Meu pequeno presente.

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Myelle despertou de madrugada, a lua ainda reinava solitária no céu noturno sem estrelas, e sua luz prateada entrava pela janela aberta, iluminando a cama do casal. Respirando lentamente ela segurou o braço do marido que estava agarrado ao seu corpo, mantendo-a próximo a ele, sua respiração quente e pesada se chocava contra seu pescoço, enquanto o cabelo do rei estava espalhado cobrindo a ela e a ele. Lentamente ela se desvencilhou e foi até a sala de estar, onde tinha uma jarra de água fresca, tomando um gole, ela suspirou alto, descansando a mão em seu ventre. A gravidez era cansativa, e o susto que levou a uns poucos dias atrás ainda a deixava ansiosa sobre o parto, mesmo que faltasse uns bons seis meses para isso.

As fazes de sua gravidez passou ligeiramente, entre uma e outra sempre tinha um momento de quietação em seu ventre, o bebe se recusava a mover-se em um período de cinco a doze horas, no entanto aquele dia ficou quarenta e oito horas em dar sinal de vida, o pânico quase destruí seu marido, e quase a destruí. Seus olhos voltaram-se para Thorin dormindo tranquilamente, e em seu ventre a criança se moveu como se soubesse o que ela estava pensando e tentou tranquiliza-la.

Depois de tomar duas canecas de água fresca, a rainha voltou para cama, mas sentou-se, observou seu marido dormir. Thorin estava deitado de barriga para cima, vestia apenas a calça do pijama, o peito largo e musculoso tinham pelos escuros que sumiam diante do cos das calças, seus cabelos cumpridos e ondulados estavam espalhados pelo travesseiro, os olhos fechados, a respiração pesada ganhando um pequeno e grave ronco no final de cada expiração. Enquanto o observava sentiu a criança em seu ventre se mover, e colocou a mão sobre seu estomago inchado, era uma perfeita benção essa criança em sua vida, não foi planejado, mas era completa e imensuravelmente bem-vinda, ela esticou uma das mãos para o rosto de seu marido, e acariciou suavemente, esfregando a barba, as bochechas, o pescoço poderoso e forte. Myelle viveu sozinha boa parte de sua vida, sendo rejeitada por sua família de sangue, ela nunca tocou nesse assunto, e nunca tocaria, para todas as formas sempre foi sozinha, os detalhes não importavam, não para ela, até encontrar a companhia de Thorin, ganhou amigos, pessoas que se preocupavam com seu bem-estar, que realmente a amava, e ela decidiu ama-los também, eram sua família, e apesar de desencontros e confusões, Thorin sempre foi paciente com ela, a esperou por tanto tempo, cuidou dela com tanto carinho mesmo antes de se tornarem um casal, ele sempre foi assim protetor, gentil, amoroso, apesar de perder a cabeça algumas vezes, ele era perfeito, perfeito para ela. Ela o amava mais do que tudo, o amava, era uma parte de si, uma parte de seu coração, e sem ele estaria vazia.

- Eu o amo meu Yasthûn(marido) – ela sussurrou ainda fazendo suaves caricias em seu rosto, mas seu corpo enrijeceu, e uma onda de calor tomou seu corpo.

Era sua necessidade lhe gritando. Sua gravidez compelia e exigia muito de seu corpo, e de três em três meses isso levava a incômodos diferentes, e ela já havia passado por três deles, 1: o calor intenso; 2: desmaios e vômitos; 3: sono extremo. E agora nesse momento seu corpo anunciou que a pausa havia acabado e sua quarta tortura acabava de exigir atenção, ela sorriu, pois esse incomodo gerado pela gravidez não iria preocupar seu marido como os outros incômodos preocupavam, ele simplesmente iria aproveitar-se de sua necessidade.

Myelle inclinou-se e sentou-se sobre seu marido, um gemido suave escapou dos lábios dele quando seu peso foi depositado contra o quadril dele, ela passou a mão em sua barba novamente, antes de inclinar o corpo e beija-lo, os lábios foram hesitantes por alguns segundos ainda sonolentos, mas logo ansiosos se abriram e aceitaram sua língua, sugando-a, acariciando-a, mantendo-a dentro da boca macia, permitindo-a que percorresse todo seu interior, a cabeça se moveu suavemente tentando acompanhar a dança de seus lábios famintos, somente quando seus pulmões exigiram ela se afastou. Thorin tinha um sorriso bobo em seus lábios, olhos semicerrados, lábios úmidos inchados pelo contato íntimo.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora