta das longas tardes em que cavalgavam juntos. Sentia o desejo indescritível de volta a sentir o vento cortante lhe tocar o rosto.
" Por que a vida tinha que lhe ser tão cruel?"
      Fitando o animal em sua frente, o acariciou, tentando afugentar de si aqueles pensamentos.

_ Então meu amigo, nesta manhã, seremos eu e você. _ Alcançando suas pernas sobre o animal, voltou a acaricia-lo. Antes de seguir o seu caminho.

                               ***
   
      O calor do sol sobre sua pele, anunciava que já estava tempo demais longe de casa. Pelo oque buscou retornar.
    Na entrada, deparou -se com um de seus servos que a olhava desconfiado, talvez fosse por sua veste. É isso trouxe um sorriso humorado para seus lábios.

    Entregando o cavalo para ele continuou seu caminho

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    Entregando o cavalo para ele continuou seu caminho. Tudo que queria naquele momento era entrar numa tina quente e relaxar. O odor de suor e pelo de cavalo não lhe era dos mais agradáveis.

_Minha senhora! _Matilda a olhou de cima a baixo com total reprovação.
_Meu marido retornou? _ Perguntou demostrando total indiferença a reação da mulher em sua frente.
_Não senhora.
_Neste caso vou para meu quarto. Prepare-me um banho. Estou demasiadamente exausta.

  A mulher em sua frente não ousou questionar. Mas seu olhar mostrava mais de que os lábios eram capazes de dizer.

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora