A princesa

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Thranduil olhou para a floresta, os pássaros lhe trouxeram o recado de que Legolas estava próximo, a batalha contra Sauron havia acabado, a guerra em suas terras finalmente acabou, muitos de seus elfos caíram, mas muitos ainda sobreviveram. Todos do reino estavam animados para a festa para a chegada do príncipe, seu coração estava mais tranquilo por saber que seu filho estava bem, mas só iria sossegar quando pudesse abraça-lo, depois de tudo que aconteceu, das batalhas, dessa missão infundada em que colocaram seu filho.

- Hîr nîn ( meu senhor) – chamou Taelin, fazendo-o virar-se para o conselheiro, nos últimos dias o elfo havia se tornado um pouco fechado, e ganhou um semblante triste.

- Sim, o que deseja?

- Um dos pássaros trouxe uma carta do príncipe.

- Não preciso, já me contaram o que deveria saber – ele suspirou – ordene a Dirwen que prepare dois quartos de hospedes.

- Sim, meu senhor, posso saber de quem se trata?

- Ninguém me contou – ele meditou – e conhecendo meu filho, sei que não disse de quem se trata nessa pequena carta.

- Como sempre, eu avisarei a Dirwen e Limes para que prepare a mesa para quatro pessoas – ele disse e curvou-se.

- Faça isso – ele suspirou e voltou-se para a janela enquanto escutava o suave baque da porta de carvalho.

Tudo parecia incerto desde do momento em que seu filho saiu de casa, saber da guerra, de ter seu filho tão próximo do inimigo, sozinho em um campo de batalha, isso não foi justo, ele esteve ao lado do pai quando estiveram na frente aos portões de Mordor, e agora seu filho estaria só, mas pelo amor dos Valar, seu filho estava vivo, e finalmente eles poderiam se reunir novamente.

**

Thranduil esperou ansiosamente para que Legolas aparecesse próximo aos portões do palácio, um pequeno sorriso surgiu em seus lábios ao ver seu filho perfeitamente bem, e até um pouco mais gordinho do que costumava ser, pelo visto os dias em Gondor foram muito bem-vindos ao espirito do príncipe, ele observou os amigos de seu filho e não ligou muito, desejando que seguissem e não permanecesse, mas todos pararam diante dos elfos que estavam prontos para levarem os cavalos ao estábulos, e uma pequena carranca começou a se formar na estoica feição do rei.

- Ada – Legolas chamou saudoso quando se aproximou do pai, o rei o abraçou sem reservas, tentando acalmar seu coração, seu filho está em casa é tudo o que importa.

-Íon nîn – ele sorriu – estou feliz que esteja em casa.

Legolas se afastou, e apresentou seus amigos, um anão e uma garota meio sangue, o rei olhou para o anão ruivo, e para a garota, seu olhar era sério e meio sombrio, vestida em uma armadura de guerra, seus cabelos soltos, e sua expressão quase malvada, com um pouco de desgosto enquanto examinava os guardas élficos próximo a ela, mas ele nem deu atenção levando seu filho para os aposentos, sabia que todos precisariam de descanso mas gostaria de conversar com o filho antes.

Legolas sentou-se na poltrona enquanto desfazia os laços de suas botas, túnica e calças.

- Você sabe que teremos que conversar sobre isso? – disse o rei já conhecendo a procrastinação de seu filho.

- Poderemos conversar sobre isso depois da festa? Estou cansando, amanhã desejo comemorar, não quero conversar sobre isso tão cedo, e de nada adiantará essa conversa, o senhor conhece perfeitamente bem minha resposta – disse o príncipe, enrolando seu corpo nu em uma das toalhas.

- Você sabe que não pode fugir disso, não desta vez – ele avisou, o príncipe concordou, mas seu olhar denunciava que estava pensando em outra coisa.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora