Legolas passou a mão do rosto enquanto tentava entender o que tinha acontecido na noite passada, comeu muito, conversou bastante e acabou deitado na espreguiçadeira da casa do conselheiro de seu pai.
- Isso é errado de todas as formas – cantarolou Logel, suave, tentando não fazer ruídos.
- Eu não sou o pai dele, não posso agir como se fosse – sussurrou Taelin – Thranduil me mataria.
Logel deu-lhe uma gargalhada suave, ainda tentando reter seus ruídos para não acordar o príncipe. Legolas estava deitado e permaneceu de olhos fechados, ainda tentando reunir coragem para levantar, novamente seu pai estava poupando-o de algo, e isso o irritava imensamente.
- Ai! – Logel gemeu, e o príncipe pode jurar que escutou os sons dos lençóis da cama do casal do outro lado das portas do quarto.
- Fique quieta – repreendeu o marido e houve mais alguns sons, Legolas começou a ficar vermelho, e não sabia bem como agir, se levantasse o casal escutaria e morreriam de vergonha, mas se ficasse escutaria coisas intimas e isso seria imperdoável.
- Você não está ajudando – ela cantarolou novamente seguida de uma de suas famosas risadas.
- Se você parasse de me lamber eu poderia me concentrar mais – a declaração do conselheiro foi seguida de outro riso de sua esposa e Legolas ficou desesperado.
- Não posso evitar, eu não enxergo, quero senti-lo.
- Com a língua? – o elfo zombou – não pode usar as mãos?
Logel gargalhou um pouco mais alto, antes que novamente se movesse sobre os lençóis. As risadas de ambos fizeram o príncipe viajar em pensamentos, sentia saudades de ser amado por uma mulher, sentia falta de amar também, ele não seria capaz de admitir em voz alta, mas gostaria muito de ter o que eles tinham, Logel e Taelin, Myelle e Thorin, um amor verdadeiro e duradouro, um casamento, uma família.
- Terminou mela nîn? – ela cantarolou novamente, e depois gemeu um pouco.
- Terminei – declarou o conselheiro – pelo amor dos Valar, não vá desfazer essa trança sem a minha ajuda, se fizer isso arrebentará seus cabelos.
- Claro, querido – ela sorriu e depositou um beijo sobre o rosto do marido.
- Tenho que ir, Thranduil deve estar possesso pelo meu atraso.
Legolas apenas voltou a se mover quando ouviu a porta dos aposentos serem fechadas com a saída do conselheiro, primeiro ele moveu-se um pouco, depois reprimiu um som, tentando fingir que despertará agora, depois de um momento abriu os olhos piscando algumas vezes para se acostumar com a claridade do ambiente.
- Bom dia, meu príncipe – disse Logel com um sorriso, estava sentada diante da mesa que estava posta.
O príncipe observou a trança em seus cabelos tentando imaginar a cena em sua mente, Logel realmente era impossível, com suas manias e a maneira de tratar o marido.
- Venha, sente-se e faça o desjejum comigo – ela disse – esse marido mau que eu tenho não teve tempo de me acompanhar.
- A senhora realmente acha ele mau? – o príncipe questionou enquanto se levantava.
- Algumas vezes sim, outras nem tanto – ela disse – mas o amo justamente por isso.
Legolas juntou as sobrancelhas tentando entender como uma mulher poderia amar um mau marido, mas não necessariamente pensando em Logel e Taelin.
- Meu marido sabe que é mau, e que as vezes não desempenha seu papel corretamente, mas está sempre procurando reparar seus erros, suprir suas faltas – ela sorriu – por isso o amo, ele sempre está preocupado comigo, porque se importa, tanto quanto se importa consigo mesmo, ou até mais.
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A eternidade e a Morte
FanfictionDepois da Guerra pelo Anel, Thranduil receberá em seu palácio hospedes ilustres amigos de seu filho, e um deles irá revirar seu mundo e o deixar completamente confuso, a mortalidade pode completar a eternidade? Uma continuação da minha fanfic já po...