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  Sentada em frente a sua penteadeira, Francine olhava pensativa para seu reflexo. "O quê estava se tornando? " Perguntava a si mesma. Hoje, quando assinará aqueles papéis. Casando-se com o Duque, assumirá novamente o nome que a muito havia esquecido. Voltado a assumir o passado que lhe assombrava. Um passado cercado de "porquês ". E um porque que agora lhe assombrava mas do que qualquer outro, era o fato de Bárbara, mesmo após sua suposta morte. Ter lutado para a anulação de seu casamento com Miguel. O que não chegou a ser uma tarefa muito difícil. Tendo em vista, que ela possuía bastante amigos influentes na corte. Que lhe devia favores. Mas a razão de tudo isso, para Francine ainda era um grande mistério.

_ Filha...   _ De sobre salto, percebeu a presença do conde. E logo sorriu.
_ Está tudo bem? Percebo que tem estado pensativa.
_Esta tudo perfeitamente bem! Só estou tentando acustumar-me a idéia de agora ser um duquesa. _Ela riu novamente. Voltando sua atenção para retirada de algumas presilhas que mantinham suas madeixas presas em um coque perfeito.
_Entendo.
_ O senhor deseja alguma coisa? _ As palavras lhe sairam tão sugestiva que ela sentiu um estranho nó na garganta. Fazendo-a apresar-se em corrigir.
_Se quiser posso mandar-lhe servir um chá. _Percebendo a inquietação da moça, um sorriso se desenhou naqueles lábios enrugados.
_ Agradeço sua gentileza filha. Mas não é necessário. Só vim certificar-me de que estava devidamente acomodada ao seu novo lar.
_O senhor é muito gentil.
_Espero que durma bem. E se precisar de alguma coisa. Maria está a sua disposição.
_Obrigada. _Sem demora  o Duque saiu a fim de deixa-la a vontade. Socinha com seus próprios pensamentos. Com um breve suspiro, ela caminhou até a varanda. Precisava de um pouco de ar fresco. O vento frio que logo passou a percorrer o seu corpo. A fez arrepiar -se. Em busca de  aquecer -se , cercou seu corpo com seus próprios braços. _Juliana... A voz sobre seus ombros fez novamente assustar -se.
_Henrique??? O que faz aqui?
_ Vim ver você. Não gostou da surpresa?
_ Pensei que só retornaria daqui a um ano.
_ Não consegui esperar tanto tempo. Precisava tornar a ve-la. Receio que meu retorno tenha sido tardio. Tendo em vista que a encontrei casada com outro homem. _ Lamentou, Com visível desapontamento.
_Você não deveria estar aqui. _Ela susurou, sentindo seu coração acelerar.
_Eu sei... _Admitiu frustrado.
_Mas como disse, precisava ve-la. Não sabe como esses últimos cinco meses foram torturantes para mim. Eu precisava Sentir você, seu calor, seu perfume. _Aquele hálito quente sobre seu pescoço, a fez sentir ligeiramente desnorteada. Uma chama ardente parecia percorrer cada veia de seu corpo. Traindo tudo pelo o que acreditava. Levada por esse desejo insano, permitiu ser guiada em um beijo arrebatador.

_Você não devia

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_Você não devia... _ Protestou em um fio de sanidade. Que parecia lutar para não permitir que ela vinhe-se a se afundar no abismo que era aquele homem.
_Eu a quero bonequinha, quero ama-lá. Quero que seja minha... _Ele falou ofegante ao pé do ouvido. Parecendo ignorar as palavras de súplicas para ele afastar-se. Sua boca  quente continuou a traçar com agilidade os contornos de seu pescoço. Em um caminho que ele conhecia muito bem.
_Deixe-me ama-lá Juliana. _ Aquelas palavras a trouxeram a realidade. Fazendo-a afastar-se de súbito.
_Eu não posso... Você tem que ir. _Confuso, ele a fitou.
_Não me peça para ir... _ Ele aproximou-se novamente. Ao que ela  esquivou -se.
_ Não percebe o tamanho dessa insensatez? Peço que não volte a tocar-me. Eu quero que você vá,  e não volte mas.
_ Não me peça para me afastar Juliana, pois eu a amo! _Com total perplexidade ela o fitou. Sentindo seus olhos encherem de lágrimas.
_Não Henrique, você não pode me amar!
_ Você acha que eu já não tentei me convencer disso? Mas eu a amo!
_ Tentando reprimir o choro, Francine colocou a mão sobre o rosto.
_Eu percebi isso muito antes de deixa-la. Mas fui um covarde. Tive medo. Me comportei como um tolo tentado me enganar, tentando me convencer que estava errado. Mas eu a amo! Essa é uma verdade inegável. Por isso voltei. Tinha intenção de torna-la minha. Mas assim que cheguei, soube de seu casamento. Você não sabe como essa notícia me deixou enlouquecido. Eu não consigo suportar a idéia de outro homem à tocando. A acariciando, isso me deixa furioso _Suas mão percorria nervosamente os braços de Francine. Como se velubra-se a cena.
_Sei que estou sendo precipitado. Estou sendo um tolo. Mas serei um tolo ainda maior se não lhe perguntar. Preciso saber, você me ama?
_ De que adianta meus sentimentos agora? _Falou em lágrimas. _ Não existe um futuro para nós Henrique. Nunca ouve...
_Não diga isso! Eu a proíbo.
_Mas essa é a verdade. Eu não posso ser sua. Vá embora Henrique, me esqueça.
_Mesmo que eu quiser-se, não poderia. É estou disposto à esperar o tempo que for necessário para torna-la minha.
_Por favor, esqueça-me. Não existe futuro para você ao meu lado. Há muitas coisas que me impede de unir-me a você. O meu passado é...
_Eu não importo com seu passado Francine. _ Arregalando os olhos ela o encarou.
_ Como sabe quê?
_Isso importa? _ A olhando nos olhos, Henrique se sentiu encorajando a unir seus lábios novamente aos dela. Desta vez em um beijo suave, cheio de sentimentos. Ainda sim, Francine sentia a intensa necessidade de fugir.  De afastar-se dali. Pois todo os seu ser alertava-lhe que não seria capaz de resistir.

Continua...

Memórias de um passado ( Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora