Thranduil sentou-se em sua sala de estudos, estava exausto das pesquisas que tinha feito, e por alguns longos minutos ele pensou que poderia simplesmente fugir de tudo isso, mas não poderia, seu povo depende disso, seu filho depende disso, enquanto olhava para o pergaminho e livros sobre contos e épocas em que aquelas poucas fadas vieram morar entre eles pensou no que resultou este pequeno tour das meninas delicadas com asas invisíveis, a maioria havia sido encarcerada por seu pai e torturada por Agalardiel, tempos sombrios, nem ele se orgulhava de ter sido um guerreiro naquela época, sequestrar mulheres, prende-las e tortura-las? É, não havia nada nisso para se orgulhar.
- Ada – Legolas chamou da porta, e estava com um semblante horrível, vestindo sua armadura, cabelos trançados.
- Entre.
O príncipe sentou diante dele e o ficou olhando com um semblante estranho, o olhava de maneira estranha e parecia analisar suas atitudes.
- Eu o vi sair do quarto de Naila, durante a madrugada.
- Sim, fui até lá – o rei disse – por acaso isso lhe incomoda?
- O que foi fazer tão tarde da noite? Naila tem que dormir como todos os mortais – o príncipe disse e seu olhar não era nada amigável.
- Sua amiga esteve chorando parte do dia, achei que você soubesse? Não são melhores amigos? – ele ladrou – não consigo lhe compreender Legolas, me repreende por não ser um bom anfitrião, e quando eu tento demonstrar minha preocupação você me vem com insinuações infundadas.
- Eu quero que se preocupe com ela como um rei faz aos seus aliados e hospedes, não com a preocupação de um homem com uma mulher – ele rosnou – deve respeito a nós, e sabe disso.
Thranduil elevou os olhos para o quadro que Logel pintou de Cellin, a rainha estava sentada em uma espreguiçadeira, seu vestido cor de pêssego cobria todo o móvel, seus cabelos e olhos castanhos pareciam iluminados enquanto olhava fixamente para frente. Doce, muito doce, que na verdade amargou sua vida inteira, por que agora devia respeito a ela?
- Você está bem ciente de tudo o que houve no meu casamento com sua mãe, então lhe peço que não venha exigir respeito de mim!
- Eu sou seu filho! – ele rosnou e apontou para o quadro – ela é minha mãe! Não quero que a desrespeite!
Thranduil deu lhe um sorriso cínico, enquanto inclinava-se sobre a mesa para olhar nos olhos do filho.
- Você devia ter dito isso a ela, que foi a primeira e a única a desrespeitar a si mesma.
- Naila é uma criança comparada a você! Como tem coragem de engana-la dessa forma?! – ele gritou – você vai jogar o nome dela na lama, e nunca, ninguém irá casar-se com ela.
- BASTA! – o rei gritou levantando-se abruptamente – eu não tenho nada com Naila! E não vai ser sua mãe ou você que vai me impedir de ficar com ela!
- Thorin vai adorar saber disso! – o príncipe rosnou – como tem coragem ada? De fazer isso com minha mãe, comigo, com Naila? Tudo isso é errado e o senhor sabe disso!
- Eu disse BASTA! – ele gritou – não quero você dizendo para mim coisas como essa! ela não merece minha consideração, vou respeita-la sempre, mas não vou deixar de viver minha vida por ela.
Legolas colocou a mão sobre o rosto e esfregou tentando entender o lado de seu pai, tentando ter certeza de tudo que estava acontecendo.
- Eu a amo, Legolas, e é difícil para mim viver depois de ter sido rejeitado por ela, mas nada do que me fez, me doeu mais do que ela rejeitar você por causa daquele macho! Então não me peça nada sobre ela, não me lembre nada sobre ela, não exija nada disso para mim!
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A eternidade e a Morte
FanfictionDepois da Guerra pelo Anel, Thranduil receberá em seu palácio hospedes ilustres amigos de seu filho, e um deles irá revirar seu mundo e o deixar completamente confuso, a mortalidade pode completar a eternidade? Uma continuação da minha fanfic já po...