Meu erro.

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Lainel entrou dentro da sala de cura, a visão a sua frente o fez parar abruptamente, a princesa Naila estava sentada em sua maca, com um dos braços descansando sobre a coxa enquanto um corte fresco se fazia visível, o sangue havia sido limpado, do outro lado da sala, na direção da porta estava Agalardiel, seus cabelos dourados estavam alinhados como de costume, e seus olhos cinzas não emitiam brilho algum, seus lábios levemente avermelhados era um ótimo contraste com sua pele clara.

- Eu vou comunicar o rei.

- Eu sabia que isso iria acontecer – resmungou o conselheiro.

- Eu estou bem – disse Naila levantando uma de suas mãos – não foi ele está bem? Eu apenas me machuquei durante uma caçada.

O curandeiro deu uma olhada ao elfo Sindar e voltou os olhos para a princesa meio-sangue.

- Vou comunica-lo.

- Deixe ele comunicar o rei, eu não fiz nada, não tenho medo de punições.

- Eu também não ligo se você for punido – disse a princesa – mas não vou mentir para ninguém, estou dizendo a verdade apenas.

Naila revirou os olhos, aqueles dois elfos pareciam duas estatuas olhando-a, ela esticou seu antebraço e balançou suavemente para atrair a atenção do curandeiro. O elfo se aproximou e sorriu ao analisar seu ferimento, com as coisas que estavam sobre a mesa começou a limpar o corte, seu aperto era suave, e suas mãos eram macias, e o toque de algo contra sua carne a fez estremecer, talvez o corte tenha sido ruim, ela voltou seus olhos para o curandeiro, tinha a pele dourada, cabelos que caiam até o meio das costas em uma cor castanha escuro quase como madeira envernizada, e as madeixas eram grossas e muito onduladas totalmente diferente dos elfos que ela havia conhecido.

- Suas flores estão lindas Lainel, o que faz para mantê-las tão vivas?

O curandeiro sorriu para ela, e seu sorriso era muito bonito, com lábios razoavelmente inchados, os dentes perfeitos e quando sorria aparecia duas profundas covinhas em sua bochecha, combinando com seus olhos castanhos claros, o elfo era bem paciente, ela foi atendida por ele muitas vezes, na verdade vezes demais e isso era estranho, porque o elfo era o curandeiro real, deveria atender apenas a família real de Mirkwood.

- Eu misturo um pouco de água com mel na terra, ajudam elas a se abrirem mais, além de adubo – ele respondeu seus olhos focados em seu trabalho.

Com um último movimento o elfo enfeixou seu antebraço depois de aplicar a pomada de ervas.

- Tudo bem, alteza, tome cuidado para não inflamar – ele disse antes de permitir que ela se retirasse.

Naila deu um breve aceno ao curandeiro e saiu, com Agalardiel ao seu lado, caminharam em silencio a metade do caminho.

- Então, alguma ordem alteza? – ele questionou levantando uma sobrancelha.

- Depois, agora vou me deitar – ela disse – vá fazer seu trabalho de costume.

O conselheiro sorriu e curvou-se, odiando ter que ser o servo da mestiça, ela o dispensou com um aceno de mão.

Agalardiel caminhou suavemente até sua sala, quando abriu sua porta se deparou com Taelin, e sorriu amplamente, a sala pertencia aos dois conselheiros, mas desde que se tornou íntimo do rei, Taelin ficava maior parte do tempo com ele.

- O que está acontecendo? Estava me sentindo solitário sem você aqui, ainda bem que decidiu voltar, ou será que o rei lhe mandou embora? – ele questionou fechando a porta, com alguns passos parou diante da mesa do conselheiro.

A eternidade e a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora