Conselhos de Sábios

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Naila riu novamente de uma das observações de Agalardiel, estavam sentados na sala do conselho, ela não deveria estar ali, mas não tinha para onde ir, era folga para os estudantes da academia, sentia-se entediada, e frustrada sobre tudo em relação ao rei e o reino dos elfos, ela deveria estar com as senhoras, tomando chá e bordando, mas Agalardiel lhe ofereceu outra alternativa: ajudar a ele e Taelin; o elfo de cabelos escuros pareciam muito diferente nos últimos dias, sempre foi sério, mas agora estava meio sombrio.

- Vamos lá Taelin, conte a ela um pouco de suas travessuras! – reclamou o loiro, o conselheiro ergueu os olhos para os dois antes de voltar a olhar para seu livro.

- Conte apenas uma coisinha – sussurrou o loiro inclinando-se um pouco e fazendo cara de inocente, Taelin levantou o olhar novamente e ficou encarando o elfo.

A tensão sexual era quase tangível, e Naila se sentiu constrangida, os dois estavam ficando? Mas e Logel? Mahal, será que estava enganando-a?

- O que acontece entre vocês? – ela questionou e observou como os dois a olharam.

Taelin não tinha medo, nem vergonha estampado em seu rosto, e Agalardiel sorria como um bobo, algo realmente estranho, apesar de azedo e cruel, ele estava sempre exibindo sua coleção de dentes perfeitos.

- Não há nada.

- Mas houve sim – o loiro sorriu.

- Cala a boca, todo mundo sabe, mas você não precisa espalhar para o reino dos anões não – repreendeu Taelin.

- No meu reino, a maior parte da população é homem, e eles se casam entre si, não há nada de anormal nisso – disse Naila juntando as sobrancelhas enquanto analisava os dois.

- O que me incomoda é Logel, não quero que a engane.

Agalardiel revirou os olhos, arrumou sua trança esperando que o conselheiro dissesse algo, mas como ele não disse, preferiu dizer ele mesmo.

- Taelin me trocou por Logel. Não estivemos juntos depois que ele começou a corteja-la, nem durante seu relacionamento.

O conselheiro do rei continuou com seu trabalho, não disse nenhuma palavra, e nem precisava estava claro no rosto de ambos o que estava acontecendo, e o que tinha acontecido, e a animação repentina de Agalardiel ficou mais clara, a presença de Taelin significa muito para ele, mesmo que seja apenas para trabalhar.

Alguém bateu na porta fazendo Naila tirar os pés de cima da mesa, endireitando seu corpo e voltando a analisar o livro que estava em suas mãos, sobre as fadas, ouviu o barulho da porta ser aberta.

- Senhor Taelin, o rei deseja vê-lo – Meludir chamou. O elfo levantou-se para sair, quando o guarda se virou para eles novamente.

- Alteza, o rei deseja vê-la quando anoitecer.

Naila sentiu o estomago se apertar, e seu coração começou a correr rapidamente, estava desesperada, mas fechou os olhos e repetiu para si mesma.

Não é nada demais.

Não é nada demais.

- Princesa, depois que voltar faço aquilo para a senhorita – disse Taelin e deu lhe um sorriso reconfortante, ela balançou a cabeça positivamente e sorriu.

Quando aporta se fechou Agalardiel se voltou para ela, e a analisou depois de alguns minutos perguntou:

- Fazer o que?

- Quero ir embora, pedi para ele reformular meu contrato e diminuir os meses que tenho que ficar, não quero ser ingrata com o rei, eu adorei o convite, adorei ajudar – ela encolheu os ombros – mas minha mãe está gravida, quero ficar com ela.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora