O inevitável.

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Thranduil sorriu quando o corpo quente da princesa se pressionou contra ele, estava dormindo e o dia tinha acabado de nascer, era bom estar tão perto dela, estando completamente nu debaixo dos lençóis, seu coração se inflou quando a mão macia apertou seu peito enquanto os seios sensíveis da menina foram pressionados contra suas costas, ele exalou um som de satisfação para induzi-la a não parar por ali, e ela captou muito bem sua mensagem, sua mão desceu um pouco mais invadindo os lençóis, o rei apertou os olhos ainda mais quando a mão dela agarrou seu membro. Aquele sentimento caloroso preenchia seu peito de forma prazerosa, era muito bom estar assim, gostaria de ter manhãs como essa muitas vezes, por muitos anos, a paz que o amor de Naila lhe trazia era imensurável, o mundo poderia estar um caos lá fora, dentro do quarto, sobe as mãos dela, parecia estar em outro mundo, em outra vida, ela lhe proporcionava tudo que necessitava.

O choro suave de uma criança o fez abrir os olhos rapidamente, estava em seu quarto, mas a sua frente onde deveria ter uma poltrona, tinha um berço delicado, com enfeites brancos, com pedras brancas preciosas.

- O que foi mela nîn?

Thranduil engoliu em seco quando olhou sobre seu ombro, Cellin sorriu suavemente enquanto esfregava suas costas com delicadeza, ela tentou beija-lo e ele a afastou, ainda muito aturdido sobre tudo que estava acontecendo, ele olhou para o berço novamente, não era o berço de Legolas, não era o choro de Legolas, aquilo não era uma lembrança, e tão pouco parecia um sonho.

- Eru – ele exalou.

- Mela nîn? – ela questionou e agarrou seu rosto, forçando-o a olhar diretamente para ela.

Seus olhos castanhos brilhavam com doçura, enquanto seu sorriso se esticou mostrando seus dentes bonitos. Ela estava diferente, e tudo estava tão estranho, um pavor tomou conta dos nervos do rei, seu coração ameaçou romper suas costelas em desespero.

- Não toque em mim! – ele rosnou, ela se afastou olhando-o com confusão.

- O que foi? Thranduil? Você não está bem.

- Não toque em mim!! – ele rosnou novamente e a afastou bruscamente, a criança começou a chorar com mais desespero.

Cellin olhou com magoa para o berço, e depois para ele.

- Eu odeio quando você tem esses sonhos, me preocupa demais – ela sussurrou e se levantou indo até o berço.

As mãos delicadas se apoiaram contra o berço e ela olhou para a criança que ainda chorava, e apenas aumentou o choro quando viu o rosto da rainha. Ela sorriu gentilmente, mas nem fez menção de pegar e acalmar a criança.

- Levanta Thranduil e venha vê-la – ela disse – sabe que sua criança mestiça odeia que eu chegue perto.

Thranduil acordou em súbito, jogando as cobertas para cima, sentou-se sobre a cama e passou as mãos sobre o rosto, então percebeu que estava tremendo. Com um pouco de esforço olhou para o lado vazio de sua cama, fazia alguns dias desde de que conversou com Naila sobre Cellin, e depois daquela noite a princesa aos poucos foi parando de dormir com ele, até chegar ao ponto de não procura-lo mais.

Ele levou a mão ao peito, e esfregou, aquele sentimento tão familiar de ser rejeitado, deixado de lado voltou a incomodar, mas sabia muito bem que havia proclamado algo que os dois sabiam que aconteceria quando não negou amar Cellin. O dia nem tinha começado, ele se aprontou e se dirigiu até a cozinha, ainda se sentia drenado pelo sonho, sentia-se sozinho e vazio sem Naila, sentia-se perdido. Quando entrou na cozinha se deparou com Taelin, o conselheiro estava sentado na mesa dos empregados, comendo pão e queijo, e um caneco de leite quente e chá.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora