Um

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- Eu pensei que tivesse mandado você embora. — Seiji falou seriamente e Butsuma o olhou.

- Não vou desistir tão fácil, pense no quão útil pode ser sua filha se casando com o meu. — Batidas na porta os despertou mas nem isso foi capaz de diminuir a tensão no ambiente

- Entre. — A porta foi aberta revelando Mayumi que estava com as bochechas levemente coradas e um sorriso simpático habitou os lábios dela.

- Okaasama está chamando para o jantar e pediu para o senhor trazer seus convidados.

- Eles... — Sua voz sumiu e o ar saiu de seus lábios. — Já estamos indo.

- Hai. — Ela se curvou e caminhou até a saída fechando a porta atrás de si.

- Fiquem para o jantar e durmam aqui, amanhã vocês vão. Darei cem guerreiros, minha filha não vai ficar no campo de batalha antes dos doze anos.

- Todos começamos mais cedo.

- E sei as consequências, o assunto acaba aqui ou terá mais do que o clã Uchiha para se preocupar. Entendeu?

- Como queira, Seiji-sama.

Uzumaki Mayumi.

- Itadakimasu! — Falamos juntos e abaixei as mãos esperando os adultos terminarem de servir a si mesmos.

Normalmente meus pais me obrigariam a pegar antes de todos mas pelo que entendi o clã Senju não é amigável e Butsuma é o pior de todos, ele mata crianças como eu.

- O que estava fazendo com Mito a manhã toda?

- Brincando.

- Entendo. Já alimentou seu lobo?

- Sim, ele está no meu quarto.

- Ótimo. — Bebo um pouco d'água e começo a comer

- Que falta de educação a nossa... — Butsuma falou e o olhei. — Esse é meu filho mais velho, Hashirama e aquele é o mais novo, Tobirama.

Apontou para o menino de cabelos negros que deixou Mito corada e depois para o menino de cabelos platinados que me olhou como se não desse a mínima para o que acontece ao seu redor.

- Sou Mayumi. — Falo após engolir a comida e sorri minimamente.

- Mayumi-hime, pelo que Mito-chan disse.

- Sim.

- Você não se parece com uma Uzumaki. — Abaixo um pouco o olhar e volto a comer em silêncio

- Já chega Butsuma! — Otousama falou firme e engoli seco. — Não venha até minha casa e faça esse tipo de perguntas, não é da sua conta o que acontece com meu clã.

- Não vamos começar a brigar, onegai. — Okaasama falou e o silêncio habitou o local.

Eu sei que sou adotada e meus pais não são Uzumaki, por que? Porque todos do clã possuem cabelos vermelhos, platinados ou azuis.

Eu não, meus cabelos são negros, meus olhos são ônix e meu chakra é tremendamente assustador, na verdade não posso chamar de meu pois sei que não é.

Também não sei muito sobre minha origem, ninguém sabe e talvez fique assim para o resto da vida, tudo o que me importa é que tenho um pai e uma mãe, eles me amam e já é mais do que suficiente.

O jantar passou rápido e pude entender que os Senjus dormirão aqui pois novamente meu pai voltou para o escritório com Butsuma, minha mãe foi para a cozinha e a responsabilidade de levar nossos visitantes aos seus quartos ficou para mim.

- Venham comigo, onegai. — Os chamei com os braços cruzados atrás do corpo e o tal de Hashirama quase derrubou a espada. — E de preferência deixem as armas aqui, meu otousama não gosta de desconhecidos mexendo em suas coisas.

- Gomen. — O mais velho falou coçando a nuca e assim como o irmão guardou as armas.

- Para onde vai nos levar?

- Não se preocupem, tenho mais motivos para temer vocês do que vocês me temerem. — Subo as escadas sendo seguida pelos dois e entro nos corredores do quarto de hóspedes.

- Mito fala de mim?

- Não sei, só temos tempo para conversar quando não estou na academia. — Abro uma das portas e aponto para dentro. — Esse é seu quarto, Hashirama-san.

- Arigatō, bom, eu vou dormir. Konbanwa. — Ele se despediu e abri a porta do quarto da frente.

- Esse é o seu. — Tobirama entrou e voltei a cruzar os braços atrás do corpo. — Tenha uma boa noite, Konbanwa.

- Arigatō gozaimasu. — Ele fala enquanto eu saia do corredor indo em direção ao meu quarto.

- Filha? — Olho para trás encontrando minha mãe. — Está tudo bem?

- Hai. A senhora precisa de algo?

- Não, pode ir. — Beija minha testa e sorri voltando para o andar de baixo.

Assim que entro no quarto espreguiço meu corpo sentando na cama e Lupe pula ao meu lado deitando a cabeça em minha perna.

Passo a mão em sua cabeça fazendo carinho na região e ele se conforta em meu colo, sorrio pegando meu diário e começo a contar sobre meu dia.

Não tenho novidades para contar mas é sempre bom escrever, de acordo com minha mãe, para relembrar os bons e maus momentos.

Dia seguinte.

- Ohayo. — Falo sorrindo ganhando os olhares de meus pais e dos Senjus.

- Ohayo, Mayumi-hime. — Butsuma falou e engoli seco me sentando ao lado de minha mãe.

- Dormiu bem, filha? — Me viro para ela e sorriu

- Sim.

- E seu lobo? Como ele é? — Hashirama questionou animado e me mantive em silêncio enquanto me servia.

- Não falamos sobre isso na mesa.

- Gomen nasai. — Se desculpou e bebi um pouco do chá.

Senjus, malditos curiosos.

Não sei porque otousama aceitou ajudar o clã Senju sendo que negou ajudar o clã Uchiha quando eles vieram pedir e o ar saiu de meus lábios.

Eu não posso me envolver nesses assuntos, se meu pai descobrir irei ficar se castigo para o resto da vida.

A História apagada.Onde histórias criam vida. Descubra agora