Todos os sentimentos.

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Taelin entrou dentro de seus aposentos no final da noite, Saer estava se retirando para dormir e apenas deu um breve aceno ao conselheiro, ele comeu o que restou do jantar antes de entrar em seus aposentos, Logel estava deitada, encolhida na cama, aquilo não estava dando certo, ela não queria dizer o que foi que Agalardiel disse para ela, e isso o irritou imensamente. Depois do banho ele sentou na beira da cama e começou a escovar seus próprios cabelos, olhando através do reflexo do espelho sua esposa dormir, ou melhor fingir que dormia, seu próprio corpo ficou tenso de repente, os problemas pareciam nunca acabar, apenas dar uma trégua, enquanto olhava além da janela para o céu estrelado pensou que talvez deveria ir para Aman, lá seria um lugar seguro para estar, calmo, enquanto pensava escutou o som da esposa chorando, e pensou em quanto tempo isso iria durar? Estava cansado de brigar e na última semana tinha se descontrolado muito.

- Logel, apenas me diga o que aconteceu, não vou mata-lo, se quisesse já tinha feito e você sabe – ele soprou e virou-se para encarar a esposa.

Ela se moveu para sentar, com as costas pressionadas contra a cabeceira da cama. Logel secou suas lagrimas, não queria dizer nada, porque dizer era exatamente o que o conselheiro queria que ela fizesse, e isso poderia desencadear outro ataque de fúria no marido.

- Quando? – ele questionou e ela ficou um pouco assustada sem saber se ele poderia ter descoberto algo.

- Quando foi que você perdeu a confiança em mim? – Logel não precisava de sua visão para saber que o marido estava magoado, a tensão em seu corpo era tão clara, os sentimentos que faziam sua voz mudar.

- Não é isso – ela respondeu e começou a secar outra onda de lagrimas que escorreu de seus olhos.

- Então me diga – ele expirou – eu cansei de ouvir você chorar durante a noite, cansei da maneira como me evita, e não vou descansar enquanto não me contar, ou prefere que eu pergunte a Agalardiel? Porque eu vou.

Logel pode ouvir o marido se levantar, e imaginou que provavelmente estava com o braço esticado em direção a porta, a testa franzida, os olhos abertos e brilhantes pelas emoções, o peito nu sobre a brisa que entrava pela janela, e uma calça lisa do pijama provavelmente preta ou azul. Ela sabia que se ele perguntasse ao conselheiro, o idiota iria aumentar tudo apenas para irritar seu marido, e tudo iria piorar, o elfo desconfiaria dela e seu casamento estaria acabado.

- Eu e Agalardiel ficamos uma vez – ela confessou rapidamente antes que perdesse a coragem.

No silencio que se seguiu ela escutou o som da respiração laboriosa preencher o quarto.

- Você e ele transaram? – finalmente ele perguntou, o marido sabia que ela teve muitos admiradores, e quando se casou não era uma donzela.

- Não...quer dizer... quase – ela suspirou – Cellin nós impediu. Agradeço a ela todos os dias.

- Quando foi isso?

- Logo quando os Sindar chegaram aqui. Eram bonitos diferentes, uma novidade para todas as elleths.

- Ele disse que me contaria?

- Não – ela suspirou sentindo seu coração correr – ele disse para mim lhe contar, e dizer o quanto gostei de seu beijo.

Logel ofegou quando seu corpo foi pressionado contra o do marido com força, a respiração dele era forte, e seus músculos firmes não vacilaram ao prende-la embaixo de seu corpo.

- Você gostou? Gostou Logel? – o sopro de ar foi direto em seu pescoço e orelha, e ela não sabia bem como responder, ainda estava assustada do movimento repentino.

- Taelin ... – ela gemeu sem ar – isso foi a muito tempo, não conhecia você, não amava você.

- Então você gostou? – ele rosnou e a apertou contra o colchão.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora