Capítulo 71

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Parte 1

     Perdida em seus pensamentos, Bárbara saboreava com deleite sua segunda taça de vinho. Até ser despertada de seus devaneios por fortes batidas na porta. Deixando a visivelmente irritada. Mas logo sua irritação se desfez, ao vislumbra as faces rosadas de seu filho. Que tinha um semblante assustado.

_ Algum problema Thomas? _ Sentido o coração palpitar o puxou para dentro. Nunca o virá tão assustado.
_ Os oficiais... os oficiais.
_ O que tem eles? _ Falou com impaciência, vendo-o gaguejar.
_ Eles foram inspecionar a casa, e suspeita que a senhora tenha envenenado Dom Leonardo. _ Com um suspiro voltou a encher sua taça de vinho.
_ Quer um pouco querido?
_ Não... Mãe...
_ Não sabes o que estar a perder.
_ O interrompeu calmamente. _ Esse é um dos poucos prazeres da vida.
_ Concluio.
_ Mãe, eles virão atrás da senhora.
_ As palavras lhe saíram embargadas.
_ Não faça tanto drama querido. Para um homem isso não cai muito bem.
_ Parece que a senhora não estar a entender...
_ Acalme-se. Eles não tem nada contra mim.
_ Está errada mãe! Eles possuem duas testemunhas. Elas dizem ter visto a senhora sair de lá aquela noite.
_ Colocando a taça de vinho calmamente sobre a mesa. Ela observou atentamente o garoto amedrontado em sua frente.
_ Eu tenho tudo sobre controle Thomas. Não há com que se preucupar. Agora escute bem minhas instruções. _ Retirando algumas joias de uma caixa ela o entregou. Deixando o atônito.
_ Você irá até a Duquesa Francine de Bakered. E lhe dirá tudo que eu disser. Preste atenção Thomas! Certifique-se que ela fará tudo conforme suas palavras. Depois, você pegará essas jóias, e irá para bem longe daqui.
_ Mas é a senhora mãe?
_ Escute Thomas. Eu amo! E o quero seguro. Tenho alguns planos, e não quero que esteja no meio deles, entendeu?
_ Está me abandonado mãe? _ Com um longo suspiro ela tocou suas faces.
_ Não estou. _ Voltou a suspirar.
_ Faça apenas o que eu disse.
_ Sim senhora! _ Disse a contra gosto.
_ Não se preucupe querido. Quando eu resolver assuntos pendentes, irei ter com você. _ Thomas não sabia quais eram os planos de sua mãe. E atender a seu pedido não era algo que almejava. Mas ainda sim o faria. Pois não queria decepciona-la. Por isso, mesmo contra sua vontade, caminhou em passos firmes até a porta.
_ Filho? _ Ele virou-se prontamente, com uma esperança silenciosa de que ela o impedisse de partir.
_ Caso eu não volte a ve-lo, prometa-me que ficará bem. Que buscará sua própria felicidade.
_ O que está a dizer? A senhora disse...
_ Prometa -me Thomas! Prometa -me que não voltará para tentar me ver.
_ Falou severa. Ao que Thomas, sentindo o coração gelar, se viu concordar. E logo desapareceu porta a fora. Deixando Bárbara a olhar o interior daquela casa pensativa.
_ Beeeento!!! _ Gritou ela, ao que o homem, como de costume, prontificou-se em atender.
_ Em que posso servi -la minha senhora?
_ Tenho dois últimos serviços para você.
_ Últimos senhora? _ O homem arregalou os olhos.
_ Não me olhe com essa cara Bento! Sei que és dotado de pouca inteligência. Mas, até você sabe, todo caminho leva a algum lugar.
_ Ainda a encarando, Bento não parecia ofendido, mas, curioso.
_ Sabe Bento... _ Ela continuou, como se sua mente estivesse distante.
_ Eu sempre tive certo fascínio pelo fogo e sua imponência sobre todas as coisas. _ Ela riu. _ Está decidido! É isso que quero. "Chamas" muitas chamas. Chamas sobre tudo isso.
_ Quer que eu ponha fogo sobre sua casa senhora? _ Perguntou com incredulidade.
_ Sim, quero ver tudo isso ser reduzido a cinzas. _ Bento sabia que tudo aquilo era loucura. Mas não ousou questionar.
_ Há algo que queira que retire da casa senhora?
_ Não, tudo que necessito está aqui comigo. _ Bento acentiu, enquanto a observava cruzar a porta.
_ Senhora? _ Bárbara o olhou por sobre os ombros.
_ Qual a segunda coisa que deseja que eu faça? _ Virando-se novamente para ele, Bárbara o jogou um saco de moedas. E riu com um sorriso que ele bem conhecia.
_ Dentro em breve terei uma visita. Quero que cuide para que seja devidamente recebida. Faça com que seja uma boa menina.

                               * * *

_ Vejo que está com um ótimo humor filha

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_ Vejo que está com um ótimo humor filha. _ O Duque começou, vendo o Largo sorriso desenhado nos lábios de Francine.
_ De fato. _ Ela admitiu sorvendo um pouco do líquido quente em sua xícara.
_ Posso presumir que tenha boas notícias?
_ Hoje tomarei posse do que é meu por direito.
_ Refere-se a Bakered. Não sei filha, mas não creio que Lady Bárbara a entregará de bom grado.
_ É bem provável que não. Mas tenho minhas cartas na manga.
_ José a acompanhará?
_ Sim, ele e Diego estarão aqui dentro em breve.
_ Isso me deixa aliviado. _ Suspirou, a olhando por um curto período de tempo. E logo voltou a degustar a fruta que estava em suas mãos.
_ Sinto por não poder acompanha-lá. Mas como sabes, tenho alguns assuntos a tratar.
_ Não se preucupe, como falei, não estarei socinha. _ Ele acentiu, e logo preparou-se para levantar.
_ Desejo lhe sorte! _ Disse por fim.
_ Minha senhora... minha senhora...
_ Gertrudes entrou afobada. Assustando a ambos.
_ Algum problema Gertrudes?
_ Percebendo a presença do Duque, a mulher apressou-se em recompor-se. O que inevitavelmente rancou um sorriso daquele homem de aparência meiga.
_ Perdoe-me meu senhor...
_ Não há o que perdoar. Agora diga, por quê toda essa inquietação?
_ Tem um moço que deseja falar com lady Francine. Pedi para que adianta-se o assunto. Mas ele se negou. Disse que só pode ser tratado pessoalmente com a senhora.
_Com curiosidade, Francine apressou se em atender, juntamente com o Duque que parecia partilhar da mesma curiosidade.

Continua

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Continua...

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