Onze

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Os anbus pararam de andar e assim fizeram Mayumi parar automaticamente enquanto olhava para os cinco kages a sua frente.

- Vou ser julgada por vocês? Isso é sério? — Questionou com a expressão vazia e Tobirama foi o único a desviar o olhar ainda envergonhado pelo ocorrido de dois meses. — Sou aquela que sabe seus piores segredos.

- E que carrega as bijuus dentro de si, uma grande arma.

- Não viu nada ainda, Kazekage-sama.

- Claro que não, afinal você exterminou shinobis que caçamos por anos, incluindo dois grandes líderes de Konoha. — O Mizukage falou e ela o olhou.

- Após várias reuniões, com os atuais e antigos Kages decidimos que você se manterá livre, cumprindo sua sentença em Konohagakure. — Tobirama se pronunciou e respirou fundo.

- Se eu vou ficar livre... Qual a minha sentença?

- Cumprir o contrato que você e Tobirama-sama ignoraram por anos.

- Não foi o que decidimos. — Hashirama falou seriamente

- Não, foi o que nós, os quatro Kages decidimos.

- Eu vou matar vocês seus.... — Gritou quebrando as correntes e rapidamente os anbus a seguraram mas foram jogados para longe

- Já chega, Mayumi! — A voz de Seiji invadiu os ouvidos da filha que parou de andar voltando ao normal enquanto se virava para ele.

- Otousama? — Sussurrou e ele sorriu abrindo os braços para ela que correu até ele o abraçando.

- Eu senti saudades.

Uzumaki Mayumi.

- Gomen nasai, otousama. — Falo olhando para minhas mãos

- O que eu disse sobre pedir desculpas?

- Para eu dizer apenas se realmente estiver arrependida.

- E está? — Eu estou? Não. A dor ainda está aqui, ainda dói e parece que sempre irá doer.

Eu não me arrependo de ter matado os inimigos, me arrependo de matar inocentes, eles não tinham culpa mas eu não me importei e agora entendo sobre o que Hagoromo contou anos atrás.

Indra é o ódio e Ashura o amor, eu sou a união deles e isso definirá o futuro do mundo shinobi, eu não posso me perder na escuridão e não vou. Eu vou salvar esse mundo, proteger o máximo de vidas possíveis e evitar outro massacre em massa.

- Kai. (Libertar de genjutsus) — Ergo o olhar para Madara que estava ao lado de Hashirama. — Por um momento eu acreditei.

- Como percebeu?

- Eu era criança e tinha uma menina que queria minha boneca, eu a joguei na lama e em seguida pedi desculpas, mais tarde naquela noite otousama me chamou e disse que não viu arrependimento em meu olhar, ele não me bateu, não me colocou de castigo... Apenas disse para eu não mentir sobre meus sentimentos, poderia ser pior do que dizer a verdade e você estava lá, Hashirama-sama. Eu não me arrependo das maldades que fiz... Mas irei passar a eternidade me redimindo por elas.

- Precisa prometer que se a tirarmos da prisão, não fará nada.

- Quando estive em Konoha pela primeira vez me lembrei de como era em Uzushiogakure, uma aldeia sempre animada e movimentada... Se eu puder impedir que tenham o mesmo fim que minha casa, assim farei.

- Você podia ter se libertado do meu genjutsu, por que não o fez? — Viro o rosto e respiro fundo. A sensação de conforto foi tão perfeita que eu não queria voltar, mas eles não precisam saber disso.

{...}

Tobirama parou na frente do quarto e respirou fundo batendo na porta que foi aberta após um minuto, cujos segundos foram contados por ele, Lupe estava nos braços da mulher que olhava o Kage.

- Gomen nasai, pelo que fiz.

- Quais das coisas?

- Te matar. Não era meu dever ou responsabilidade.

- Não, não era... Mas no seu lugar eu teria feito o mesmo.

- Por que?

- Para proteger meu clã e minha família... — Deixou a porta aberta para ele entrar enquanto ia em direção a cama e sentou no meio dela. — Eu era leal a eles mas não apoiava todas as decisões, principalmente quando se tratava da guerra entre vocês e os Uchiha. Também era leal a aldeia e por nunca ter estado em um combate real, além de missões, não soube o que fazer no momento.

Tobirama se aproximou após fechar a porta e sentou na beira da cama a olhando.

- Se você fosse mortal, sua lealdade a Uzushiogakure teria matado você.

- Você é mortal, sua lealdade a Konohagakure vai mata-lo.

- Vai ficar triste por um mim, se eu morrer. — Ele sorriu e a risada saiu dos lábios dela o deixando corado.

Mayumi estava de olhos fechados, sua boca entreaberta enquanto o som saía de sua garganta em direção a saída de seus lábios e Tobirama apreciou, a primeira vez em anos, a risada dela.

- Eu não vou chorar, já chorei o suficiente por meu clã.

- Eu não acredito em você, por dentro você quer o mesmo que eu.

- E isso seria?

- Você vai descobrir... — Ergueu a mão e tocou a bochecha dela fazendo carinho com o polegar no local a deixando corada e de olhos arregalados. — Um dia.

A História apagada.Onde histórias criam vida. Descubra agora