Uma intrusa

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Thranduil entrou em sua sala de estudos, havia chegado mais cedo do que de costume, pois preferiu não almoçar com os mortais, e notou um papel em sua mesa, um que não estava lá antes, ele pegou a carta nas mãos e não acreditou no que leu.

- Desculpe aran nîn ( meu rei), não sabia que voltaria tão cedo – disse Tealin, voltando-se para sair.

- Espere – ordenou o rei, fazendo o conselheiro voltar a encara-lo.

Thranduil o olhou com raiva, e se aproximou silenciosamente, a raiva começando a tirar o melhor de si.

- Eu não vou autorizar sua partida – ele rosnou – ainda, é, meu conselheiro.

- Você não pode me impedir –com a resposta o rei se aproximou ainda mais sua raiva apenas aumentando.

- Você sabe que vou, que posso – ele rosnou – o que está pensando em fazer? Deixar sua esposa?

-Deixar ela ser mãe – ele respondeu, seus olhos verdes seguindo o rei enquanto se movia lentamente.

- Nunca pensei que fosse covarde a esse ponto – o rei rosnou – vai partir e deixa-la? Sem contar o que ela deveria saber? Vai deixa-la sofrer pensando que fez algo de terrível para acabar com o afeto que você sentia por ela?

- Assim ela amará outro.

- Amará outro?! Quem vai lhe garantir isso?! Ela vai morrer de desgosto por pensar que é o motivo dessa separação! – ele rosnou ainda mais irritado – como pode pensar dessa forma? Ser covarde assim? Diga logo a ela sobre sua esterilidade! Pelo menos dê a ela a chance de escolher!

- Ela quer ser mãe .

- De um filho seu!! Seu merda!! – ele empurrou o conselheiro que ganhou uma sombra cruel sobre os olhos verdes – Lestil não é suficiente para vocês?!

- Majestade... isso não diz respeito ao senhor – ele rosnou cerrando os punhos.

- Não, mas eu sou o rei e me intrometo no assunto que quiser! Ainda mais quando uma anta prefere ensinar um orc a ler! – ele quase gritou – o que você está pensando Taelin? Vai mesmo deixar Logel sozinha sabendo que muitos desses elfos gostam dela? Sabendo que fariam fila para consola-la? Para engravida-la?

- Eu desejo o melhor para ela, e se ela quer ser mãe, não impedirei, é seu maior desejo.

- Claro! E você seu tapado?! Acha mesmo que vai aguentar vê-la com outro elfo?! Vai aguentar saber que ela gerou um filho de outro que não é você?! – ele rosnou – eu conheço bem esta dor Taelin, e eu a tive sem desejar, e ver você ansiando para sentir isso me dá ódio!

- Eu não, estou pensando no bem dela.

- E quem disse que o bem dela é estar longe de você?! – ele gritou e empurrou o elfo novamente – se você continuar com essa ideia infundada de partir, eu mesmo me encarregarei de fazer Logel esquecer você para sempre!

Os olhos verdes do amigo emitiam um aviso cruel, nunca conversaram sobre a paixonite que Thranduil teve por Logel a milênios atrás, e nunca pensou que conversaria sobre isso um dia, e seu olhar carregado de ódio e ciúmes, dizia que o assunto não era esquecido.

- Você não se atreveria! – ele rosnou, seus olhos baixos, sua voz perigosamente ameaçadora.

- Quer apostar para ver?! Pegue esse maldito barco e vai para Aman! Nós vamos nos encontrar – ele riu cínico – e você sabe muito bem que sempre quis ter mais de um filho.

Taelin se atirou para cima de Thranduil, acertando lhe um soco no rosto, mas logo o rei inverteu as posições, segurando seus braços atrás das costas.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora