A batalha I.

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Thranduil esticou-se assim que levantou de sua cadeira, estava em seus aposentos, e a visão de sua cama vazia o fez querer ficar trabalhando um pouco mais, o inverno chegou rápido e a neve quase cobria toda a terra, ele levou os dedos as têmporas para massagear, queria ter podido trazer Naila com ele, passou um mês afastado e isso foi o suficiente, mal puderam se beijar, e isso o deixou frustrado.

- Ada, deseja me ver? – disse Legolas, da porta.

- Entre.

O príncipe caminhou até ele, ainda vestido em sua armadura prata de inverno, que se assemelhava com as outras. Os olhos azuis do filho, pareciam cansados, enquanto ainda segurava seu arco em sua mão.

- Voltou da patrulha agora?

- Sim, Wanheda continua da mesma forma.

- Sente-se, não é sobre isso que devemos conversar – ele disse gesticulando para a cadeira na frente de sua mesa.

Enquanto seu filho se acomodava, Thranduil respirou com exaustão, queria estar dormindo, mas não conseguia nem pensar em deitar naquela cama gelada.

- Como está o bebe de Myelle? – o príncipe questionou, seu olhar ainda muito vago.

- Lhe incomoda que ela tenha tido outro filho com Thorin? – o rei questionou alisando a expressão cansada de seu filho.

- Não é isso – ele suspirou – estamos em guerra ada, a qualquer momento isso pode acontecer, não é a melhor hora para se ter um filho, e se perdêssemos essa batalha? E se a guerra ultrapassar nossas fronteiras?

- Calma íon nîn, sei que é preocupante – ele disse – mas vamos conseguir, como sempre, vamos aperfeiçoar nosso treinamento.

- Desculpe ada, não queria trazer essas preocupações, mas fico com receio que nossas pesquisas não resultem em nada – ele disse massageando o rosto – o que o senhor tem para dizer?

- Pedi permissão para cortejar Naila.

Legolas elevou seus olhos para o pai, ainda surpreso, ele tomou um gole de algo que seu pai ofereceu e engasgou quando percebeu que não era água, ele também bebia vinho como todo elfo, mas não esperava essa bebida em momento como aquele.

- Você vai casa-se com ela?

- Me surpreende você fazer essa pergunta, foi você que reclamou que usaria Naila como minha amante e nunca assumiria como minha companheira – o rei estreitou os olhos – pensei que ficaria feliz.

- Sim...quer dizer...estou surpreso – o príncipe disse – mas estou feliz que realmente esteja seguindo em frente.

- Então porque está assim? – o rei rosnou inclinando-se para a frente da mesa.

- Ada – ele suspirou – o senhor sabe que somente Naila pode fechar o portal, e ela pode morrer no processo, não quero que perca ela dessa forma, nem tão cedo, por ela ser mortal vocês já tem pouco tempo..e agora com essa guerra, tudo foi cortado pela metade, não desejo seu sofrimento, e não desejo perde-lo para tristeza.

- Eu sei íon nîn – ele suspirou derrotado – e é por isso que quero torna-la minha agora, não posso perde-la e não posso obriga-la a ficar.

- Me desculpe ada, eu sei que esse momento deveria ser de alegria, eu estou muito feliz pelo senhor – ele sussurrou – realmente ada, fico feliz que tenha voltado a se sentir completamente bem.

Thranduil levantou-se e abriu os braços para receber seu filho, o calor de seu corpo lhe deu um pouco de segurança, mas ele se deu conta de que tinha muito a perder com essa guerra, seus amigos, seu povo, principalmente seu filho.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora