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_ Olá querido!_ Disse Bárbara aproximando-se para beija-lo. Ao que ele se esquivou, fazendo-a suspirar resignada.
_Vai sair? _ Perguntou, tentando disfarçar seu próprio descontentamento.
_Vou encontrar-me com Eduardo, Tenho que ver com ele os últimos detalhes da viagem. 
_Você vai mesmo insistir nisso? Eu ficaria bem mas tranquila se...
_Eu fica-se parado como um inútil, deixando que as outras pessoas
toma- sem decisões por mim?
_Eu não quis dizer isso. _ Ela deu de ombros. Fazendo-o se arrepender de imediato pela forma como agirá. _Perdoe-me Bárbara eu não quis ser grosseiro. Eu sei que está preucupada comigo. _Disse tocando-lhe as faces de leve. Ao que ela sorriu.

_Preciso apenas respirar um pouco

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_Preciso apenas respirar um pouco. Garanto que não há com o que se preucupar. Deixe que eu resolva as coisas por mim mesmo. Para que eu me sinta vivo outra vez.
_Está certo. Se é assim que deseja!_Está viagem é necessária Bárbara. 
_ Ele disse a encarando. Ao que ela deu um sorriso, dando -se por vencida. Ficando de pé, Miguel caminhou até a porta, sem nada disser desapareceu por ela. Enquanto Bárbara o observava em um misto de decepção e raiva. " Até quando teria que sustentar essa situação, sem receber nada em troca?" No canto da sala Olga, observava a cena que se tornará rotineira. Sua senhora mais uma vez melancolica sobre uma cadeira.

_ Sabe Olga, quando eu soube que Dom Leonardo havia saído no encalço de Miguel e daquela maldita. Tive medo de chegar tarde demais. _ Ela começou. _ E quando o vi naquele estado, pensei te-lo perdido. E isso me fez perceber que o que eu sentia por ele, era algo além do meu ódio pela aquela infeliz. Me senti incapaz, Senti meu coração desfalecer. Percebi que o amava. Quando me dei conta que ele estava vivo. Não pensei duas vezes, o salvei. Mas me doia o coração, enquanto em seus delírios ele chamava por ela. E cheguei a pensar em deixa-lo morrer. Mas não consegui. Eu fui uma fraca! Não me envergonho disso. Pois minha fraqueza o manteve aqui. Quando ele acordou, pensei que a vida tinha me presenteado, por ele não ter memória.  Eu me apeguei a esperança de que o faria me amar. Mas mesmo sem memória, o infeliz se mantém fiel a ela. E ela? Ela o visita todas as noites, povoado suas memórias, seus pensamentos, roubando de mim qualquer chance que eu possa ter.  Fazendo -o me desprezar. Eu vejo Olga, o esforço que faz para não me decepcionar. Mas também sinto sua frieza em cada movimento.
_Minha senhora, não acha que está na hora de esquecer este homem? Deixa-lo ir? E quem sabe assim achar  sua propria felicidade!
_Está louca Olga? Eu o amo! Você não me ouviu dizer? Se minha infelicidade é a única maneira de mantê-lo por perto, Então me sujeito a ser eternamente infeliz.
_O que está a disser minha senhora? Não percebe o tamanho da sua insensatez?
_Ora veja só! Estou recebendo sermões de uma serviçal. Nada mais me falta. _ Ela riu com ironia. _ Quem é vc para me julgar Olga? Não passa de uma criada infeliz! _ Dando de ombros, Olga voltou a concentra-se em seus afazeres.
_ Eu farei ele me amar... _Ela riu. _Mais cedo ou mais tarde ele terá que me amar. Ele me deve isso. _Ouvindo aquelas palavras, Olga suspirou. A mulher em sua frente parecia ter perdido totalmente a lucidez.
_ O que a senhora tem feito é muito arriscado. E se ele lembrar? Se ele perceber tudo que a senhora tem feito des de que o encontrou? _Olga parecia tentar faze-la re-cobrar o bom senso.
_Ele não vai! _Ela se reencostou confortávelmente na cadeira. Com um sorriso sombrio nos lábios.
_Doutor Ulisses é um médico bastante competente. Ele me assegurou, que na condição de Miguel, é provável que nunca se lembre.
_Sim minha senhora, mas também disse que ele poderia lembrar de uma hora para outra. _Advertiu.
_E é por isso, que doutor Ulisses tem sido generosamente recompensado por seus remédios milagrosos. _Ela gargalhou. _Pobre Miguel, acredita  que aqueles remédios o ajudarão a recuperar a memória. _Ela voltou a rir, achando graça de suas próprias ações.
_Minha senhora, temo que esteja indo longe demais com tudo isso! _Olhando fixamente para Olga, Bárbara passou a mão delicamente sobre o acolchoado da cadeira, antes de berrar para a pobre mulher que a olhava assustada.
_O que faço ou deixo de fazer não lhe desrespeita sua pobre infeliz. Parece que vive constantemente a me azarar. Ande saia da minha frente. Saia, saia... _Ela gritou. Fazendo Olga apressar-se em obedecer. Se perguntando o "Porquê " de ainda permanecer ao lado daquela criatura cruel e amarga. Talvez porque senti-se pena. Ou talvez, porque se senti-se incapaz de enfrentar outra realidade além daquela. O fato é que não conseguia abandona-lá.

Continua... 

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora